Em entrevista no CT Ninho do Urubu, o volante Willian Arão comentou sobre os pedidos recebidos das famílias de Jorge Eduardo e Rykelmo para homenagear os dois jovens que morreram no incêndio ocorrido na última sexta-feira (8).
"Eu me sinto muito honrado, muito emocionado em saber que, de algum modo, eu tive uma influência positiva na vida desses garotos. Mesmo eu sendo falho, cometendo erros, eles se viam em mim e queriam parecer comigo. Isso para mim é muito emocionante, muito forte. Eu não vou levar eles apenas nas minhas costas, mas tamém na minha vida", revelou o camisa 5.
Sobre a partida contra o Fluminense, marcada para a próxima quinta-feira (14), Arão explicou sobre o fato de não ser um jogo comum.
"Vai ser difícil. Não é só mais um jogo, mais um clássico. Como eu disse, não tenho palavras para descrever como vai ser. Só nos resta acordar amanhã e dar um passo adiante. Vamos tentar dar o nosso melhor e estarei levando os nomes deles comigo, no meu coração e nas minhas costas. Sei que era o sonho deles jogar no Maracanã um dia, chegar no elenco profissional, então eu vou dar o meu máximo possível", acrescentou.
O volante também lembrou de uma foto tirada com Jorge Eduardo em 2016 e refletiu sobre a importância que os jogadores profissionais têm sobre os atletas da base.
"Essa foto foi no primeiro ano que eu estive aqui. Eu estaria mentindo para você se eu falasse que lembro de tudo daquele momento, mas temos contato diário que temos com os garotos, com cada um dessas crianças. É possível ver o brilho no olhar delas. Muitas vezes a gente olha e elas estão arrepiadas, emocionadas só de ter um contato com a gente, abraçando, tirando foto, tendo um contato com a gente. Então, como eu disse, o fato de eu poder, mesmo com as minhas falhas, ensinar algo para esses garotos, é muito emocionante e forte. Com certeza ele foi um dos garotos que eu vi o brilho no olhar e, só de poder fazer essa homenagem a ele, eu me sinto honrado", salientou.
Além de admitir o sentimento de tristeza e dor, Willian também falou sobre o fato de buscar força em pessoas próximas para atravessar o momento com os companheiros de elenco.
"Eu acho que é o momento de a gente se ajudar. Talvez tenham alguns que estejam sentindo isso tudo mais aqui, outros quando estão em casa... Por isso é importante ter alguém para se apoiar. Cabe a cada um de nós se ajudar para que possamos dar esse próximo passo. A dor não vai passar, mas a gente vai conseguir juntar forças para seguir em frente. As palavras do professor Abel foram muito importantes e a gente precisa honrar os sonhos desses meninos dentro de campo. Saber que vamos entrar aqui e 10 desses meninos não estarão aqui e honrar o sonho deles dentro de campo, fazendo o nosso melhor. Obviamente, quando vocês filmarem, vão perceber que estaremos rindo ou fazendo uma brincadeira, mas não quer dizer que não estejamos sentindo ou no nosso momento de culto também. A gente precisa criar forças para seguir adiante", completou.




