“O Jefferson também está com muita motivação, apesar de já ter na cabeça que vai parar. Ele está treinando muito bem”.
A frase é de Flávio Tênius, treinador de goleiros do Botafogo em entrevista exclusiva para a Goal Brasil. Jefferson, um dos maiores ídolos do clube em todos os tempos, já anunciou que encerra sua carreira profissional no final de 2018 e pelo jeito não tem a intenção de voltar atrás.
Colocando de lado a decisão pessoal, que é soberana e deve ser respeitada, será que o goleiro que mais jogos disputou pelo Botafogo em toda a história [445 partidas] não poderia seguir em campo por mais alguns anos?
FlickrUm dos maiores ídolos da história do clube (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
Jefferson completou 35 anos em janeiro, e como goleiro poderia seguir a sua carreira por mais algumas temporadas – vale lembrar que Gianluigi Buffon, da Juventus, completou 40 primaveras. Não apenas isso: o seu desempenho desde que se recuperou da grave lesão sofrida no cotovelo, que o tirou de campo por mais de um ano, foi satisfatório.
RECUPERADO DO INÍCIO IRREGULAR EM 2018
FlickrEm 2017, Jefferson disputou seis jogos no Brasileirão – já que Gatito Fernández havia garantido o seu lugar como titular do time. Sofreu cinco gols, e teve uma das porcentagens de defesa mais ealtas da competição nacional: 78.26%, número muito próximo ao de goleiros como Cássio (78.36%) e Marcelo Grohe (78.46%). Dentro da área, onde o grau de dificuldade costuma aumentar, o aproveitamento de 80% também foi um dos melhores.
Nesta atual temporada, no entanto, o péssimo início do time também atrapalhou o seu desempenho. Jefferson sofreu 11 gols em 9 jogos, dois deles na eliminação precoce do time na Copa do Brasil, para a Aparecidense. Alguns torcedores criticaram o excesso de ‘golpes de vista’ do camisa 1, e o rendimento realmente não parecia com o que o transformou em um dos melhores de sua posição na última década de futebol brasileiro.
Mas aí veio o jogo contra o Flamengo, na semifinal do Campeonato Carioca. Com um time apresentando resultados melhores sob o comando de Alberto Valentim, a segurança do camisa 1 também voltou a crescer e seu desempenho na vitória por 1 a 0 sobre o Rubro-Negro foi decisivo no caminho rumo ao título estadual.
Flickr(Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
“Se a gente estivesse jogando até agora de manhã, não daria para fazer o gol”, afirmou à Goal um jogador rubro-negro, destaque naquele jogo. Mais tarde, após comemorar o título estadual conquistado do banco de reservas contra o Vasco, Jefferson reconheceu a importância de sua exibição naquela vitória.
“A minha final foi contra o Flamengo (...) Entrou para o meu Top 5”, afirmou.
Flickr(Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
É claro que Jefferson ainda poderia seguir atuando em alto nível após 2018. Mas ao ver a passagem de bastão dentro do clube – algo elogiado por Flávio Tênius em sua entrevista – um dos maiores ídolos de toda a história alvinegra parece saber o que está fazendo. Afinal de contas, tomada de decisões sempre foi um de seus pontos fortes.