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Lionel Messi Argentina Paises Bajos Qatar 2022Elsa/Getty Images

Messi versão 'pistola' veio para ficar na Argentina e nos momentos decisivos

Quem vê a postura de Lionel Messi hoje em dia com a seleção argentina, mal consegue associar àquela figura discreta, que não queria 'aparecer' e, quase sempre, calada. O Messi de alguns poucos anos para cá deixou de ser protagonista apenas dentro do campo, mas passou a aceitar maiores responsabilidade fora dele.

Parece que 2019 foi o "ano da virada" dessa postura do capitão argentino. Até 2018, Messi mostrava momentos de eliminações e dificuldades com reclusão, silêncio e cabeça baixa. Em 2019, já se percebeu que Messi poderia estar mudando sua postura quando peitou Sergio Ramos, em um clássico entre Barça e Real Madrid, e falou que o espanhol era "mau caráter", em uma cena que nunca tinha sido comum do camisa 10.

De 2019 para cá, nota-se Messi com muito mais coragem para se impor diante de adversários, imprensa, instituições e situações difíceis que envolvam a seleção de seu país. Mais líder do que nunca, Messi incorporou a personalidade 'pistola' ao seu modo de lidar com as situações.

E por 'pistola' não deve-se entender, necessariamente, bravo ou irritado (o que muitas vezes é verdade), mas, principalmente, um jogador ligado ao que acontece e ciente de sua influência diante dos colegas e de toda a nação argentina. Messi parece ter entendido mais quem ele é e seu poder.

Deixou a personalidade de 'extra-terrestre', alheio e passivo ao que ocorria e assumiu carne, osso e, principalmente, sentimentos, que pulsam em suas veias latinas.

Não à toa, a Argentina voltou a ganhar favoritismo e maior destaque no cenário do futebol de seleções. Atuais campeões da Copa América, os 'hermanos' agora vão pela taça mais cobiçada do mundo.

Confira alguns sinais e momentos dessa mudança que um dos principais jogadores de sua geração protagonizou.

  • Lionel Messi Argentina 2019Getty Images

    Assume a palavra após a Copa América de 2019

    Até a eliminação para o Brasil na semifinal da Copa América de 2019, Messi era visto como um jogador passivo ao que acontecia. Demonstrava sentimentos de raiva e indignação, mas não compartilhava abertamente.

    Depois de perder para a seleção brasileira, Messi foi à imprensa e disparou contra a arbitragem, que, de acordo com ele, estaria beneficiando o Brasil.

    "Estou irritado, fizemos um esforço grande, estamos jogando contra o Brasil, que tem grandes jogadores, está jogando em casa. Como disse, todas as faltas vão para eles, cartão para a gente, para eles não, jogadas claras que não foram ver no VAR. Nesta Copa, cansaram de marcar toques de mão bobos, pênaltis bobos, e hoje nem sequer foram ao VAR", disparou Messi para espanto de muitos.

    Ali ele também mostrou algo que seria mais comum em sua personalidade: a experiência para blindar e proteger seus companheiros mais jovens e menos experientes.

    "Tomara que esses garotos sejam respeitados, porque fizeram um trabalho enorme, um sacrifício muito grande, mostraram que amam a seleção de verdade. Que se respeitem. É um começo, esse é o futuro, podem ficar tranquilos que a Argentina vai continuar crescendo", declarou o camisa 10.

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  • Lionel Messi Argentina 2021-22Getty Images

    Messi discursa no título da Copa América de 2021

    Por muito tempo, Messi foi visto pelos argentinos como um líder sem paixão, sem envolvimento, ou "pecho frio" (peito frio), como dizem os hermanos.

    A nova postura do argentino ao ir aos microfones após a eliminação em 2019 mostrou que essa faceta corajosa e protagonista seria a tônica do Messi a partir daquele momento.

    Sua preleção antes da final da Copa América de 2020 (disputada em 2021) viralizou. Ele apela aos companheiros para jogarem por suas famílias e país. Ele destaca os 45 dias de isolamento por conta da pandemia de Covid-19.

    As palavras realmente motivaram a equipe, que conquistaram o torneio e encerraram um jejum de 28 anos sem conquistar a Copa América.

  • Messi, Van gaalGoal/GettyImage

    Messi x Van Gaal

    Messi não gostou nada das declarações de Louis Van Gaal, técnico da Holanda, antes do jogo entre as duas seleções pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2022. O europeu falou que "na semifinal de 2014, Messi não tocou na bola e perdemos nos pênaltis. Agora queremos nossa revanche. Ele nem sempre está muito envolvido quando o adversário tem a posse de bola".

    Na comemoração do gol, ele parou bem de frente para o banco de reservas holandês e colocou as mãos no ouvido, olhando fixamente para o treinador da Holanda. Ao final do jogo, ele falou grosso sobre Van Gaal.

    "Não gosto que alguém fique falando antes dos jogos. Isso não é parte do futebol. Eu sempre respeito todo mundo, mas gosto que me respeitem, também. Van Gaal foi desrespeitoso com a gente", disse Messi.

    Ao final do confronto, o argentino foi para cima do técnico holandês e precisou ser contido pela comissão técnica das duas equipes. De acordo com a imprensa argentina, Messi estava mandando Van Gaal "calar a boca".

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  • Messi boboTyC Sports

    Tá olhando o quê, bobo?

    Uma das cenas mais inusitadas da sexta (9) de Copa do Mundo ocorreu na entrevista pós-jogo de Messi.

    Durante a entrevista para o TyC Sports, Messi começou a olhar fixamente para o lado, com cara feia. O repórter percebeu tentou acalmar o argentino, mas o craque disparou "está olhando o quê, bobo? Vai para lá".

    A fala foi direcionada ao atacante Weghorst, da Holanda, autor dos dois gols holandeses.

    Messi, com 1,70, não 'afinou' diante do grandalhão Weghorst, de 1,97 de altura. Algo que dificilmente se veria em outros tempos do sete vezes melhor do mundo.

  • ONLY GERMANY Lionel Messi Matheu Lahoz WC 2022imago images

    Nem a FIFA escapa do 'novo' Messi

    Depois da reclamação contundente sobre a arbitragem da Copa América de 2019, Messi não poupou o árbitro do jogo contra a Holanda, Antonio Mateu Lahoz, segundo ele, o "pior árbitro do Mundial".

    "Fiquei muito chateado. O jogo não era para ir por esse caminho. Não quero nem falar de juiz, não se trata disso. Quero dizer o que penso aqui agora. Mas o que acho mesmo é que as pessoas estão emocionadas. Nós tínhamos medo antes do jogo, sabíamos que estávamos enfrentando uma grande seleção", disse o atleta.

    Messi não parou por aí e atacou a entidade máxima do futebol mundial, a FIFA.

    "Acho que a Fifa precisa rever algumas escolhas que faz para juiz. O árbitro tem que estar à altura de um jogo como esse", falou.

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