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Luis Suarez Diego Godin Uruguai Japão Copa América 20062019Getty

Copa América: Japão põe em xeque qualquer favoritismo que Uruguai poderia ter

Um estreou com uma goleada por 4 a 0 pra cima do Equador; o outro, levando o mesmo placar no jogo contra o Chile, no Morumbi. Um conta com uma torcida fanática, que levou a Arena do Grêmio a pulsar com sua torcida fanática, que cruzou a fronteira em peso para assistir ao jogo em Porto Alegre. O outro levou mais jornalistas do que torcedores ao Brasil para a Copa América 2019, torneio no qual chegam como convidados, sem sua seleção principal e uma maioria de jogadores abaixo dos 24 anos de idade. E, mesmo assim, foi o Japão que jogou um futebol de Uruguai, em uma noite em que os nipônicos podem até considerar o empate em 2 a 2 um placar decepcionante.

Em 25 minutos de jogo, o Japão já havia chegado com perigo ao gol de Muslera pelo menos duas vezes, e Suárez perdia um gol feito de cabeça na primeira área após combinação com Cavani. Foi a mostra de que o Japão poderia tentar a felicidade contra seu adversário de muito maior tradição, e assim o fez: Myioshi arrancou para cima, entornou Laxalt e chutou alto para silenciar, por bons 15 segundos, a animada torcida uruguaia. A dupla Suárez e Cavani precisou intervir e, numa decisão questionável do VAR, o pênalti no camisa 17, convertido por Luisito.

O virtuosismo celeste arrancou incentivos das arquibancadas, mas o time de Óscar Tabárez só conseguia chegar com algum perigo na qualidade de seus dois atacantes, e muito pouco por um meio de campo pouco criativo e órfão de um jogador que pensasse com mais qualidade. Num chute 'achado', Edi acertou o travessão de Kawashima, dando a impressão que apesar dos pesares, o Uruguai conseguiria deixar a capital gaúcha com a classificação.

A questão é: para um time tido como favorito a levar a Copa mais uma vez, a Celeste ainda deixa muito a desejar. Quando Suárez e Cavani não resolvem sozinhos, o meio de campo não consegue fazer a bola avançar - e, pior que isso, por vezes compromete e deixa exposta a zaga de Godín e Giménez, já sobrecarregada pelas deficiências de seus laterais. Betancur errou na mesma proporção que a defesa japonesa, ainda que atenta na maior parte do duelo, sentiu o peso de precisar lidar com jogadores de nível de Champions League.

Muslera, enquanto isso, foi pouco exigido, mas ainda via o Japão circundar sua área com frequência, sempre na iniciativa de Myioshi e, principalmente, Nakajima, que infernizou Giovanni González pelo lado esquerdo. E foi por ali que os asiáticos, merecidamente, chegavam ao segundo gol. No cruzamento à meia-altura, Muslera saiu mal e deixou a bola para o camisa 11 marcar seu segundo gol na partida. O goleiro, agora o recordista de jogos por sua seleção na Copa América, mostra como a renovação ainda é lenta no Uruguai, incontáveis que são suas falhas em grandes jogos com a celeste.

No 'limbo' entre a geração campeã de 2011 e quarta colocada no Mundial, um ano antes, surge Martín Cáceres, 32 anos, destro... e deslocado para o lado esquerdo, tão cedo Laxalt sentiu lesão e pediu para sair. Pouco saiu de seus pés, em termos ofensivos, e pouco comprometeu pelo lado da defesa. Pouco para um time previsto para brigar pela vaga na final no Maracanã, e no mínimo preocupante para o torcedor que não pode contar com dois canhotos de qualidade para a lateral.

O Uruguai é valente, isso não se pode negar. Levanta seu torcedor, não se entrega facilmente e ganha 'no grito', conseguindo novamente o empate em jogada de bola parada, um escanteio bem completado por José Giménez. Suárez e Cavani lutam por todas as bolas que vêm à área, e muitas vezes irão levar perigo e até balançar as redes adversárias. Mas, ainda assim, a sensação que fica é: só isso?

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