O começo da passagem de Ole Gunnar Solskjaer já causou impacto imediato no Manchester United, que vinha definhando sob a batuta de José Mourinho.
Nos dois primeiros jogos no norueguês, foram duas vitórias, oito gols marcados e dois sofridos contra Cardiff City e Huddersfield Town.
Muitas coisas já puderam ser observadas no novo estilo de jogo do treinador, que guarda um estilo que lembra mais o de Alex Ferguson. Confira abaixo cinco pontos táticos sobre o novo jeito do United se portar em campo.
Fluidez no ataque
Getty ImagesSolskjaer foi um grande atacante e entende a necessidade e importância de uma boa movimentação de seus homens de frente. Por isso, ele tem utilizado a velocidade, inteligência e movimentação de seus jovens atacantes para chegar perto do gol com mais rapidez.
Em especial Marcus Rashford, Anthony Martial e Jese Lingard tem sido peças fundamentais nesse quesito. Em vez de fazer um jogo posicional e rígido como era o de Mourinho quando ia ao ataque, Solskjaer prefere a movimentação e encurtamento de espaços entre os jogadores, facilitanto os passes curtos e a aproximação entre eles. Muitas vezes, Martial e Lingard recuam para a intermediária e deixam Rashford um pouco mais a frente para pegar a bola em velocidade.
É um time com menos amplitude com os atacantes. Eles jogam mais juntos, sem abrir tanto espaço pelas pontas (com a intenção de deixar o corredor para os laterais, como veremos mais para frente).
Time mais ousado nas decisões
Mourinho é um técnico com mentalidade mais conservadora dentro de campo. Já Solskjaer dá mais liberdade para seus jogadores arriscarem mais, tentarem lances mais difíceis e usar mais da individualidade.
Ele incentiva que o jogador parta para cima, em vez de recuar a bola para ter total controle e segurança. Ele também preconiza passes mais verticais que quebram linhas do que toques para o lado que dão mais controle ao time.
Getty ImagesOutro ponto importante é que isso não se resume apenas aos meias e atacantes. Os zagueiros também podem ousar mais com Ole Gunnar. O caso mais claro é o Victor Lindelöf, que cresceu muito após a chegada do norueguês. Com bom controle de bola nos pés, o zagueiro tem liberdade para sair com a pelota e até mesmo fazer tabelas e dar algumas corridas com a bola conduzida. Sem a necessidade de um meia vir buscar a bola na defesa, o United ganha mais opções ofensivas com os meias jogando mais para frente.
Movimentação frenética de Herrera
Ander Herrera deve ser um jogador com um grande futuro sob a batuta de Solskjaer. Ele tem um papel importante de movimentação intensa e uma energia para fechar espaços no meio de campo que poucos dentro do elenco têm.
GettyAlém de tudo, tem um ótimo passe, muitas vezes mais capaz de quebrar as linhas de marcação do que os de Fred e Matic.
Seu grande trunfo como organizador do meio de campo está na sua rapidez de movimentação e intensidade sem a bola nos pés.
Total liberdade criativa para Pogba
Finalmente Pogba parece estar livre para ser o jogador que sempre se esperou dele. Sem tantas obrigações defensivas como sob Mourinho, Paul Pogba tem florescido como o principal jogador dos Red Devils sob o novo chefe.
Pogba gosta de estar envolvido na construção do jogo e vê a si mesmo como uma engrenagem no meio-campo. Alguém pelo qual todas as bolas devem passar por ele. A conquista do Mundial da Rússia evidenciou que ele não é um jogador comum e deixou um sentimento especial no francês.
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Solskjaer reconhece que Pogba é um jogador de talento único e, por isso, já afirmou que pretende construir o time ao redor do francês campeão do mundo.
Agora Pogba tem liberdade para aparecer em qualquer ponto do campo para ajudar na construção e, especialmente, na finalização das jogadas de longa distância.
Laterais mais avançados
Por fim, Solskjaer quer repetir algo que foi de muito sucesso na era Ferguson: os laterais apoiando muito no ataque.
Isso ainda não conseguiu ser feito do jeito que o técnico deseja, mas a ideia já é clara. Os laterais têm mais liberdade para subir ao ataque e participar ativamente das jogadas de ataque.
Nos dos jogos até aqui, não houve muito sucesso, mas os corredores deixados pelos atacantes sempre possibilitarão Dalot, Shaw, Young e Valencia subirem para criarem ocasiões de perigo.


