Fábio Carille e Jorge Sampaoli chegaram com status de grande contratação de Corinthians e Santos, respectivamente. No entanto, neste começo de temporada, os dois treinadores e as duas equipes vivem situações bem diferentes.
O torcedor do Timão começou 2019 empolgado, com razão. Mas, após quatro jogos, a decepção é o sentimento que toma conta ao ver que Carille não está conseguindo fazer o time render, mesmo com a chegada de reforços de peso. Já os santistas, que começaram o ano preocupados por conta da saída de peças importantes e a falta de contratações, agora estão esperançosos com o bom início de trabalho de Sampaoli.
Claro, é impossível avaliar a qualidade de um trabalho em tão pouco tempo, mas, até aqui, o corintiano tem motivos para se preocupar não apenas pelos resultados ruins (uma vitória, um empate e duas derrotas), mas também pelo fato de a equipe estar jogando mal. Na última quarta-feira (30), o próprio Carille reconheceu que o time foi apático.
Carille era e ainda é visto como uma das grandes esperanças do Corinthians, que, após a sua saída no ano passado, teve um péssimo desempenho no Brasileirão e não conseguiu mostrar um bom futebol com Osmar Loss e nem com Jair Ventura.
Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
(Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
É óbvio que é preciso levar em conta o pouco tempo de preparação, a falta de condicionamento físico e de entrosamento com tantas mudanças no elenco. Mesmo assim, o Corinthians poderia estar rendendo mais. O sempre tão elogiado sistema defensivo já sofreu cinco gols em quatro duelos, enquanto ofensivamente o time sofre com a falta de criação e as poucas oportunidades de gol.
Contra o Red Bull Brasil, por exemplo, Boselli foi titular pela primeira vez e atuou toda a partida, mas acabou sendo pouco acionado. Em uma das únicas chances que teve, quase marcou.
Sampaoli, por sua vez, chegou com certa desconfiança após o fracasso com a Argentina na Copa do Mundo. O torcedor ficou ainda mais preocupado, com a falta de reforços e as saídas de jogadores importantes, como Gabigol, Dodô e mais recentemente Bruno Henrique. No entanto, em pouco tempo, o treinador já criou um DNA próprio, que preza pelo equilíbrio, objetividade e eficiência.
Santos FC
(Foto: Ivan Storti/Santos FC)
Único time com 100% de aproveitamento no Paulistão, o Peixe já marcou sete gols em três jogos e o mais impressionante é que não sofreu nenhum. No clássico do último fim de semana contra o São Paulo, o primeiro grande desafio de 2019, a equipe quase não foi incomodada. O Alvinegro praiano dominou o San-São.
A variação de jogadas, o jogo coletivo e a aproximação entre os jogadores são algumas das características presentes até aqui. O Santos mostra ter a capacidade de agredir quando tem a bola e se defender quando preciso. Óbvio que assim como não podemos ainda avaliar como ruim o trabalho de Carille ainda é cedo para cravar o sucesso de Sampaoli no Peixe. O próprio Sampaoli cobra mais reforços da diretoria e diz que a equipe precisa evoluir.
Contudo, o bom início de ano e a rapidez com que a equipe encontrou uma forma de jogar com Sampaoli deixam os santistas animados para a sequência de 2019. Do outro lado, os preocupados corintianos esperam e dão tempo para que Carille encontre o time ideal, mas, ao menos, cobram que o treinador encontre uma forma de fazer a equipe reagir visando o clássico contra o Palmeiras, neste sábado (2), no Allianz Parque.


