
Joachim Low mudou muito o time da Alemanha em relação ao amistoso anterior, contra a Espanha, para enfrentar o Brasil. Dentre as principais ausências, Thomas Muller, Khedira e Ozil – todos presentes no 7 a 1 de 2014.
Não foi a seleção alemã no máximo de sua força, mas ainda assim era um time de grande qualidade, daqueles que sabem tratar muito bem a bola. Isso ficou evidenciado nos números, com os donos da casa dominando a posse do esférico em 57,9%, com um aproveitamento também superior ao do Brasil nos acertos [88,7% a 81,7%].
Mas o trabalho no futebol alemão não é algo novo. Muito pelo contrário. Os frutos estão aí: atual campeão do mundo e da Copa das Confederações e com um time jovem, renovado, que mede forças em igualdade com a melhor Seleção Brasileira da última década.

Por isso, mesmo com um adversário longe de sua força máxima, a única obrigação do Brasil era fazer, no mínimo, um jogo equilibrado. Foi exatamente o que aconteceu. Tite foi mais conservador em sua escalação do que havia sido no amistoso anterior, contra a Rússia.
Douglas Costa começou no banco, e Philippe Coutinho foi mais adiantado para aquele lado esquerdo de ataque.
O meio-campo seguiu com qualidade no passe: Paulinho, Casemiro e Fernandinho, a novidade. Mas diminuiu em capacidade para o drible. Normal, afinal de contas a Alemanha deixaria espaços que a Rússia, por característica tática, não deixava. Em compensação, atacaria mais. E com qualidade.

A estratégia de Tite deu certo: o Brasil demonstrou mais força defensiva. Fernandinho foi líder em desarmes [7] e Thiago Silva foi um dos grandes destaques, dando segurança à zaga e afastando o perigo mais do que qualquer outro em Berlim.
Para melhorar, o desempenho ofensivo foi certeiro: se em 13 chances criadas a Alemanha acertou apenas uma no gol de Alisson [que mostrou reflexo no lance], o Brasil acertou a mira três vezes. A primeira delas, em cabeçada de Gabriel Jesus, foi fatal: 1 a 0 aos 37 do primeiro tempo em mais um lance com participação decisiva de Willian – jogador que pede passagem e merece um lugar entre os titulares.
Getty ImagesO artilheiro e o garçom (Foto: Getty Images)
Coutinho e Paulinho, outra vez excelentes pela Seleção, também tiveram destaque. Uma bela exibição de um time que, mesmo contra uma Alemanha sem o poderio máximo, demonstrou que está pronto para a Copa do Mundo: principalmente por conseguir jogar bem e ser competitivo sem depender exclusivamente de Neymar. Imagina se o camisa 10 volta de lesão com o melhor de seu futebol?
É claro que isso não garante título mundial, mas dá indícios que animam para a Copa do Mundo na Rússia: tanto o time quanto os jogadores são bons, e o trabalho passa uma segurança que não víamos há muito tempo.
