Quando o time feminino do Barcelona entrar em campo no Philips Stadion, em Eindhoven, no dia 3 de junho, será sua quarta participação numa final de Champions League nos últimos cinco anos. São números que nem a equipe masculina alcançou durante sua época dourada, entre 2006 e 2015, quando venceram o maior torneio europeu quatro vezes.
Caso vença a partida contra o gigante alemão Wolfsburg, será o segundo título do Barcelona nos últimos três anos - igualando assim as conquistas de Lionel Messi e companhia entre 2009 e 2011. Com isso, a equipe já poderia ser considerada a maior da história do Barcelona.
Esta temporada foi incrível para a equipe feminina da Catalunha, mesmo sem poder contar com a vencedora de duas Bolas de Ouro, Alexia Putellas, durante a maior parte da campanha. Não fosse a derrota para o Madrid CFF na última rodada do Campeonato Espanhol, teria sido, inclusive, mais uma temporada invicta.
Mesmo assim, seu recorde na Liga F nesta temporada foi sensacional - com 28 vitórias em 30 jogos, 118 gols marcados e apenas 10 sofridos. O time manteve a ótima fase na Europa também, onde não venceu apenas duas das partidas que disputou. Se conseguir só mais uma vitória, o Barcelona vai fechar com chave de ouro.
Na última vez em que o Barcelona venceu dois títulos europeus em três anos, Messi era a estrela da equipe, embora apoiado por um elenco incrível. Além do trio magnífico formado por Sergio Busquets, Xavi e Andrés Iniesta no meio campo, o argentino também contava com Pedro e David Villa, que atuavam ao seu lado no ataque daquele time memorável que venceu o Manchester United na final de 2011.
Então, quem são as estrelas da equipe feminina do Barcelona que está a apenas um passo de alcançar esse feito? Em parceria com o Heineken's Fresher Football, a GOAL te conta os detalhes…
Mapi Leon
GettyNão há outra zagueira no futebol feminino como Mapi Leon. Ela é uma defensora que sabe jogar com a bola nos pés, uma exigência tanto do futebol moderno quanto do Barcelona, além de possuir excelentes capacidades defensivas.
Seus números na Liga dos Campeões Feminina da UEFA deste ano demonstram isso com clareza. Nenhuma jogadora completou mais passes na competição e, de quebra, nenhuma roubou mais a bola também. Além disso, ela é a segunda jogadora com o maior número de passes certos no campo de ataque e está empatada em quinto lugar em chances de gol criadas. Nada mau, não?
“Estou muito feliz aqui, acho que dá para perceber” disse Leon em uma entrevista para a SPORT recentemente. “Acho que também fica claro pela minha performance. É difícil para uma jogadora dar o seu melhor se ela não estiver feliz na equipe ou na cidade. E eu estou muito feliz.”
Dá para perceber, com certeza.
Fridolina Rolfo
GettyQuando Fridolina Rolfo se transferiur para o Barcelona no verão de 2021, a pergunta que não queria calar era: onde ela vai jogar? O clube não estava precisando de uma ponta esquerda e, realmente, esta não foi a posição na qual ela mais brilhou no time desde que chegou.
Rolfo então se adaptou a uma nova posição: a de lateral esquerda. Em um time como o do Barcelona, esta é uma posição que basicamente serve como uma segunda ponta esquerda quando a equipe já tem a posse de bola, então a sueca tem conseguido mostrar suas habilidades no ataque.
Porém, o que mais impressiona desde que ela chegou na Catalunha foi a evolução de suas habilidades defensivas. Ela está empatada em primeiro lugar com a Leon como a jogadora que mais vezes recuperou a posse de bola na Liga dos Campeões Feminina da UEFA nesta temporada, e também está empatada com ela no número de chances de gol criadas.
Muitas vezes, colocar uma jogadora mais ofensiva numa posição mais defensiva pode limitá-la. No caso da Rolfo, ela está brilhando mais do que nunca.
Patri Guijarro
GettyA heroína não reconhecida deste time do Barcelona é Patri Guijarro. Qualquer pessoa que tenha assistido à equipe jogar entende bem que a habilidade dela com a bola nos pés no meio-campo é crucial para criar as jogadas de ataque, além de sua visão de jogo, que muitas vezes impede que suas adversárias partam em contra-ataque.
Sua posição normalmente é mais associada a passes laterais e recuos de bola, mas as contribuições de Guijarro no campo de ataque são fundamentais. Apenas duas jogadoras completaram mais passes no campo de ataque na Liga dos Campeões Feminina da UEFA nesta temporada.
“Com certeza acho que ela está entre as melhores meio-campistas do mundo, e acho que ela não recebe o devido reconhecimento”, disse a Keira Walsh, que se transferiu para o Barcelona no verão passado, no início da temporada. “Acho que quem participar da votação da Bola de Ouro tem que levar ela em consideração.”
Esse, sim, é o tipo de reconhecimento que a jogadora de 25 anos merece ter com mais frequência.
Aitana Bonmati
GettyHá alguma jogadora na Europa melhor que Aitana Bonmati nesta temporada? É difícil dizer que sim. A ausência de Putellas e a chegada de Walsh fizeram com que o meio campo tivesse que assumir mais responsabilidade neste ano, e Bonmati se saiu muito bem.
Com cinco gols e seis assistências em 10 partidas, ela teve participação direta em mais gols que qualquer jogadora na Liga dos Campeões Feminina da UEFA. Apenas Manuela Giugliano da Roma criou mais chances de gols.
Além disso, como é a tendência nesta equipe do Barça, as características ofensivas da meio-campista se complementam perfeitamente com as defensivas. “Há três ou quatro anos, eu decidi que se eu quisesse ser uma jogadora completa, também precisaria fazer este tipo de coisa,” ela falou para a GOAL no início da temporada. “Não posso apenas marcar gols e dar assistências, também preciso ajudar a equipe na defesa.”
Nenhuma jogadora recuperou a bola mais vezes no campo de ataque. A inteligência de Bonmati ao pressionar as adversárias e sua leitura de jogo muitas vezes ajudam o Barcelona a recuperar a bola em zonas perigosas.
Caroline Graham Hansen
Getty ImagesInfelizmente, não vimos muitas partidas de Caroline Graham Hansen nesta temporada devido a uma lesão na coxa que impediu ela de atuar por cinco meses. Seu retorno, no início de março, foi marcante. Em apenas 20 minutos, ela fez um hat-trick depois de sair do banco de reservas. Ela também marcou sete gols em sete jogos entre abril e maio, incluindo os dois que deram a vaga do Barça para a final da Liga dos Campeões Feminina da UEFA.
O primeiro gol dos dois marcados nas semifinais foi um dos mais bonitos no torneio desta temporada. Foi um verdadeiro foguete contra o Chelsea, que calou a torcida no Stamford Bridge.
Descrita por sua companheira Lucy Bronze como “uma jogadora muito especial”, Graham Hansen com certeza compensou o tempo que passou fora com suas contribuições nos últimos meses. Sempre que está apta a jogar e em campo, ela tem sido consistentemente uma das estrelas dessa equipe do Barcelona.
Asisat Oshoala
Getty Com cinco gols e três assistências na Europa na temporada, apenas duas jogadoras tiveram mais participações em gols que Asisat Oshoala na maior competição de clubes na temporada.
A jogadora da seleção da Nigéria não é uma jogadora "tiki-taka" como Leon ou Bonmati, mas, assim como Graham Hansen, ela coloca um ritmo diferente e oferece algo diferente no ataque, o que ela mesma reconhece como um dos principais motivos de ser uma peça importante para o campeão espanhol.
“Para ser honesta, acho que meu estilo de futebol é bem diferente do estilo da equipe,” ela disse à GOAL no passado. “Não é o mesmo, mas no final das contas, quando você chega em determinados lugares ou quando joga para determinados times, você precisa mudar o jeito que joga se quiser vencer.
“Acho que estou aqui agora porque sou uma boa finalizadora e por causa da minha movimentação na área. Eu faço questão de acertar o timing bem. Eu poderia mencionar também as finalizações, a velocidade e outras habilidades que não costumam fazer parte do estilo de jogo do clube, mas que podem ser necessárias em alguns jogos. É algo que eu posso oferecer.”
