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Rafael, São Paulo Supercopa do Brasil 2024Rodney Costa / São Paulo FC

União perfeita: São Paulo precisava de um goleiro, Rafael precisava de um clube

Pouco tempo após Rafael ter saído em disparada, para comemorar o título da Supercopa do Brasil de 2024 com seus companheiros de São Paulo, após vitória nos pênaltis sobre o Palmeiras, a estatística surpreendeu: o goleiro são-paulino ultrapassou ninguém menos que Zinho em número de taças nacionais levantadas. E olha que Zinho levantou muita taça importante!

Exceção feita à torcida tricolor, Rafael não era conhecido do Oiapoque ao Chuí pelos feitos em inúmeras conquistas. A memória recente lhe dava méritos óbvios pela Copa do Brasil de 2023 com o São Paulo, claro, mas nas outras três conquistas da mesma competição ele era apenas o reserva. Assim como em três títulos de Campeonato Brasileiro. E assim como na Supercopa do Brasil de 2022.

Mas dentro do mesmo Mineirão onde foi, por mais de década no Cruzeiro e alguns anos no Atlético, quase sempre um mero expectador, Rafael teve um dos dias mais felizes de sua vida. E também deu bons motivos para o torcedor são-paulino comemorar, saboreando uma sensação que anos atrás era muito comum: ver um goleiro ser decisivo em final.

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  • Rogério Ceni São PauloGetty Images

    A sombra de Ceni

    Rogério Ceni fez muito bem ao São Paulo, durante as décadas em que esteve sob a meta tricolor. Foram defesas históricas, mais de 100 gols marcados e uma longa lista de troféus levantados. Quando se aposentou, em 2015, era impossível não deixar para trás uma imensa saudade e uma enorme lacuna. Estamos, afinal de contas, falando do maior goleiro da história de um dos maiores clubes do país.

    Falar de goleiro do São Paulo, portanto, é sempre relembrar Rogério Ceni. Mas também é preciso olhar para a frente, criar novas memórias e dar a novos profissionais a chance de serem, também, heróis são-paulinos sob as traves. O Tricolor segue funcionando como um clube de futebol e não dá para entrar em campo sem goleiro, não é verdade?

    Mas demorou muito tempo para o São Paulo conseguir ter um goleiro que sobrevivesse à sombra deixada por Ceni. Foram vários candidatos. Foi apenas em 2019 que um arqueiro começou a amortecer toda a pressão da sombra de Rogério Ceni: Thiago Volpi teve uma excelente fase no Morumbi, antes de anos depois cair de rendimento e retornar para o futebol mexicano. Ter ajudado um pouquinho nesta difícil transição talvez tenha sido o grande feito de Volpi com a camisa são-paulina.

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  • Rafael e Everson, Atlético-MGPedro Souza / Atlético

    As sombras de Rafael

    Enquanto o São Paulo lutava para resolver a questão da sombra de Rogério Ceni, Rafael só queria deixar de ser, ele próprio, uma sombra. Explica-se: durante 12 anos ele defendeu o Cruzeiro, justamente enquanto Fábio escrevia sua história como um dos maiores goleiros da Raposa em todos os tempos. Tem em seu currículo dez títulos, mas não foi titular em nenhum.

    Depois de sair da Toca da Raposa, Rafael parecia encontrar a chance perfeita em um velho conhecido: o Atlético-MG. Quando assinou contrato por três temporadas com o Galo, em 2020, a expectativa era de enfim conseguir mostrar o seu trabalho atuando regularmente debaixo das traves. Mas o destino tinha outros planos.

    Rafael mal tinha chegado ao Galo, pouco depois o Atlético trouxe Jorge Sampaoli para ser técnico – após demitir o venezuelano Rafael Dudamel. O temperamental argentino não confiava tanto em Rafael para fazer o trabalho com a bola nos pés e pediu a contratação de Everson, com quem havia trabalhado anteriormente no Santos. Sampaoli acabou não dando certo no clube mineiro, mas Everson agarrou a oportunidade, empilhou títulos importantes, e segue como titular do clube até hoje. Rafael, contudo, seguia como uma sombra.

  • Rafael, São Paulo 2023Rubens Chiri / saopaulofc.net

    Ida para o São Paulo

    Quando chegou ao São Paulo, no início de 2023, contratado por cerca de R$ 5 milhões, Rafael não viu o caminho livre para ser titular. A equipe tricolor tinha vivido alguns bons momentos com Jandrei e Felipe Alves. O rótulo nas luvas do então novo contratado já era tamanho, que muitos jornais e veículos de comunicação se referiam ao novo arqueiro são-paulino como “Eterno Reserva”.

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  • Rafael, São Paulo Supercopa do Brasil 2024Divulgação/CBF

    União perfeita, banhada a títulos

    Rafael, contudo, desta vez conseguiu arrancar o rótulo, fugir da sombra e mostrar sua luz própria. Virou, enfim, titular absoluto no decorrer de 2023 e foi peça importantíssima na campanha que terminou no título da Copa do Brasil. Destaque para uma defesaça na semifinal contra o Corinthians.

    O momento que o goleiro de 34 anos vai guardar para sempre, contudo, é o desta Supercopa do Brasil 2024. Rafael foi, literalmente, coroado – uma ação em homenagem ao nome da taça, rebatizada em honra a Pelé.

    Em uma partida movimentada, porém sem gols, contra o Palmeiras, a definição do troféu foi para a disputa de pênaltis e Rafael defendeu duas cobranças. Um goleiro são-paulino não tinha tanto protagonismo para fazer o time ser campeão desde... Rogério Ceni! Mas a curiosidade acaba por aqui. Fugindo das sombras, São Paulo e Rafael só querem saber de olhar para a frente. Felizes, parecem feitos um para o outro, não?

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