Os dois empates consecutivos do Manchester City - primeiro contra o Manchester United e depois contra o West Brom - geraram certo burburinho na Inglaterra. O time de Pep Guardiola vem fazendo uma temporada bem diferente e aquela equipe com ímpeto ofensivo parece quase irreconhecível a essa altura do campeonato.
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O treinador ex-Barcelona estabeleceu padrões tão altos de ofensividade que qualquer atuação que se pareça mais leve é vista como uma decepção. E esse é o sentimento geral com o time do City na atual temporada. Com apenas 19 gols marcados em 13 jogos, o time azul agora parece ter trocado o foco para acertar sua defesa, um tendão de Aquiles nas últimas temporadas.
Getty ImagesSterling comemora o único gol do jogo contra o Southampton (Foto: Getty Images)
Para se ter uma ideia, a esta altura do campeonato na temporada passada, o City tinha 35 gols. Na última campanha que venceu a Premier League, há dois anos, eram 36; e na temporada de ouro do clube, que estabeleceu o recorde, o time de Guardiola tinha 40 gols marcados, ou seja, 22 a mais que na atual campanha.
Guardiola está atento a essa queda de rendimento ofensivo. Em entrevista coletiva após o empate contra o West Brom, Pep falou sobre o assunto.
"Os números falam por si mesmos, nós não marcamos gols. West Bromwich pode ter marcado um gol, com um desvio, pode acontecer. Mas nós precisamos marcar duas ou três vezes para vencer o jogo. Nós não fomos capazes isso, então não merecemos ganhar. Temos que insistir em jogar melhor para criar mais chances. Isso é o que temos que fazer", falou Guardiola.
O coronavírus impactou o mundo como um todo, e o futebol não escapou disso. Com menos tempo entre os jogos e um calendário apertadíssimo, os times se viram obrigados a corrigirem seus erros com menos tempo hábil de preparação.
E os erros do Man City eram bem evidentes na última temporada. Um time que se fechasse com solidez e partisse em contra-ataque com velocidade e precisão poderia muito bem criar uma chance clara de gol. Isso aconteceu contra o Manchester United (três vezes), Wolverhampton e Arsenal na FA Cup e contra o Lyon, na Champions League.
Com a defesa em uma linha muito alta e jogadores pouco velozes, o convite para as corridas de jogadores como Rashford, Traoré e outros ficavam escancarados. E o City pagou caro por isso.
As chegadas de Ruben Dias e Nathan Aké, junto com a volta de John Stones fizeram com que o time se fortalecesse defensivamente. Nos últimos oito jogos, o City sofreu apenas um gol, e que contou com um desvio no meio da trajetória.
No atual estágio da temporada, não é nenhum absurdo dizer que o time de Guardiola defende melhor do que ataca, por mais contraditório que isso possa parecer com a carreira do catalão.
Com as linhas mais baixas, menos ímpeto ofensivo e com os atacantes ajudando ainda mais nas recomposições, o City de Guardiola ainda busca um equilíbrio. Aos poucos, o ataque da equipe cai de rendimento, mas a defesa sobe de produção.
Começar de trás e trabalhar melhor a parte ofensiva pode ser um desenvolvimento necessário, especialmente porque as vulnerabilidades do Manchester City, que já vinham sendo expostas, se tornaram escancaradas na última campanha.
"Precisamos atualizar algumas coisas que vão nos ajudar a jogar melhor, isso é tudo que podemos fazer. Sabemos que ainda podemos ter uma incrível temporada diante de nós e vamos tentar fazer isso", declarou Guardiola.
O treinador do City sempre teve seus times jogando para frente e, junto com a torcida, ele tentará fazer com que o time volte a ter aquele brilho que parece ofuscado a esse ponto da temporada.



