+18 | Conteúdo Comercial | Aplicam-se termos e condições | Jogue com responsabilidade | Princípios editoriais

Brasil goleia Bolívia em jogo que parecia treino: o que dá para tirar da vitória?

Depois de quase um ano sem entrar em campo, por causa da pandemia de Covid-19, a seleção brasileira estreou nas Eliminatórias sul-americanas para o Mundial de 2022 com goleada sobre a Bolívia: vitória por 5 a 0 , dentro da Neo Química Arena, em São Paulo. Mas diante de um adversário tão frágil, qual é o saldo que podemos tirar deste jogo - que na verdade pareceu mais ser um treino - além dos três pontos conquistados?

Futebol ao vivo ou quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!

Antes do apito inicial, a grande questão para Tite estava na montagem do ataque. A estratégia foi a de apostar em Neymar e Coutinho mais centralizados, atrás de Firmino, embora também com liberdade para caírem pelos lados, com Everton Cebolinha na ponta-direita (longe de suas características) e Renan Lodi, lateral-esquerdo, tendo carta branca para chegar ao ataque e fazer uma linha de cinco homens de frente – dando a amplitude tanto para ajudar na criação de espaços a serem aproveitados pelos armadores, ou para centralizar a bola dentro da área.

O resultado desta opção de Tite foi bom não apenas pelo placar, mas pelo entendimento que os jogadores tiveram nesta formação, algo ainda mais importante se levarmos em conta a falta de entrosamento das peças: Lodi foi um dos mais ativos nas transições, como já vinha fazendo na Espanha com o Atlético de Madrid, e deu a assistência para Roberto Firmino fazer o 2 a 0 (Marquinhos abriu o marcador, de cabeça, após cruzamento de Danilo); Firmino voltou a ir às redes, desta vez com passe de Neymar; Philippe Coutinho, que vai dando indícios de recuperação em seu retorno ao Barcelona, participou do lance do quarto gol (contra, marcado por Carrasco) e escreveu o ponto final da goleada ao aproveitar passe de Neymar.

Cebolinha, isolado na ponta-direita, foi a única engrenagem a não ter dado certo. Algo de certa forma esperado, levando em conta que o jogador, acostumado a atuar do outro lado, não é a primeira opção para o setor – Gabriel Jesus, cortado por lesão, era quem vinha ocupando esta faixa de campo, sendo Richarlison, Rodrygo (que entrou e cabeceou em cima de Carrasco no lance do gol-contra boliviano) e até Everton Ribeiro outras opções.

Mas quando uma goleada não está recheada de um tom de euforia e sorrisos, é porque algo pode estar estranho. Esta estranheza reside no fato de que a Bolívia é ainda hoje o que sempre foi: uma presa fácil para o Brasil quando não joga na altitude. E frente a esta realidade, qual seria o real saldo a ser tirado deste 5 a 0 além dos três pontos somados? O jogo, afinal de contas, foi praticamente todo disputado no campo de ataque e na única vez que os bolivianos levaram algum perigo para Weverton foi em um momento de concentração mais baixa, com o placar já em 3 a 0.

Dizer que o jogo pareceu um treino de luxo, ou avaliar que em determinados momentos faltou, ao Brasil, um pouco mais de concentração para finalizar melhor – e escrever um placar ainda mais elástico – ou tomar decisões melhores no último terço pode parecer uma crítica exagerada. Mas não é esta a intenção: vale relembrar que estamos falando de equipes de níveis completamente distintos, que não disputavam jogos há quase um ano, o que naturalmente traz como consequência desentrosamentos. Além disso, ainda tivemos a realidade de um estádio vazio por causa dos cuidados necessários em meio à pandemia.

Tendo a seleção brasileira aberto 2 a 0 com 30 minutos, em meio a todo este cenário descrito, não é um absurdo pensar que os jogadores pudessem relaxar um pouco diante de um oponente tão frágil no primeiro jogo após tanto tempo.

O ponto mais significante da goleada pode ter sido os três primeiros minutos de jogo, quando a seleção brasileira sufocou o adversário, mostrando, com o desenho de ataque pensado por Tite, talento, velocidade e intensidade. É impossível não concordar que a seleção brasileira fez uma estreia muito boa nas Eliminatórias, mas também está claro que testes muito mais difíceis estão por vir. O que abre espaço para otimismo está no bom entendimento das peças ofensivas.

Publicidade

ENJOYED THIS STORY?

Add GOAL.com as a preferred source on Google to see more of our reporting

0