A Hummel, fornecedora do material esportivo da Dinamarca, fez um protesto contra o Qatar, país-sede da Copa do Mundo 2022, em suas redes sociais e no uniforme da seleção dinamarquesa para a competição.
Para a disputa do Mundial, a patrocinadora lançou um uniforme com o escudo do país e seu logo praticamente invisíveis nas três camisas de jogo, inclusive no uniforme do goleiro.
Em um comunicado, empresa disse: "Com as novas camisas da seleção dinamarquesa, queríamos enviar uma dupla mensagem. Não só são inspiradas pela Euro de 1992, prestando homenagem ao maior sucesso do futebol dinamarquês, mas também um protesto contra o Qatar e o seu histórico em matéria de direitos humanos."
"É por isso que afinamos todos os detalhes das novas camisas da Dinamarca para a Copa do Mundo, incluindo o nosso logotipo. Não queremos ser visíveis durante um torneio que custou a vida a milhares de pessoas. Apoiamos a seleção dinamarquesa até o fim, mas não apoiamos o Qatar como sede do Mundial."
"Acreditamos que o esporte deve unir as pessoas. E quando tal não acontece, queremos marcar uma posição", afirmou a marca.
O torneio realizado no país qatarí foi alvo de duras críticas - inclusive da Anistia Internacional - sobre a violação dos direitos humanos contra trabalhadores e sua posição sobre os direitos LGBTQIA+. Como resultado, houve pedidos de boicote à competição, embora nenhuma nação tenha ido a fundo nessa questão.
Lançada no dia 19 de setembro, a camisa "home" conta com uma versão diferente das anteriores. Dessa vez, o uniforme principal da seleção é totalmente vermelho, com apenas alguns detalhes em tom sobre tom. Além disso, com o escudo e logo praticamente invisíveis.
A terceira camisa, por exemplo, foi produzida totalmente na cor preta, representando o luto, para homenagear os trabalhadores que morreram durante a construção de alguns dos estádios. Segundo um levantamento do The Guardian, mais de 6 mil pessoas perderam a vida na construção da infraestrutura da Copa.
Segundo a fornecedora, é o modelo perfeito para este uniforme da Dinamarca, simbolizando o protesto contra o histórico do Qatar com os direitos humanos e seu tratamento com os trabalhadores imigrantes, que construíram os estádios da Copa do Mundo no país.
Classificada no Grupo D, a Dinamarca enfrenta a Tunísia nesta terça-feira (22). A equipe ainda tem pela frente a França e Austrália na sua chave da Copa do Mundo 2022.
