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Santi Cazorla Villarreal 2018-19Getty Images

Cazorla explica por que não seguiu no Arsenal e revela atitude fantástica de Wenger em meio ao seu pesadelo

Evidente que se você for um grande fã de futebol, já está de olhos atentos para o que craques como Messi, Cristiano Ronaldo, Griezmann, Modric, Neymar e tantos outros já estão fazendo nos campos europeus. Mas se você também for grande entusiasta de histórias emocionantes de superação de vida, Santi Cazorla é o nome a ficar de olho.

O talentoso meio-campista espanhol retornou ao Villarreal, aos 33 anos, após vencer um drama pessoal que por muito pouco não resultou na amputação de sua perna enquanto ainda tinha contrato com o Arsenal. Já recuperado, Cazorla foi apresentado de forma mágica em seu retorno ao Submarino Amarelo (como o clube é carinhosamente chamado) e foi titular nas três rodadas da liga espanhola até aqui.

Santi Cazorla Villarreal 2018-19Getty ImagesCazorla, em seu retorno ao Villarreal (Foto: Getty Images)

Em longa entrevista ao jornal inglês The Guardian, Cazorla explicou por que não seguiu no Arsenal, lamentou não ter se despedido dos torcedores londrinos e garantiu uma eterna gratidão ao que o clube fez no período mais sombrio de sua vida. Além disso, revelou uma ajuda impressionante de Arséne Wenger (ex-técnico dos Gunners), que mesmo sabendo de todo o drama pelo qual passaria, fez questão de renovar o contrato do espanhol para que ele pudesse focar apenas em se recuperar. Confira abaixo alguns dos pontos mais emblemáticos da entrevista.

LESÃO E O MEDO DE PERDER A PERNA

Santi Cazorla 09172016Getty ImagesCazorla em 2016, ano da lesão (Foto: Getty Images)

“O intervalo me matou, porque ficou mais frio”, disse, se referindo ao jogo contra o Ludogorets, em 2016, pela Champions League, onde tudo começou. “A dor ficou pior e pior. Naquela noite eu chorei, estava demais. Eu tinha que parar, e aí os problemas começaram”.

“Eu fui operado, e aí tinha o fato de que o ferimento estava aberto. Eu andava na bicicleta (ergométrica) e alguns dos pontos se soltavam (...) Como o ferimento estava aberto, bactérias podem entrar, então o bicho entrou. De noite, saiu um líquido amarelo. E esguichava a cada vez que eles voltavam a me costurar, mais líquido”.

“Eles fizeram um enxerto de pele, mas não viram o que estava lá dentro. A bactéria estava comendo tudo, e eles nunca encontravam qual era a bactéria (...) Disseram para mim: ‘não se preocupe em jogar bola, se concentre em poder brincar com o seu filho ou dar uma leve caminhada’. Mas eu não prestei muita atenção, porque naquele momento eu já havia decidido voltar para a Espanha, onde me disseram coisas absolutamente diferentes”.

Santi Cazorla InjuryMarca(Foto: Reprodução/Marca)

“Eu estava cansado, e passaria por mais dois ou três meses de cirurgias. Fui para Vitória no dia seguinte e foi quando acharam a bactéria. Tinham duas no tendão e uma no osso (...) Ainda não sabiam o quanto do tendão a infecção havia devorado. Mikel (o cirurgião Mikel Sánchez)  disse: ‘eu vou ter que te abrir até encontrar o tendão’. Eles me disseram que tiveram que abrir, abrir, abrir e quando encontraram viram que eu tinha perdido 10 centímetros”.

“Eu tive sorte, eles disseram, porque poderia ter sido mais. Quando ele teve que reconstruir o tendão, percebeu o quão ruim estava a condição do osso. Ele conseguia colocar o dedo por dentro, como se fosse plasticina”.

A INCRÍVEL ATITUDE DE ARSÉNE WENGER

Santi Cazorla Arsene Wenger ArsenalCazorla garante gratidão eterna a Wenger (Foto: Getty Images)

“Arséne sempre me deu apoio. Ele renovou o meu contrato antes da primeira operação, o que foi um gesto incrível”, relembrou. “Ele me chamou: ‘Santi, eu vou validar o seu ano opcional (no contrato). Está aqui, assine e faça a sua operação com a cabeça tranquila’. Aquilo me ajudou a focar na minha reabilitação sem nenhum medo. Serei eternamente grato por isso”.

CONEXÃO ETERNA COM O ARSENAL

Santi Cazorla ArsenalGetty ImagesCazorla passou seis temporadas e ganhou duas Copas da Inglaterra pelo Arsenal (Foto: Getty Images)

“A minha ideia era de fazer no Arsenal o que eu eventualmente acabei fazendo aqui (no Villarreal)”, revelou. “Eles não quiseram, foram muito bons, muito honestos”.

“Eu sabia que quem fosse me contratar teria que me ver primeiro. Ninguém simplesmente te dá um contrato. Pré-temporada com o Arsenal, deixar eles me observarem e aí decidiriam, mas eles não conseguiram esperar para fechar o elenco”.

“Eles me disseram que me ajudariam de qualquer outra forma. Eu entendi e respeitei. Sou eternamente grato. As pessoas me amam lá, e eu sempre terei uma conexão com o Arsenal (...) Não ter conseguido me despedir, jogando no Emirates, é uma pedra no meu sapato. Se eu tivesse que sair, queria que fosse na frente dos torcedores”.

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