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Viv Anderson EnglandGetty

Conheça a história do antigo jogador do Manchester United que trabalha para tirar ex-atletas da depressão e da cadeia

Viv Anderson, ex-jogador do Manchester United, ficou conhecido por ser o primeiro jogador negro na seleção inglesa, em 1978.

Além de ser um ativista contra o racismo nos eventos da Fifa, Anderson criou o PlayOn Pro em 2017, depois de identificar um grande problema na forma com a qual ex-atletas estavam sendo tratados após encerrarem suas carreiras.

“Quando você conversa com os jogadores, a maior coisa que eles sentem falta é o dia a dia, as brincadeiras, estar entre 20 colegas que você convive e socializa”, disse Anderson em entrevista exclusiva à Goal.

“Eu tive uma pessoa que se aposentou no ano passado e perguntei a ele quantos jogadores ele tem o número do telefone. Ele disse quatro, mas jogou em sete ou oito clubes. Quatro jogadores! Eles perdem o contato”.

Viv Anderson EnglandGetty

Durante seu tempo de jogador, Anderson foi vencedor da Taça Europa, jogador da seleção e jogador de seu time de infância, o Manchester United.

“Setenta e cinco por cento dos jogadores que se aposentam se divorciam no primeiro ano, e eles ganharam muito dinheiro, então metade vai para a esposa e a família, e aí você pensa: ‘preciso conseguir um trabalho, porque nunca fiz outra coisa. Fui jogador de futebol e não tive uma educação formal, o que eu faço? O que estou qualificado a fazer?’”.

O PlayOn permite que ex-atletas de elite se conectem com pessoas que foram ou permanecem em situação semelhante, com várias iniciativas disponíveis para mantê-las ativas e coloca-las de volta no ambiente ao qual se acostumaram.

GFX Viv Anderson

“As pessoas dedicaram sua vida a um esporte, e quando sua luz se apaga e o agente não quer mais lhe prestar serviços por existir um novo astro... o que você faz? Este é um lugar que eles podem ir. É um grupo de autoajuda. ‘O que aconteceu com você?’ e ‘Pode me dar o nome desta pessoa porque posso estar com algumas dificuldades’. Este tipo de coisas. Se conseguirmos dar trabalho a eles, ou a oportunidade de falar com pessoas que não veem há 20 anos, é uma porta aberta a todos”.

“É importante lembrar que não se trata apenas de jogadores de futebol, como também de qualquer esportista em nível profissional. Gail Emms foi uma jogadora de badminton desde os sete anos de idade, ela ganhou uma medalha de prata nas Olimpíadas de 2008, quando voltou, foi convidada para vários programas de TV”, conta Anderson.

“Seis meses depois de ser o centro das atenções, ela não conseguia pagar a hipoteca porque não teve educação formal. Tinha sido uma jogadora de badminton, se esforçou para conseguir a medalha nas Olimpíadas e não conseguiu fazer mais nada depois”.

Viv AndersonGetty Images

Com o PlayOn Pro, ex-atletas recebem a oportunidade de fazer parte de eventos ao redor do mundo, com aproximadamente 400 embaixadores de incontáveis nacionalidades inscritos. Anderson ajuda a organizar tudo, desde partidas de futebol até sessões de autógrafos e discursos pós-jantar. Tudo para mantê-los ocupados e se sentirem importantes novamente.

“Não estou dizendo que posso ajudar a todos, estou dizendo que há pessoas que precisam de ajuda. Cinco por centro dos ex-jogadores estão na prisão porque tiveram tempos difíceis. Se você ganha 40 mil libras por semana hoje, em cinco anos você estará falido. São estatísticas adequadas”, explica o ex-jogador.

“Eu entendo que o público pense: ‘por que eu deveria sentir pena de alguém que ganha 150 mil libras por semana, e se coloca nesta situação?’ Eu entendo isso, mas o que podemos fazer? Deixá-los para trás? O que estamos tentando fazer é ajudar outras pessoas a não chegar nessa situação, porque também temos jogadores, não apenas os aposentados, são jogadores atuais”.

Com o PlayOn Pro, Anderson espera mudar a vida daqueles que se afastaram dos holofotes de uma intensa carreira, e que agora lidam com uma experiência diferente de uma aposentadoria longa e solitária.

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