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Como o Chelsea tornou-se uma potència na base que ofusca Ajax e Barcelona

Por mais uma década, o estafe das categorias de base do Chelsea sabia que seu trabalho tinha potencial, mas não tinham defesa quando criticados sobre a falta de jovens formados em casa no elenco principal do clube.

Com jovens talentos como Ruben Loftus-Cheek não conseguindo ganhar espaço no time de cima, os Blues eram acusados de simplesmente formar jogadores promissores para vendê-los e fazer dinheiro.

Nas competições de base, entretanto, a academia de Cobham estava começando a ter alguns resultados interessantes.

O Chelsea chegou a quatro finais da Uefa Youth League entre 2015 e 2019, vencendo duas delas. Além disso, ganharam sete Copas da Inglaterra de Juniores e a Premier League sub-23 na última temporada.

Agora, estamos finalmente vendo estrelas jovens entre os titulares do Chelsea. Em 2019-20, por exemplo, oito garotos criados no clube fizeram sua estreia nos profissionais, um número recorde para os Blues.

Obviamente, a proibição do Chelsea em contratar jogadores fez parte disso, com o treinador Frank Lampard sem poder fazer novas contratações após ter sucedido Maurizio Sarri no comando da equipe.

Entretanto, o ex-volante dos Blues sempre teve a intenção de aproveitar os jovens talentos da base do clube: dois de seus assistentes, Jody Morris e Joe Edwards, trabalharam em Cobham e já conheciam o potencial de muitos garotos.

O resultado foi visto dentro de campo: atletas como Mason Mount, Tammy Abraham e Reece James ganharam espaço nos profissionais nesta temporada, para a felicidade do analista de performance das categorias de base dos Blues, Sam Page.

Norwich vs Chelsea, Tammy Abraham, Mason MountGetty

"Nós usamos o sucesso dos jovens no time profissional para inspirar as crianças," conta Page à Goal.

"É muito bom termos esses jogadores indo bem nos profissionais: serve como uma mensagem de que o trabalho duro realmente compensa. Não é nenhuma surpresa que atletas como Mason, Tammy e Reece estejam conseguindo ajudar no mais alto nível."

"Eles não são só talentosos: são garotos que trabalham duro e tem o profissionalismo necessário para serem jogadores de futebol de elite. Quando Frank vem conversar com a comissão técnica da base, sempre fala que a dedicação dos garotos é uma das razões pela qual ele gosta tanto deles."

"Isso é um ponto importante para transmitirmos: eu trabalho com jovens do sub-13, sub-12, sub-11, e são todos muito talentosos, mas não é qualquer um que tem a dedicação e a ética de trabalho certa para se tornarem profissionais."

"Eu lembro de quando Reece e Mason faziam horas extras para melhorarem sua condição técnica. Todo o esforço que eles faziam era um exemplo para os outros. Sempre foram talentosos, é claro, mas mostram que é necessário se dedicar para chegar ao nível profissional."

"Uma das partes mais gratificantes do meu trabalho é ver crianças se transformando em homens, também. Ver eles jogando é uma coisa, mas observar como falam em entrevista é outra."

"Eu trabalhei com Ruben Loftus-Cheek quando ele estava no sub-18; era um garoto tímido, mas todos sabíamos que era especialmente talentoso. Nosso trabalho com ele, de análise de desempenho e ajuda com inteligência tática realmente foi importante naquele fase de sua carreira."

"Nós mostramos vídeos de Frank [Lampard], pois ele precisava de um exemplo de elite para chegar no nível que desejava. Sempre foi um bom garoto, mas era tímido no sub-16. Agora, é confiante e assertivo, o que fica claro em suas entrevistas."

Ruben Loftus-Cheek ChelseaGetty Images

Além de seu trabalho no sub-12, Page também é importante para o Chelsea como Analista de Desempenho Digital dos Jogadores de Base, tendo chegado ao clube em 2006 como um dos primeiros analistas da comissão técnica.

Sua experiência na implementação do uso da tecnologia no futebol o transformou em uma parte importante do plano de Neil Bath (diretor das categorias de base dos Blues) para alcançar outros clubes como Manchester United, Barcelona e Ajax, conhecidos por terem equipes juniores mais prolíficas do que o Chelsea.

Bath, é claro, está feliz com o desempenho da base do clube em competições sub-23. Entretanto, o diretor está ainda mais orgulhoso do fato de que mais e mais jogadores jovens estão ganhando oportunidades no elenco titular.

"Quando reestruturamos as categorias de base," explica, "conversamos sobre se tornar os melhores do mundo em revelar jogadores. Estávamos muito distantes disso na época."

"Nós fomos por partes: começamos com objetivos simples e falamos, "OK, como que nós faremos para trazer os melhores garotos de oito, nove e dez anos de idade em Londres para o Chelsea? Como que nós vamos atrair os melhores treinadores?"

"Se você tem os melhores talentos e os melhores profissionais, você será muito bom. Se ganharmos títulos ao longo do caminho, então ótimo, mas é tudo sobre produzir garotos que possam ser utilizados nos profissionais. Em termos de estreias e participações, esta é provavelmente a melhor temporada que já tivemos."

"As crianças estão vendo o que podem alcançar, ao mesmo tempo que temos pessoas boas, genuínas e honestas no clube, criando um espaço propício para que estes garotos possam se desenvolver."

Jody Morris Neil Bath Frank LampardGetty

O Chelsea certamente vem fazendo um grande trabalho encontrando os melhores treinadores para suas categorias de base. Brendan Rodgers, Paul Clement e Adi Viveash são exemplos de nomes que já tiveram sucesso fora do clube, enquanto Morris e Edwards estão brilhando ainda pelos Blues.

Isso pode ser explicado por um fator: tecnologia. Sistemas ultra-modernos começaram a ser utilizados no CT de Cobham, criado em 2007, e até hoje, o Chelsea é vanguarda no setor.

As inovações também ecoam fora do clube: por meio de um novo departamento, o Chelsea Digital Ventures, a equipe lançou um app chamado Perfect Play, que replica para o público-geral a experiência em Cobham.

O aplicativo foi tão bem recebido que o Chelsea o utilizou como uma parte de sua responsa à pandemia do coronavírus: o clube fez seus jogadores seguirem o plano de treinos do app em suas casas, enquanto os permitia analisar seu progresso.

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Agora, qualquer um pode utilizar a primeira de várias tecnologias produzidas no oeste de Londres. Esta foi justamente a tarefa de Page, que chefiou o projeto: fazer com que todos pudessem aproveitar a estrutura da base do clube.

"Neil sempre quis revolucionar as metodologias de nosso programa de treinos e como nós desenvolvemos jogadores, e a tecnologia é fundamental para isso," revela. "Quando eu cheguei aqui, não tínhamos um departamento de análise de desempenho."

"Eu fui uma das duas pessoas que montou este departamento. Era um estágio em que apenas alguns poucos clubes estavam filmando partidas, e quando o faziam, as assistiam em um 'media player' ou algo do tipo."

"É algo que está sempre evoluindo. Essa geração de jogadores que está chegando agora os profissionais se sente desafiada pelos processo. É um engajamento diferente que você recebe por meio destes aplicativos."

"Neil está determinado em sempre mudar a nossa metodologia para atender às demandas de nossos jogadores, enquanto mantemos a cultura que desejamos implementar nas nossas categorias de base. Temos que considerar as diferenças do que está acontecendo agora e do que era Cobham quando Mason Mount estava no sub-11."

"No meio da quarentena, pudemos oferecer uma variedade de plataformas digitais para treinarmos nossos jogadores. O Perfect Play foi utilizado como parte dessa metodologia."

"Nós oferecemos a eles a última versão do app e recebemos feedback antes do lançamento oficial. Nós o refinamos baseado na experiência dos nossos jogadores. Esse feedback foi muito importante nos últimos estágios da produção."

Não só o app pode ajudar você a melhorar seu jogo, mas também a entender como as estrelas jovens dos profissionais do Chelsea foram desenvolvidos. E porque a comissão técnica de Cobham merece, finalmente, receber o crédito pelo seu trabalho.

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