A bola parada fez a diferença para a Seleção Brasileira levar a melhor sobre a Argentina, com Miranda subindo para anotar, de cabeça, após escanteio, o único gol no duelo realizado nesta terça-feira (16) na Arábia Saudita. No entanto, quando o assunto é estufar as redes em cobranças de faltas o Brasil segue a amargar um jejum que já dura 56 jogos.
Neymar foi o último a ter estufado as redes após uma cobrança de tiro livre fora da área. Aconteceu no já longínquo setembro de 2014, em vitória por 1 a 0 sobre a Colômbia. A grande ironia é que na última década jogadores brasileiros seguiram como referência no bater de faltas defendendo seus clubes na Europa.
O próprio camisa 10 da Seleção Brasileira é uma das maiores referências na atualidade. No início deste mês de outubro, inclusive, Neymar fez dois belíssimos gols de falta nos 6 a 1 do PSG sobre o Estrela Vermelha, em duelo válido pela fase de grupos da Champions League. Considerando os últimos dez anos da principal competição de clubes europeus, o capitão de Tite só fica atrás de um outro brasileiro neste quesito.
| Jogador | Chutes | Gols | Aproveitamento |
|---|---|---|---|
| Cristiano Ronaldo | 109 | 10 | 9.17% |
| Messi, Lionel | 80 | 4 | 5% |
| Pjanic, Miralem | 29 | 3 | 10.3% |
| Neymar | 12 | 5 | 41.6% |
| Alonso, Xabi | 11 | 3 | 27.27% |
| Willian | 9 | 4 | 44.4% |
Pois se o português Cristiano Ronaldo foi quem mais estufou as redes em cobranças de faltas, anotou os seus 10 gols com um total de 109 tentativas. Neymar soma cinco em seu nome, após 12 arremates divididos entre Barcelona e PSG. O aproveitamento de 41.6%, só não é maior do que o de Willian. O ponta do Chelsea, que não esteve na lista de convocados para os amistosos contra Arábia Saudita e Argentina, tem 44.4% de sucesso nos últimos dez anos: as redes balançaram quatro vezes em nove chutes.
Contra a Argentina, foram duas as tentativas: Neymar e Casemiro desperdiçaram. Apesar de ainda ter as referências deste fundamento, o Brasil segue sem conseguir aproveitá-lo da melhor maneira. Perguntado sobre o assunto na entrevista coletiva após a conquista da taça entregue ao vencedor do Superclássico, Tite não soube encontrar respostas. E, realmente, este é um mistério que talvez apenas o tempo poderá acabar. Qualidade para isso, não falta.