Por João Henrique Castro
Agosto chegou, e com ele, o aperto do calendário brasileiro para as equipes que seguem disputando as competições mata-mata nas rodadas de meio de semana.
Cruzeiro, Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Palmeiras e Santos, sete dos vinte clubes da Série A, disputarão nove jogos neste mês colocando os seus elencos no limite do desgaste físico. Mas adotando estratégias diferentes para preservar os principais jogadores.
O Grêmio, por exemplo, tem optado desde o retorno da Copa pela escalação de reservas em algumas partidas do Brasileirão priorizando os torneios eliminatórios como em 2017. O Flamengo, por sua vez, tem atuado com força total em todos os jogos, revezando jogadores apenas em função das suspensões ou lesões que acometem qualquer elenco. E na última quarta-feira, quando as duas equipes se enfrentaram, foi a equipe rubro-negra que chegou fisicamente mais inteira ao fim do jogo.
Getty(Foto: Alexandre Schneider/Getty)
A situação do duelo entre as equipes pela Copa do Brasil fez com que muito cruzeirense ampliasse os questionamentos ao rodízio promovido por Mano Menezes nas quatro partidas pelo Brasileirão após a Copa em que os titulares folgaram, alternadamente, em ao menos uma partida da sequência.
A decisão do treinador celeste, de fato, gera polêmica. E as críticas aumentaram após as derrotas para Corinthians e São Paulo, independente do futebol apresentado pela equipe nas duas partidas. Concretamente, porém, as derrotas afastaram o Cruzeiro das primeiras colocações e, principalmente, do título brasileiro. Situação que faz pensar. Qual ambição do Cruzeiro no Brasileirão a partir de agora?
Reduzir a distância para o líder Flamengo, atualmente em 10 pontos, realmente parece uma missão homérica para a Raposa. A estabilidade rubro-negra,com apenas duas derrotas no torneio, parece indicar que os cariocas não cederão espaço para que equipes tão afastadas retornem a briga pelo título. Acontece que a reta final do turno pode mudar consideravelmente este cenário.
Cruzeiro/Divulgação(Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro/Divulgação)
Neste sábado o Flamengo enfrenta novamente o Grêmio em Porto Alegre e um tropeço abre espaço para que o Cruzeiro passe a depender apenas de si mesmo para reduzir a distância em relação aos cariocas para apenas quatro pontos. Para isso, o time celeste precisaria vencer o Vitória no domingo em Salvador e o próprio Flamengo no Maracanã no outro final de semana, na sequência do duelo contra o rubro-negro, também no Rio, pela Libertadores.
Em um momento crucial dos mata-matas, o Cruzeiro vive também uma fase de definição no Brasileirão. Conquistar ao menos seis pontos no fim do turno, de preferência com uma vitória sobre o Flamengo, é crucial para que o time celeste e a torcida não joguem, definitivamente, a toalha na competição. Fora da briga pelo título desde o bicampeonato em 2014, não há outra alternativa para sobreviver.
Agosto é cruel, sabemos, e o rodízio de peças continuará sendo necessário. Mas não é hora de desistir do Brasileirão. E que as vitórias fora de casa venham nas próximas rodadas para que a competição volte também a encher os olhos celestes.
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João Henrique Castro é professor, historiador e, obviamente, cruzeirense. Daqueles que sabe que nada brilha mais no céu do que as cinco estrelas que traz no peito. |



