Problemas de atitude reforçam fama de "pipoqueiros", e Arsenal se encaminha para nova temporada sem grandes taças

Erling Haaland é acusado de ter começado tudo isso, é claro.

O norueguês perdeu completamente a paciência durante o empate por 2 a 2 do Manchester City com um Arsenal com 10 jogadores no Etihad, em setembro, ao jogar a bola na cabeça de Gabriel Magalhães após o gol de John Stones, antes de então se desentender com Arteta, Gabriel Jesus e Myles Lewis-Skelly no círculo central após o apito final.

Foi uma atitude petulante e patética de Haaland, e o Arsenal nunca deveria ter respondido a isso - mesmo que de forma tardia.

Eles deveriam estar satisfeitos com o precioso ponto que conquistaram, mas as atitudes de Haaland claramente os incomodou, então aguardaram seu momento e decidiram responder da mesma forma no Emirates, no último domingo.

Primeiro, Gabriel Magalhães gritou desnecessariamente na cara de Haaland após o gol do Arsenal que abriu o placar. Mais tarde, Lewis-Skelly provocou o norueguês imitando sua comemoração 'Zen' depois de colocar seu time à frente por 3 a 1.

Isso evocou memórias de um grupo de jogadores do Paris Saint-Germain também conhecidos por falhar em grandes jogos ao zombarem de Haaland exatamente da mesma forma após uma vitória sobre o Borussia Dortmund em 2020 - e simplesmente não havia necessidade disso, especialmente não em um dia em que os Gunners enviaram uma mensagem clara ao Liverpool de que não irão desistir do título da Premier League desta temporada sem lutar.

Obviamente, ninguém quer tirar a provocação ou diversão do futebol e é absolutamente ridículo que a Federação Inglesa esteja genuinamente considerando sancionar comemorações que eles sentem que cruzam a linha "para zombaria ou crítica".

Isso nem deveria ser um debate agora. Mas o Arsenal fez disso um - e esse é o ponto aí.

Há muito barulho em torno do Arsenal agora, então a última coisa que eles deveriam fazer é contribuir para isso, fazendo críticas totalmente desnecessárias aos adversários - especialmente quando há uma percepção generalizada de que seus jogadores não estão em posição de fazê-lo.

Os Gunners estão se tornando conhecidos - e ridicularizados - por muitas conversas grandiosas, mas uma falta de títulos importantes.

Então, embora as pessoas possam discordar sobre se a conduta do Arsenal no domingo foi indigna, foi inquestionavelmente desnecessária - e também totalmente inútil.

O Arsenal já está sob pressão suficiente para finalmente conquistar o título que vêm ameaçando há dois anos.

A suposição era que, quando o tempo finalmente alcançasse o envelhecido elenco do Manchester City de Pep Guardiola, o emergente Arsenal seria o time a assumir. Em vez disso, é o Liverpool que está liderando nesta temporada.

Consequentemente, estamos agora nesta posição bastante notável, onde é o time em segundo lugar que está sob mais avaliação da mídia do que os líderes da tabela, que sofreram um colapso espetacular há menos de um ano.

Arteta, então, realmente poderia ter dispensado seus próprios jogadores criando mais uma vara para bater no Arsenal, e é significativo que ele nem quis comentar sobre a comemoração de Lewis-Skelly em sua coletiva de imprensa pós-jogo.

"Eu não vi e não há nada que eu queira discutir sobre isso", afirmou o espanhol aos repórteres. "(É) algo dos jogadores. Mas eles conhecem a minha opinião sobre isso e temos que nos concentrar em nós."

"Temos que deixar qualquer coisa que aconteça no campo. Faz parte do jogo e o que quer que aconteça no campo, acho que estamos no futebol há muito tempo, apenas deixe estar."

Se espera que os comandados de Arteta finalmente sigam seu conselho, mas, como vimos em St. James' Park, não haverá como matar a narrativa de 'manter a humildade' agora. O dado já foi lançado nesse sentido, pois isso nem é a primeira vez que o Arsenal é acusado de deixar uma vitória sobre um rival pelo título subir à cabeça.

Como resultado, 'manter a humildade' está prestes a se tornar tão sinônimo de sua equipe quanto protelamento, jogadas ensaiadas e uma relativa falta de sucesso. A única maneira de mudar essa percepção é através de conquistas, mas o Arsenal só tornou a vida mais difícil para si mesmo.

Em um momento em que deveriam ter mantido a cabeça baixa enquanto tentavam caçar o Liverpool, eles, em vez disso, se tornaram um alvo. E um Newcastle igualmente agressivo ficou mais do que feliz em mirar nos Gunners na última quarta-feira.

Os Magpies essencialmente deram a outros adversários o modelo perfeito para surpreender o Arsenal.

Muita da atenção da mídia compreensivelmente se concentrou em Alexander Isak, que deu a Gabriel e William Saliba sua noite mais desconfortável da temporada até agora, mas Kieran Trippier também parecia estar em uma missão solitária para irritar os jogadores do Arsenal, enquanto a tarefa de marcação homem-a-homem de Fabian Schär em Declan Rice levou diretamente ao segundo gol do Newcastle.

Ao final do jogo, um Rice visivelmente irritado parecia prestes a ser expulso, empurrando Sandro Tonali para fora da bola em um minuto, passando por Bruno Guimarães no seguinte. Este último não poderia estar mais feliz por ter sido derrubado, já que imediatamente se levantou para animar a torcida. O capitão do Newcastle sabia que o plano de jogo tinha funcionado perfeitamente - em todos os aspectos.

A ousada decisão de Eddie Howe de mudar para uma linha de cinco na defesa se mostrou um golpe de mestre, pois expôs as dificuldades do Arsenal em romper defesas profundas sem Bukayo Saka e um número 9 ortodoxo, mas o técnico inglês também admitiu efetivamente depois que contrariar os Gunners também foi uma parte fundamental da sua abordagem.

Isso apenas fortaleceu a suspeita de que ainda há um problema significativo na equipe do Arsenal, que eles permanecem mentalmente fracos e carentes de maturidade, o que significa que, embora sejam altamente adeptos em provocar, não conseguem lidar com isso.

De fato, há uma sensação persistente de que, apesar de todos os atributos do Arsenal, eles têm um problema de atitude. Com base nas evidências da última semana, eles provavelmente não precisam apenas permanecer humildes. Eles precisam crescer também.