Manchester United e Arsenal deveriam esvaziar a carteira por Victor Osimhen e realizar o sonho de 75 milhões do atacante virar realidade

Osimhen já demonstrou várias vezes que não tem medo de bater de frente para conseguir o que quer, e esse comportamento parece continuar. De acordo com as últimas notícias, o atacante vai recusar uma permanência definitiva no Galatasaray, pois está determinado a realizar o "sonho" de jogar na Premier League.

O camisa 9 já havia recusado uma proposta milionária do Al Hilal quando parecia a caminho do futebol saudita. Agora, mesmo após uma boa passagem por empréstimo, salário elevado e com o clube turco disposto a pagar sua cláusula de €75 milhões, ele optou por dizer não.

Ainda que a Gazzetta dello Sport tenha dito que “seus desejos não batem com a realidade”, o objetivo de Osimhen sempre foi claro: jogar no Campeonato Inglês. “Estou trabalhando duro para realizar meu sonho de jogar na Premier League algum dia”, disse ele em 2023. “Mas, como já disse, é um processo, e quero seguir nesse ritmo e continuar indo bem".

Saber que Osimhen está decidido a realizar esse sonho já deveria acender o alerta em dois dos clubes mais carentes de gols na Premier League. Mesmo assim, Arsenal e Manchester United ainda estão mirando outros nomes. Os Gunners concentraram esforços em Benjamin Sesko, do RB Leipzig, e se envolveram fortemente na disputa por Viktor Gyokeres, do Sporting — este último também monitorado pelo United, que sonha com um reencontro com o técnico Rúben Amorim, que o treinou em seus recentes tempos de Sporting.

O problema é que nenhuma das duas negociações tem sido simples. Ambos os jogadores têm avaliação em torno de £70 milhões e exigências salariais altas, o que estaria travando as conversas. Já há relatos de que o Arsenal pode mudar de rota — e Osimhen seria, assim, uma alternativa lógica.

Na prática, o nigeriano parece ser a escolha mais racional. Seu salário seria elevado, mas não o maior do elenco, e a taxa inicial de transferência pode sair por menos do que os £70 milhões pedidos pelos outros dois. Ele também já se provou como goleador em ligas de alto nível da Europa, ao contrário de Gyokeres e Sesko, cujas adaptações à Premier League são mais incertas, como tantos outros vindos de Portugal ou Alemanha que não corresponderam.

O problema é que os tempos mudaram, e os clubes ingleses não podem mais distribuir salários astronômicos sem pensar duas vezes. Com as Regras de Lucro e Sustentabilidade (PSR) e o Fair Play Financeiro ganhando força, há menos margem para cometer excessos. Osimhen exige cerca de £200 mil por semana — algo viável, mas que exige ponderação, já que punições como perda de pontos são uma ameaça real.

Esse posicionamento firme em relação ao que deseja receber certamente ajuda a explicar por que ele não é a prioridade de Arsenal ou United. Gyokeres e Sesko devem custar menos em salários. O Chelsea, que já esteve interessado, também recuou: trouxe Liam Delap e João Pedro, que encaixam melhor no perfil jovem e de bom custo-benefício adotado pelo clube. E mesmo com apenas 26 anos, Osimhen já está fora desse escopo.

Para o Arsenal, apostar em Osimhen parece uma decisão óbvia — mesmo com os altos custos. O clube busca resultados imediatos, especialmente após bater na trave na Premier League e na Champions League nas duas últimas temporadas. O atacante nigeriano entrega exatamente o que falta: gols que podem decidir um título, como mostrou ao marcar 26 vezes na Serie A em 2022-23, e repetir o feito na Süper Lig na última temporada.

Os Gunners empataram mais do que qualquer outro time do top 6 da Premier League no último campeonato — 14 vezes, cinco a mais que o segundo nesse quesito. Ao mesmo tempo, perderam apenas quatro partidas, assim como o campeão Liverpool. Com isso, fica evidente como um artilheiro pode fazer a diferença. Nos jogos travados contra Crystal Palace, Brentford ou Everton, por exemplo, um jogador como Osimhen poderia ter garantido os três pontos.

A situação do United é bem distinta. O clube tenta se reerguer após a pior campanha de sua história na Premier League, que terminou com um humilhante 15º lugar. Por isso, além de urgente, a contratação de Osimhen teria um valor simbólico: seria uma resposta ao caos recente.

Há espaço no elenco e na folha salarial, já que vários medalhões foram dispensados após o fim de contrato. E não há dúvida de que Osimhen é uma evolução em relação a Rasmus Hojlund e Joshua Zirkzee, que não convenceram. A venda de um deles poderia abrir espaço na linha de frente e nos cofres.

O maior desafio, porém, será convencer Osimhen. Estar fora de todas as competições europeias pesa contra os Red Devils — e não é um problema que possa ser resolvido só com dinheiro.

A aposta será no simbolismo de Old Trafford. O clube tentará vender a ideia de que ali está o “Teatro dos Sonhos”, a chance de realizar o grande objetivo de sua carreira, e talvez se tornar o herói que mudará o destino do maior clube da Inglaterra. Rumores indicam, inclusive, que essa seria a preferência do atacante.

Apesar da necessidade evidente, Arsenal e United seguem passivos sobre Osimhen. Estariam esperando o momento certo? Já que vão crescendo as dúvidas crescendo sobre a viabilidade de Sesko e Gyokeres, é bem possível que sim.

E o tempo está passando: a cláusula de €75 milhões do atacante para clubes estrangeiros expira em apenas nove dias, no dia 15 de julho. Depois disso, o Napoli ainda deve buscar uma boa compensação, mas estará mais flexível — até por valores menores.

Se fizerem jus à própria grandeza, os dois rivais ingleses vão entrar na briga nessa reta final. Afinal, trata-se de uma chance única de contratar um artilheiro de elite por um preço mais baixo, com potencial de transformar tanto o presente quanto o futuro próximo.

Depende de quem souber aproveitar essa chance.