

Na entrevista coletiva prévia ao encontro de Portugal e Uruguai, o técnico luso, Fernando Santos, disse que se Cristiano Ronaldo jogasse sozinho a sua equipe seria eliminada para a Celeste.
Mas no jogo em que, ainda com todas as evidentes limitações, a equipe teve a sua melhor exibição nesta Copa do Mundo, Cristiano Ronaldo foi anulado pela forte marcação uruguaia e termina o que talvez seja o seu último Mundial ainda sem ter conseguido deixar a sua marca em mata-matas (uma coincidência que o liga a Lionel Messi).
Cavani decidiu para os uruguaios em noite inspirada, mas também porque a equipe de Óscar Tabárez soube explorar muito bem os contra-ataques e conseguiu ser mais objetiva para emplacar o 2 a 1: dentre as cinco finalizações gerais, três foram na direção de Rui Patrício (que fez uma bela defesa) e duas terminaram no gol – as primeiras tentativas nas etapas inicial e final.
Dúvida antes de a bola rolar, William Carvalho fez o seu melhor jogo e Bernardo Silva também ajudou a dar um pouco mais de qualidade no meio-campo (foram os dois que mais trocaram passes, com aproveitamento de 92.8% e 88.2% respectivamente, segundo a Opta Sports). Só que o problema foi cadenciar muito ações que deveriam ter sido mais rápidas, para furar a excelente defesa uruguaia.
Porque se Portugal não é um time dotado de grande talento individual, acelerar os toques é a melhor forma de vencer uma barreira defensiva. O gol de Pepe, de cabeça após escanteio, foi uma exceção em partida na qual o goleiro Muslera não precisou fazer nenhuma grande defesa.
Getty ImagesMuito longe da área, e sem conseguir se posicionar bem (Foto: Getty Images)
Sem muita inspiração, Cristiano Ronaldo teve que sair mais da área. Foi o ‘X’ da questão, já que o craque português é cada vez mais letal dentro da caixa. Os lusos tentaram até o fim, mas sem qualidade e com pouca participação de sua estrela maior: em seis finalizações, CR7 só acertou uma e foi eliminado em sua pior apresentação nesta Copa.
Contra o Uruguai, CR7 arriscou 6 chutes... apenas um a gol (Foto: Getty Images)
Ainda que tenha decepcionado em sua última partida, e apresentado um desempenho decrescente na Rússia, Cristiano Ronaldo fez o seu melhor Mundial: dobrou o número de gols marcados em relação às suas últimas três participações e cumpriu com o objetivo maior de fazer Portugal avançar ao menos da fase de grupos.
Não foi o bastante para seguir em frente, mas o suficiente para voltar para casa com a cabeça erguida.
