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Seis mudanças que o Xabi Alonso precisa fazer no Real Madrid para voltar ao favoritismo do Mundial de Clubes

Então, o que podemos tirar de tudo isso? Xabi Alonso é o novo treinador do Real Madrid, e as primeiras impressões são bastante positivas. Ele conhece bem o clube, já demonstrou ser um estrategista de alto nível e agora tem à disposição alguns dos melhores jogadores do mundo. Como poucos esperavam um impacto imediato, o empate na estreia contra o Al Hilal pode ser encarado com certa compreensão.

Ainda assim, o desempenho da equipe deixou a desejar. Dean Huijsen foi um dos poucos destaques na defesa, mas, fora ele, ninguém realmente brilhou. Trent Alexander-Arnold teve dificuldades na marcação; Jude Bellingham pareceu mais preocupado em apontar e gritar do que em jogar; e seguimos à espera de que Vinicius "volte 10 vezes, se for preciso".

Tudo isso indica que há muito trabalho pela frente. O Real Madrid continua sendo uma equipe forte, com potencial para crescer sob novas ideias, um novo técnico e, quem sabe, algumas contratações pontuais. A postura do clube nas janelas de transferência mostra que o foco é claro: vencer o Mundial de Clubes. Algumas melhorias, portanto, precisam acontecer de imediato. Porque, apesar do discurso sobre paciência e “processo”, esse não é um time acostumado a esperar.

A seguir, a GOAL analisa quais ajustes Alonso precisa fazer com urgência…

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    Formação, formação, formação

    Sim, já ouvimos isso antes: Alonso costuma montar suas equipes com três zagueiros, dois meio-campistas ofensivos e um atacante central. Nesse sentido, é curioso — para não dizer irônico — que o Real Madrid talvez seja um dos elencos menos adaptados a esse sistema que funcionou tão bem para ele no Bayer Leverkusen. O time conta com apenas dois zagueiros consistentemente disponíveis, várias opções de meio-campo ofensivo e apenas um centroavante clássico.

    Desde então, Alonso deixou de seguir a cartilha de Ruben Amorim e afirmou que sua equipe será mais sobre energia, esforço e organização do que sobre posições fixas em campo. É uma leitura razoável da realidade. Hoje, princípios táticos valem mais que a formação desenhada no quadro. Se Alonso busca intensidade, pressão e controle, isso tem mais peso do que a posição inicial de Kylian Mbappé, por exemplo.

    Ainda assim, é preciso haver um mínimo de ordem. A fluidez pode ser bonita e empolgante, mas nem todos os jogadores conseguem se adaptar a funções múltiplas o tempo todo. Alonso terá que encontrar um jeito de organizar isso. Contra o Al Hilal, o time começou no 4-3-3 e depois migrou para algo mais próximo de um 3-4-3 no segundo tempo. Nenhum dos dois funcionou bem. O Real foi facilmente exposto por um adversário tecnicamente inferior ao longo de toda a partida.

    É verdade que há atenuantes: lesões, ritmo de jogo e o calor de quase 40 °C em Miami. Mas, a partir de agora, será essencial definir uma estrutura clara e funcional.

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  • Real Madrid CF v Al Hilal: Group H - FIFA Club World Cup 2025Getty Images Sport

    Descobrir o que fazer com Trent

    Hora de levantar uma questão divertida: seria justo dizer que a contratação de Alexander-Arnold foi um movimento do tipo “porque eu posso” por parte de Florentino Pérez? A verdade é que essa transferência vinha sendo costurada há algum tempo. Agora sabemos que Trent estava estudando espanhol há meses e recusando ofertas de renovação no Liverpool por quase um ano. Ele queria, claramente, jogar no Santiago Bernabéu.

    Mas ele sabia exatamente para quem estava indo jogar? E, mais importante ainda: será que o novo treinador realmente o queria? Xabi Alonso não chegou a rasgar elogios em sua estreia — limitou-se a dizer que "ele foi do menos ao mais" após um desempenho inicial abaixo do esperado.

    O ponto aqui é que Trent Alexander-Arnold sempre foi brilhante dentro de um sistema muito específico. É verdade que Klopp ajustou seu papel em diferentes momentos, mas sempre soube explorar ao máximo suas qualidades únicas. Arne Slot, em seu início no Liverpool, também tentou fazer isso — embora não tenha hesitado em recorrer a Connor Bradley quando necessário.

    Alonso está em uma situação parecida com a de Slot. Ele tem em mãos um talento extraordinário, que pode fazer muito sentido como ala, com cobertura defensiva adequada. Mas, como um lateral tradicional, as deficiências defensivas de Trent são evidentes — e o meio-campo do Real Madrid talvez não tenha estrutura suficiente para compensá-las.

    É um bom "problema" para se ter, claro. Mas é o tipo de situação que exige atenção cuidadosa.

  • Real Madrid Unveil New Head Coach Signing Xabi AlonsoGetty Images Sport

    Acertar as relações públicas

    O grande trunfo de Carlo Ancelotti no Real Madrid era sua impressionante habilidade de sempre saber o que dizer. Sabia quando criticar, quando elogiar e, acima de tudo, como manter viva a aura mágica que envolve o clube. O Real Madrid é movido por poder financeiro, autoconfiança quase obsessiva e, claro, uma dose generosa de talento de classe mundial para manter tudo funcionando. Ancelotti compreendia isso perfeitamente — e por isso será lembrado como um dos grandes treinadores da história do clube.

    Mas será que Xabi Alonso também entende? Sem dúvida, ele conhece a pressão de vestir branco no Santiago Bernabéu. Mas será que tem — como diriam os mais jovens — a “aura” necessária para fazer tudo dar certo? Ainda é cedo para dizer. Alonso tem falado bastante sobre paciência e “processo”, mas essas palavras não combinam muito com a realidade madridista. O Real é uma máquina que exige vitórias. E Alonso precisará controlar o barulho ao redor — especialmente quando os resultados não forem dos melhores.

    O confronto com o Pachuca, no próximo jogo do Mundial de Clubes, serve como um alívio: um adversário tecnicamente inferior, que o Real deveria vencer. Uma vitória deve ajudar a conter as críticas e manter a torcida animada — ao menos por enquanto. Mas, olhando adiante, Alonso terá que ir além das boas intenções e mostrar que pode ser tão desafiador e eficaz quanto seus antecessores.

  • Real Madrid CF v Al Hilal: Group H - FIFA Club World Cup 2025Getty Images Sport

    Coloque Vinícius Jr. para jogar novamente

    “Eu farei isso 10 vezes se for preciso. Eles não estão prontos.” Essas foram as palavras de Vinícius Jr. após perder a Bola de Ouro para Rodri no ano passado. E, até agora, seguimos esperando que essa promessa se concretize.

    Nos últimos nove meses, Vinicius tem sido frustrantemente inconsistente — e, o mais preocupante, parece completamente perdido ao dividir o ataque com Mbappé. Esse será um dos desafios táticos mais urgentes para Xabi Alonso resolver. Mas talvez o sinal mais alarmante seja o próprio comportamento de Vini com a bola nos pés: tudo parece mais lento, menos instintivo, mais contido. Contra o Al Hilal, ele evitou alguns confrontos mano a mano e foi anulado por João Cancelo — um defensor que já havia superado com facilidade em outras ocasiões.

    Há, teoricamente, uma conexão possível aí. Com Trent Alexander-Arnold no time, Vinícius pode muito bem receber aquelas bolas diagonais longas, direto no seu pé direito, para criar algo especial. Mas fazer um jogador acreditar, de verdade, que pode vencer todos os duelos individuais é um desafio mental tanto quanto técnico.

    No auge, Vinícius é simplesmente o melhor jogador de futebol do mundo. Cabe a Alonso encontrar a fórmula para reacender essa confiança — e fazer com que o camisa 7 volte a jogar como tal.

  • Jude Bellingham Real Madrid 2025 FIFA Club World CupGetty

    Encontre um papel para Bellingham

    Como chegamos ao ponto em que Jude Bellingham — recentemente exaltado como o melhor jogador do mundo — se tornou uma espécie de peso egocêntrico dentro do time? No fim da última temporada, ele já mostrava sinais de desgaste: parecia desanimado, frustrado e com impacto cada vez menor no desempenho coletivo do Real Madrid. A chegada de Xabi Alonso trouxe esperança de um novo começo, com mais energia e direção para o meio-campista inglês.

    Mas, até agora, pouca coisa mudou. Bellingham continua demonstrando inteligência com a bola nos pés, mas sua sintonia com Vinícius Jr. — que antes era uma das chaves do sucesso do time — praticamente desapareceu. Contra o Al Hilal, houve vários momentos em que ele se movimentou mal ou simplesmente não ocupou os espaços certos. Além disso, ainda segura demais a bola e se perde em discussões com os árbitros, muitas vezes sem qualquer justificativa.

    Claro, parte disso pode ser explicada pela falta de uma função bem definida em campo — ele ainda não tem uma posição fixa sob o comando de Alonso. Mas também há a questão de entender qual é, de fato, seu papel neste novo Real Madrid.

    Bellingham é um coringa versátil, capaz de fazer tudo um pouco? Ou seu verdadeiro impacto está restrito ao terço final do campo? Ele pode, com o tempo, se tornar também uma presença defensiva consistente?

    Por enquanto, ninguém parece ter essa resposta.

  • Real Madrid CF v Al Hilal: Group H - FIFA Club World Cup 2025Getty Images Sport

    Descobrir a situação dos zagueiros

    Raúl Asencio é, sem dúvida, um bom jogador de futebol. Talvez tenha sido promovido ao time principal cedo demais, mas provou ao longo de seis meses no ano passado que está pronto para atuar em alto nível, mesmo com apenas 21 anos — algo extremamente difícil de alcançar. E, no Real Madrid, mais difícil ainda.

    A grande questão é se ele conta, de fato, com a confiança de Xabi Alonso. Dean Huijsen, recém-contratado do Bournemouth por uma quantia significativa, já é tratado como uma peça de longo prazo na zaga. Com todas as credenciais para se tornar um defensor de classe mundial, ele tende a ocupar posição de destaque por muitos anos. Antonio Rüdiger ainda tem lenha para queimar, mas lida com recorrentes problemas no joelho. Éder Militão sofreu duas lesões de ligamento cruzado em pouco tempo. E até Aurélien Tchouaméni pode quebrar um galho como zagueiro.

    No fim das contas, o Real Madrid hoje tem apenas um zagueiro realmente confiável — e ele ainda está nos primeiros passos de sua trajetória. Contra o Al Hilal, Alonso substituiu Asencio no intervalo, após o jovem cometer um pênalti desnecessário no primeiro tempo. Foi um gesto que, claramente, não passou a impressão de confiança.

    Com as lesões se acumulando e a possibilidade de usar uma linha de três defensores, Alonso terá que tomar uma decisão: confiar no potencial de Asencio e ajudá-lo a evoluir — ou encontrar rapidamente outra alternativa para a posição.

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