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Ajax - Juventus, 04102019PROSHOTS

Ajax, nunca te esqueceremos! A trajetória de um pequeno grande time que conquistou o mundo

O Ajax carrega um nome de peso, homenagem feita ao herói grego que teve participação na Guerra de Troia, e uma camisa ainda mais pesada na história do futebol. Através do Esporte Bretão, o clube de Amsterdã criou a sua mitologia própria.

Ajax deixou de ser apenas um herói e tornou-se, simbolicamente, qualquer um que vista a camisa alvirrubra. É algo presente até mesmo no escudo do clube. Repare bem no desenho e conte as listras que esboçam o rosto do herói grego: são 11 traços que representam quem está no gramado.

E o que não falta na história do clube mais icônico da Holanda são grandes heróis. De Cruyff e o esquadrão que dominou a Europa nos anos de 1970 a craques, como Van Basten, que surgiram lá nos anos 80. E, claro, os que pela última vez conquistaram o continente em 1995 e quase repetiram o feito em 1996.

Mas desde então a dinâmica do futebol mudou. O poder aquisitivo passou a ditar as regras e, na Europa, países menores, como a própria Holanda, foram perdendo o protagonismo de antes na maior competição de clubes do Velho Continente.

É por isso que abrir um sorriso enquanto este Ajax 2018-19 entrou em campo na Champions League foi algo tão único. Ao mesmo tempo em que víamos azarões em campo, a torcida pelo lado mais fraco era, ao mesmo tempo, por uma das camisas mais pesadas da história do futebol. E o mais importante de tudo: um time envolvente que trata a bola com o maior carinho, honrando uma tradição que vem exatamente desde o time que tinha Cruyff como grande protagonista.

Johan Cruyff, aliás, que nos últimos anos antes de seu falecimento, em 2016, ajudou o Ajax em sua última grande revolução, que gerou frutos exatamente através desta equipe atual. O eterno camisa 14, que também teve sucesso como treinador, entrou em contato com os heróis vitoriosos dos anos 90 - como Van der Sar e Overmars - e reuniu uma equipe de peso e relevância no clube para uma função: fazer dos jovens que lá estavam o melhor que eles poderiam ser. Como não era mais possível competir no dinheiro, o foco foi todo para prepara-los mental e fisicamente, da melhor forma possível, para jogarem o jogo entranhado no DNA do clube. Ou seja: aperfeiçoar o que já era muito bom.

Nomes como Van de Beek, De Ligt e De Jong foram alguns dos primeiros a aparecerem com destaque. Mas o time mais jovem a ter chegado no mata-mata desta Champions League (média de 24 anos) teve tantos bons valores quanto os riscos que desenham o herói grego em seu escudo. Tadic, por exemplo, protagonizou uma das maiores exibições individuais no momento de virada para este Ajax: os 4 a 1 sobre o Real Madrid em pleno Bernabéu, eliminando os atuais tricampeões em plena capital espanhola. E para não servir de desculpa que os merengues não contam mais com Cristiano Ronaldo, os garotos ainda despacharam a Juventus do atacante português nas quartas - com David Neres sendo decisivo ao fazer um golaço no 1 a 1 do primeiro confronto.

A queda para o Tottenham na semifinal doeu pela circunstância, com gol sofrido no último minuto, mas não vai diminuir o feito dos holandeses.

Dentre as 16 equipes que passaram da fase de grupos, até a sua eliminação para o Tottenham na semifinal, nenhuma finalizou mais vezes (104, mesmo número do Liverpool) ou criou mais oportunidades ofensivas (81, empatado também com os Reds). Um time do ‘jogo moleque’, que mostrou qualidade e fez o mais importante no esporte: encantou no mais alto nível.

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