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Man City winners losers CWC gfxGetty/GOAL

Não é o melhor time do mundo: Mundial de Clubes mostra que reconstrução do Manchester City vai ser mais dura que o esperado

Para o presidente Khaldoon Al Mubarak, o Mundial de Clubes era uma competição “muito, muito séria”, e o objetivo do Manchester City era claro: conquistar o título. As atuações firmes na fase de grupos mostraram que o discurso não era apenas retórico. Mas, após 120 minutos intensos contra o Al-Hilal nas oitavas de final, o City já está de volta a Manchester, lidando com uma eliminação precoce, dolorosa e constrangedora.

A verdade é que ser eliminado logo na primeira rodada do mata-mata, e por um time fora da Europa, representa um choque enorme — esportivo e institucional. Para Khaldoon e os executivos do clube, a decepção também é financeira e fere o prestígio de quem vinha sendo tratado como o melhor time do planeta.

O torneio era visto como uma chance de recomeço após a decepcionante temporada 2024/25, em que o City terminou sem títulos. Era o momento de virar a página e dar início a uma nova era. Mas ficou claro que o processo de reconstrução de Guardiola ainda está longe do fim — e que será preciso tempo, ajustes e, provavelmente, mais investimentos para montar o elenco ideal que recupere o domínio na Premier League, perdido para o Liverpool.

Ainda assim, a passagem de duas semanas pelos Estados Unidos deixa aprendizados e sinais positivos. Por mais que a ferida leve tempo para cicatrizar, esse Mundial pode ser lembrado, no futuro, como o ponto de partida de um novo ciclo de supremacia do clube no futebol inglês.

Abaixo, a GOAL avalia quem se deu minimamente bem e quem se deu muito mal no Manchester City durante o Mundial de Clubes...

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  • Manchester City FC v Al Ain FC: Group G - FIFA Club World Cup 2025Getty Images Sport

    VENCEDOR: Phil Foden

    Phil Foden avisou antes do torneio: "a fome voltou e quero provar que estão errados sobre mim". E, apesar de estar voltando para casa antes do esperado e de ter sido titular em apenas uma das quatro partidas, o camisa 47 tem motivos de sobra para se orgulhar do que fez nos Estados Unidos.

    Em apenas 179 minutos em campo, Foden participou de tantos gols quanto em toda a última campanha da Champions League — e quase metade do que produziu na Premier League. O gol de empate na prorrogação contra o Al Hilal foi uma pintura: mostra sua grande qualidade técnica e manda um recado direto para Guardiola de que merecia ter começado como titular.

    Depois de terminar a temporada passada física e mentalmente esgotado, Foden parece ter reencontrado sua melhor versão. E com mais um período de férias pela frente, a expectativa é que ele volte voando para o início do novo ciclo.

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  • Pep Guardiola Manchester City 2025Getty

    PERDEDOR: Pep Guardiola

    Guardiola sabe aceitar uma derrota quando sua equipe realmente joga mal — o problema é engolir quando tudo foi feito do jeito certo, mas as chances não foram aproveitadas. Contra o Al-Hilal, foi exatamente esse tipo de frustração.

    O jogo teve ecos daquela eliminação para o Lyon nas quartas da Champions de 2020: um City dominante, cheio de oportunidades, mas parando repetidamente no inspirado goleiro adversário. Yassine Bounou foi um muro, defendendo finalizações de Gündogan, Gvardiol e Savinho, enquanto Haaland teve seu chute no fim do tempo normal salvo em cima da linha. Assim como naquela noite contra os franceses, o castigo veio com contra-ataques letais e falhas defensivas.

    A linha de defesa, aliás, continua sendo um ponto de preocupação para Guardiola. O clube já busca um lateral-direito no mercado, mas as atuações irregulares de Akanji e Aké podem fazer o City repensar e considerar a chegada de mais um zagueiro para reforçar o elenco.

  • Rayan Cherki Manchester City 2025-26Ge

    VENCEDORES: Reforços

    O City correu para fechar suas contratações antes do Mundial — e, apesar da eliminação precoce, os primeiros indícios são de que o investimento foi certeiro.

    Rayan Aït-Nouri encantou os torcedores com suas arrancadas contra a Juventus e parece pronto para trazer um dinamismo que os laterais do time não oferecem desde os tempos de João Cancelo — ironicamente, peça-chave na vitória surpreendente do Al-Hilal.

    Rayan Cherki também deixou boas impressões. Deu assistência para o gol de Foden contra o Al-Hilal, balançou as redes na goleada sobre o Al Ain e mostrou lampejos do seu potencial. Ainda vai precisar ajustar seu jogo, especialmente no excesso de firulas que o fazem perder a bola em momentos perigosos, mas seu talento para quebrar defesas pode ser um trunfo valioso.

    Quem mais brilhou, porém, foi Tijjani Reijnders. Controlando o ritmo do meio-campo e encontrando passes que desmontam defesas, ele parece pronto para assumir o papel de herdeiro de Gündogan como o meia dinâmico que marca e constrói. Começo promissor.

    O trio não levou medalha para casa, mas já começa a mostrar que pode ser parte importante da próxima fase do City.

  • Manchester City FC v Brighton & Hove Albion FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    PERDEDOR: Manchester City

    Mesmo que Guardiola tivesse razões para se preocupar com o desgaste físico dos jogadores durante o torneio, os dirigentes do City estavam com altas expectativas com a participação no Mundial de Clubes. E não é difícil entender o porquê. Além da possibilidade de embolsar até US$ 150 milhões por apenas um mês de competição, o torneio servia como vitrine para impulsionar ainda mais a marca do clube nos Estados Unidos e em outros mercados internacionais.

    Como explicou o CEO Ferran Soriano: "É muito importante estarmos aqui porque somos um clube de futebol global. Temos raízes das quais nos orgulhamos. Dá para 'ser local', respeitar a história e os torcedores, e ao mesmo tempo 'ser global' e mostrar o que fazemos — que é jogar um futebol que acreditamos ser bonito — para o mundo".

    Apesar do ótimo começo e das arquibancadas lotadas de camisas azuis em todos os jogos, a eliminação precoce manchou essa ambição. O City achava que tinha escapado do pior ao evitar o Real Madrid nas oitavas. Perder para o Al Hilal, que jogava sem Salem Al-Dawsari e Mitrovic, foi um vexame esportivo — e também financeiro.

    A queda para os sauditas custou ao clube cerca de US$ 13,7 milhões. A diretoria contava com uma vitória sobre o Fluminense nas quartas — adversário que o City atropelou por 4 a 0 no Mundial anterior — e sonhava chegar à semifinal, que renderia mais US$ 21 milhões. No fim, voltam para casa com US$ 51,7 milhões, menos do que previam (orçamento de quartas) e cerca de um terço do que teriam levado se conquistassem o título.

  • manchester cityGetty Images

    VENCEDOR: Ambição de títulos do City

    Desde o início, o Mundial de Clubes já era visto como uma missão delicada para o City. Guardiola, defensor de um calendário com menos jogos, chegou a dizer abertamente que o torneio poderia “destruir” os planos para a próxima temporada. Ainda assim, sua competitividade falou mais alto — e a atuação arrasadora contra a Juventus na última rodada da fase de grupos deixou claro que ele queria, sim, levantar o troféu.

    Por outro lado, a eliminação precoce tem um efeito colateral positivo: o time agora ganha duas semanas extras de descanso e preparação para a missão que mais importa em Manchester — recuperar o título da Premier League. A passagem pelos Estados Unidos foi útil nesse sentido, tanto para a integração dos reforços quanto para reacender a motivação do elenco.

    Guardiola resumiu bem o sentimento: "Tem sido uma jornada incrível, fomos muito bem por aqui. A energia entre os jogadores e a comissão foi excelente. Vi coisas muito boas que não tinha visto antes. Senti que estávamos felizes aqui, os treinos foram de altíssimo nível".

  • Manchester City FC v Al Ain FC: Group G - FIFA Club World Cup 2025Getty Images Sport

    PERDEDOR: Rodri

    Com Kovacic fora do início da temporada após cirurgia, a última coisa que o City precisava no Mundial de Clubes era acumular ainda mais baixas.

    E o fato de Rodri ter sentido um problema torna tudo ainda mais preocupante. Vencedor da Bola de Ouro, o espanhol só havia sido titular uma vez no torneio porque Guardiola temia justamente uma recaída — nove meses depois da grave lesão no ligamento cruzado. Então, vê-lo pedir para sair na prorrogação contra o Al-Hilal, tendo entrado no segundo tempo, deve ter sido um pesadelo para o técnico.

    Guardiola não deu detalhes, apenas disse que o volante estava “se queixando de sua situação física”, mas qualquer sinal de dor no joelho dele já acende todos os alertas. Rodri é a engrenagem central do time, e uma nova ausência, por menor que seja, seria um duro golpe.

    A preocupação cresceu ainda mais quando Claudo Echeverri, recém-chegado, também teve de ser cortado da delegação. O argentino torceu o tornozelo num treino, dias depois de ter feito um golaço de falta contra o Al Ain em sua estreia como titular. A previsão é que esteja de volta na pré-temporada, mas o susto já veio cedo.

    Depois de um ano recheado de lesões que atrapalharam o time inteiro, o City volta a se ver diante do mesmo desafio: montar o elenco em meio a incertezas físicas, agora às vésperas da estreia na Premier League, no dia 16 de agosto, contra o Wolves.

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