Josep Guardiola viveu uma temporada estranha. Dominou a Premier League, conquistando a Inglaterra de forma irrepreensível e quebrando vários recordes, mas não conseguiu repetir o encanto na Champions. Seus jogadores brilharam em 2017/18, mas, no geral, não conseguiram repetir o feito na Copa do Mundo.
Inspiradas no estilo do treinador, Espanha e Alemanha conquistaram as últimas duas Copas do Mundo, mas decepcionaram neste Mundial, com a precoce eliminação alemã na fase de grupos e a decepcionante queda espanhola nas oitavas de final contra a Rússia.
Além disso, jogadores comandados pelo treinador, como Gabriel Jesus e Fernandinho, fizeram Copas ruins pela Seleção Brasileira, enquanto Kevin de Bruyne, até curiosamente o duelo com o escrete canarinho, quando teve uma atuação de gala, esteve apagado.
Ninguém duvida da qualidade do City e dos jogadores citados. Fernandinho foi muito bem, Jesus, apesar das lesões, teve bons momentos, enquanto De Bruyne brigou pelo posto de craque da Premier League com Mohamed Salah.
No entanto, as quedas de Alemanha e Espanha e o desempenho ruim desses jogadores fez muitos questionarem se não seria o fim da influência de Guardiola no futebol mundial.
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Não, não é.
A Alemanha não foi eliminada precocemente por seu estilo, mas pela insistência de Joachim Löw em jogadores que não viveram boa temporada e não jogaram bem na própria seleção nas últimas partidas. A preparação já dava indícios de uma Copa complicada para a Nationalelf e Löw morreu abraçado com sua teimosia. Sané, que evoluiu muito com Guardiola, por exemplo, não foi convocado, algo muito criticado por toda a imprensa internacional.
Já a Espanha teve uma série de problemas. É sempre mais fácil para o crítico que não gosta de determinado estilo, colocar a culpa de um fracasso nisso, fazendo uma análise apressada e oportunista, ao invés de estudar os acontecimentos de forma mais detalhada. Infelizmente, se publicam textos rapidamente em busca de cliques, produzindo um material raso. A velha questão de preferir a velocidade e a quantidade ao invés da qualidade.
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A Fúria teve dois excelentes anos com Julen Lopetegui no comando, com o treinador usando o tiki-taka, mas também jogando de forma mais agressiva em alguns momentos, sendo incisivo como o City de Guardiola é. O técnico saiu e, em seu lugar, entrou Hierro, nome histórico do futebol espanhol, mas inexperiente na função, por mais que conhecesse bem o elenco.
Perder o treinador dois dias antes da Copa teve um impacto enorme na Espanha, que também viu sua defesa falhar muito e várias vezes na Rússia. A Espanha teve vários problemas, não apenas um, e o tiki-taka não foi o principal deles.
Outra questão é que Jesus e Fernandinho não foram bem, e David Silva, Otamendi e Agüero estavam nas bagunças de Espanha e Argentina, mas De Bruyne brilhou contra o Brasil, Sterling está muito bem na Inglaterra e Sané é nome certo para o futuro da Alemanha. Todos eles evoluíram muito com Pep, são excelentes jogadores que brilharam na última temporada e são cobiçados por qualquer clube no mundo.
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Além de tudo isso, Guardiola, há muito tempo, não é "apenas" tiki-taka. O City campeão da Premier League tem um contra-ataque letal e muito veloz, é incisivo, agressivo, e muitas vezes acelera suas jogadas e aposta em chutes de média e longa distância. Não à toa, De Bruyne marcou alguns golaços desta forma na última temporada.
É claro que a posse de bola, a troca de passes e a paciência continuam, mas não é "apenas" isso mais. Guardiola adaptou seu estilo ao estilo do futebol inglês e da Premier League, e dominou a Inglaterra. Ele já está revolucionando e inspirando o futebol da terra da Rainha e continua espalhando suas ideias pelo mundo, sendo referência e influenciando treinadores, transformando o esporte.
A influência de Pep Guardiola no futebol não acabou. É muito simplista dizer que o fracasso na Copa de duas seleções cheias de problemas e o desempenho ruim de alguns jogadores em times diferentes que não são o seu, contrariam isso.
