A história dos jogadores de futebol que, embora nascidos no Brasil, defenderam as seleções de outros países é tão antiga que antes mesmo de a nossa seleção conquistar o seu primeiro título mundial, um brasileiro já havia sentido o sabor de levantar uma Copa do Mundo: aconteceu em 1934, quando o ítalo-brasileiro Filó, ex-Corinthians, sagrou-se campeão com a Itália.
Se naquela época a naturalização futebolística já dava as suas caras, atualmente é uma realidade muito comum. Exemplos são vários, e neste domingo (28) o duelo entre Bulgária e Itália, pelo Grupo C das Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2022, pode protagonizar um encontro com brasileiros de ambos os lados.
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Emerson Palmieri, lateral-esquerdo do Chelsea, nasceu em Santos e hoje é um dos titulares da Squadra Azzurra treinada por Roberto Mancini; Cicinho, do Ludogorets, também é lateral-esquerdo e agora também começa a escrever seu nome vestindo a camisa da seleção de outro país. A da Bulgária.
Cicinho estreou com a camisa da equipe nacional búlgara em setembro de 2020 e, apesar de nascido no Brasil, o sonho realizado de vestir a camisa de uma seleção, aliado à ótima adaptação ao país, faz com que o defensor de 32 anos sinta-se legitimamente como um representante do país que o adotou.
“É uma sensação de ter o seu trabalho reconhecido. Eu estou neste país há cinco anos e eles me deram a oportunidade de defender o país, pela seleção. Então é uma sensação boa. Tive que aprender a cantar o hino, aprendi a cantar e tenho orgulho de ter aprendido o hino do país. Então, eu defendo esta bandeira com muito orgulho e muita dedicação", afirmou Cicinho para a Goal Brasil.
Getty Images(Foto: Getty Images)
Assim como Emerson, cuja falta de oportunidades na seleção brasileira o encorajou a aceitar a convocação da Itália, a decisão de aceitar o chamado búlgaro não foi difícil para Cicinho – que aqui no Brasil defendeu clubes como Remo, Juventude, Brasiliense, Ponte Preta e Santos.
“Não foi difícil a decisão, porque eu já estava aqui há 5 anos e já estava bem acostumado com o país. Então não foi uma decisão difícil. Foi uma honra. É uma honra defender a seleção da Bulgária, então eu fico muito feliz de poder fazer parte desta seleção", completou.
A última participação da Bulgária em Copas do Mundo foi em 1998, e apesar de estar em uma chave complicada – junto de Itália e Suíça, consideradas favoritas à classificação – ninguém tira o sonho de Cicinho em representar o seu país adotivo no Qatar, em 2022. E como é viver com o coração dividido entre dois países? Segundo o lateral é mais simples do que você pode imaginar.
“A minha relação com a Bulgária é muito boa. Não é à toa que já vou para o meu sexto ano aqui. É um país que me acolheu muito bem. Não só eu, mas como vários outros brasileiros. Assim como eu também gosto do Brasil, é o país que eu nasci. Se Deus quiser a Bulgária estará na Copa. Quando o Brasil estiver jogando eu vou torcer para o Brasil, e quando a Bulgária estiver jogando, com certeza estarei do lado da Bulgária, torcendo para que ambos façam uma boa Copa do Mundo".
