Zico analisa novo ciclo da seleção brasileira e rasga elogios a Neymar: "um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro"

“Eu vi como normal, mas só levaram para o outro lado, o lado de comparação e em nenhum momento ele fez uma comparação comigo. Ele fez apenas um comentário, de mais um jogador que atingiu o estágio que eu atingi e não conseguiu a Copa do Mundo e ele está nesse estágio também. Ele é um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, do Santos, fez história na Europa. É um jogador que eu sou fã pela qualidade dele. Eu já disse para ele muitas vezes que é importante estar preocupado com o que acontece dentro de campo. Um jogador de futebol não pode aparecer mais na imprensa pelo o que faz fora de campo. Ele é um cara que eu gosto muito e tomara que ele tenha condições ainda de ganhar uma Copa do Mundo. Pelo futebol que ele tem, ele merece”.

"O Messi ganhou com 35, então dá tranquilo. É importante ele estar em um bom estágio, fisicamente. Hoje o jogador de futebol tem mais longevidade, mais condições de se recuperar das próprias lesões, tem mais infraestrutura de trabalho. Agora, muitas vezes você tem que abdicar de certos prazeres da vida para se preocupar só com a sua carreira e hoje temos dois grandes exemplos que não é à toa que disputaram a bola de ouro o tempo todo que são o Messi e o Cristiano Ronaldo. O Messi nasceu com o dom, de genialidade, o Cristiano foi um cara que teve que trabalhar para conseguir chegar nesse estágio. Tem que servir de exemplo. Se eu estivesse começando a jogar agora eu ia estar atento ao que os dois fazem, eles são as grandes referências".

“Não. Eu fui um jogador altamente coletivo, preocupado com a equipe, sempre dei o meu máximo, procurei fazer o máximo, Infelizmente em Copas do Mundo eu tive problemas, seja na primeira que disputei como na terceira, problema de contusões. Só a Copa de 82 que eu disputei no melhor da minha condição e mesmo assim quase não joguei contra a Itália porque contra a Argentina levei uma entrada violenta do Passarela, mas deu tempo de me recuperar. É normal que as pessoas cobrem, vinha tendo a imagem de um dos mais importantes da seleção. Nós não ganhamos, mas quantos grandes jogadores da história do futebol não tiveram a felicidade de ganhar a Copa do Mundo? Inclusive um dos meus ídolos, que eu tenho como grande referência e o considero entre os cinco maiores jogadores de todos os tempos que é Cruyff ele não teve a oportunidade de ser campeão do mundo. Eu não me incomodo com isso, não deixei de dormir por isso porque meu trabalho foi feito de maneira profissional, com dedicação imensa para poder estar sempre bem. Deus não quis, vamos em frente”.

“Deixou a desejar, sem dúvida. Fomos eliminados num momento de talvez maior infantilidade que nós tivemos. Jogadores, apesar de jovens, já com uma certa experiência no futebol europeu e facilitando demais uma única possibilidade que a Croácia tinha de fazer um gol que seria no contra-ataque. Você ganhando o jogo, numa prorrogação, se fecha. Você tomar um contra-ataque como nós tomamos naquele gol de empate foi um absurdo. A Copa do Mundo é um torneio que você não pode errar. Quando a gente foi eliminado em 82 cometemos mais erros contra um time com uma capacidade muito grande, que soube aproveitar os nossos erros”.

“Em termos de conhecimento de futebol é inegável que ele tem. Agora, existem treinadores brasileiros com muito mais experiência, mais Know-how, com muito mais conquistas. Houve a escolha do Diniz, que era um dos cotados, ele fez grandes partidas nos times que ele tem dirigido, grandes jogos, a maneira de jogar. Todos nós torcemos por ele, para que ele consiga impor na seleção brasileira aquilo que ele pensa e aquilo que ele está fazendo por onde tem passado.

Lógico, depende da tranquilidade para trabalhar. Tomara que os jogadores possam entender logo a filosofia dele, porque seleção você não tem muito tempo, é diferente de clube. Seleção você encontra ali na segunda, fica aquela semaninha e depois vai todo mundo embora. Ainda mais ele tendo que dirigir um clube, que é uma coisa que a gente não via há muito tempo. Era um treinador exclusivo... que visitava os jogadores na Europa, coisa que o Diniz não vai poder fazer. O Tite tinha uma grande equipe, tomara que ele (Diniz), monte uma grande equipe, que possa ajuda-lo nesse sentido de diminuir os erros porque erros todos nós cometemos".

"O Renato, o Dorival Júnior... eu sou muito favorável a meritocracia, que é aquela coisa das situações que você passa, supera, ganha grandes competições, competições difíceis. Você passa por momentos difíceis durante um período. Esses caras passaram por isso e ganharam. O Tite quando entrou, entrou pelos méritos, ele ganhou tudo desde o campeonato de botão até o mundial de clubes. Essas experiências, base, profissional, Libertadores, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, isso tudo é muito significativo para o treinador, te dá uma base grande para fazer escolhas".

“Não tem quem não goste desse nome. Eu estava aqui esses dias conversando com o Leonardo, que trabalhou 10 anos com o Ancelotti. Ele sabe da capacidade dele, seria muito bom para o futebol brasileiro. Ele nunca dirigiu uma seleção, mas ganhou em clube tudo o que você possa imaginar. Trabalhou com jogadores brasileiros, ajudou os brasileiros lá fora. Tem identificação com a nossa cultura de futebol, seria o nome.Ao meu ver, o único erro da CBF foi quando o Tite disse em alto e bom som em todas as entrevistas que não ia ficar na seleção, no momento em que acabou, no dia seguinte, a CBF tinha que anunciar um treinador. Fosse o Diniz, fosse quem quer que seja. A seleção brasileira não pode se dar o luxo de ficar um dia sequer sem treinador. Aí ficou nessa disputa de nomes, muita gente chutando de tudo que é lado, não foi bom ,isso gera insegurança para todo mundo”.

“Eles estão fazendo por merecer ter essas oportunidades. Agora não podem estar praticando aquele futebol que jogam na Europa, que é diferente. Eles têm que praticar o futebol brasileiro. Você não pode perder de 4 para uma seleção africana, não pode perder para o Marcos e isso se tornar frequente. Nos últimos jogos, independente de ter sido auxiliar, é uma qualidade de jogadores que está ali dentro. A hora que você veste a camisa da seleção brasileira não pode se dar ao luxo de fazer esses fracassos. O jogador tem que entender que no momento que ele está vestindo a camisa da seleção, ele está com uma responsabilidade a mais. Eu acho que isso passa a impressão de que estão muito acomodados, de perdendo ou ganhando nós vamos ser convocados de novo. Estão dando muito mais importância ao jogador que está jogando na Europa do que o jogador que está jogando aqui no Brasil.

É lógico que o jogador que está jogando aqui no Brasil, estando bem, vai ser convocado e a primeira coisa que vem é um europeu contratar, mas você não pode perder o que é o espirito do futebol brasileiro".