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Massimiliano Allegri JuventusGetty

Allegri fez da Serie A uma rotina para a Juventus que mirava a Champions

Após cinco temporadas de domínio praticamente absoluto na Itália, Massimiliano Allegri foi demitido da Juventus. O treinador, cinco vezes campeão da Serie A e outras quatro da Coppa Itália desde a sua chegada, ainda tinha contrato por mais um ano. Uma decisão que deixa um sentimento estranho para boa parte dos torcedores bianconeri: a mistura do alívio, por encerrar uma relação que já estava desgastada, com o respeito por um dos comandantes mais vitoriosos na história do clube.

Allegri chegou a Turim em 2014 para substituir Antonio Conte, treinador ídolo da torcida também pelo passado como jogador do clube. Massimiliano foi anunciado após quatro anos no Milan, que sob o seu comando foi, em 2011, o último time fora a Juventus a conquistar a Serie A. O histórico pela equipe de Milão fez com que parte da torcida lhe recebesse tacando ovos em seu carro nos primeiros dias. A resposta, contudo, veio de forma inquestionável: títulos e a ampliação de um domínio que já vinha fazendo história.

O novo treinador pegou a base deixada por Conte, que vinha de um tricampeonato na Serie A, e elevou ao mais alto nível em todos os tempos dentro da Itália. Fora das fronteiras, também fez a Velha Senhora recuperar um protagonismo inexistente desde o rebaixamento em 2006 – fruto de um escândalo de manipulação de resultados. A Juventus chegou a duas finais de Champions League, mas teve o azar de enfrentar o Barcelona do Trio MSN em 2015 e de estar no caminho de um Real Madrid histórico sob o comando de Cristiano Ronaldo em 2017. Também caiu uma vez nas oitavas e outras duas nas quartas de final, a última delas nesta temporada. Foi o golpe fatal justamente quando mais se esperava de seu time.

Cristiano Ronaldo Massimiliano Allegri Juventus Serie AGettyTer "apenas" Cristiano Ronaldo não foi o bastante para a Juve de Allegri na Champions (Foto: Getty Images)

Na busca do título europeu que não é seu desde o longínquo 1996, a Juventus conseguiu tirar Cristiano Ronaldo do Real Madrid. Impossível mirar algo que não fosse a Champions League, mesmo levando em consideração o discurso oficial de Allegri de que a sua principal missão era a Serie A. Os italianos passaram da fase de grupos, e quando começou o mata-mata ficou evidente que a equipe já não estava tão competitiva quanto se acreditava. Avançou nas oitavas de final, após perder por 2 a 0 na ida para o Atlético de Madrid, graças a uma exibição aterrorizadora de CR7, autor dos três gols que levaram a Velha Senhora adiante. Na fase seguinte, contudo, não conseguiu frear a juventude ofensiva e encantadora do Ajax. Cristiano fez dois gols no somatório dos jogos – os únicos da Juve. Os holandeses fizeram três e avançaram.

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O sonho de título europeu ruiu justamente na temporada da maior contratação feita pelo clube, e com a marca de um conjunto que não fez dele o que se esperava. Cristiano Ronaldo foi o autor de todos os cinco gols da Juventus no mata-mata, mas não teve quem o seguisse no mesmo nível. Com o desgaste de cinco anos de vestiário e os problemas que muitas vezes surgem nas relações pessoais, a situação de Allegri começava a ficar obscura. A eliminação para a Atalanta nas quartas de final da Coppa Itália, transmitida pelo DAZN (assim como o próprio Campeonato Italiano), também não ajudou. Foi a única vez em sua passagem pelo clube que Allegri não terminou com a taça.

Allegri deixa a Juventus pela porta da frente, como um dos mais vitoriosos do clube e na história do futebol italiano. Se não conseguiu superar Giovanni Trapattoni como treinador mais vezes campeão da Serie A (ficou apenas a um de igualar), Massimiliano teve aproveitamento de pontos absurdamente superior. Com 23 campanhas de Campeonato Italiano em suas costas, Trapattoni somou 1266 pontos. Média de 55 por temporada. Nas suas 11 caminhadas, o agora ex-comandante juventino contabilizou 802 – 72.9 na média por campanha.

O grande problema é que conquistar a Itália não era mais o bastante para uma Juventus que, de forma inédita, enfileirou oito Scudettos (símbolo entregue ao campeão do país). Virou rotina, passou a ter o senso de obrigação e nada mais. Ter conquistado cinco vezes o maior prêmio de seu país não era mais o bastante para um clube que só queria voltar a levantar a Champions League.

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