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GFX Botafogo história 2024GOAL

O lugar dos jogadores do Botafogo de 2024 no melhor time da história alvinegra

Poucos clubes no mundo tiveram tantos grandes craques e ídolos como o Botafogo. O que não deixa de ser curioso, uma vez que o Alvinegro já passou por, pelo menos, dois grandes jejuns de títulos em sua história: os 21 anos sem nenhuma taça entre 1968 e 1989, e o mais recente de 29 anos, entre 1995 e 2024, sem troféus que não fossem estaduais. Mas isso acabou. E acabou em grande estilo.

Campeões da Libertadores e do Brasileirão de 2024, os botafoguenses não apenas voltaram a sorrir: estão vivendo um período intenso de reescrita do auge do clube da Estrela Solitária. Mesmo a derrota por 3 a 0 contra o Pachuca, nas quartas de final da Copa Intercontinental, não apaga tudo o que aconteceu ao longo do ano. Especialmente pelo contexto do confronto contra os mexicanos, em que os alvinegros chegaram ao Qatar poucos dias antes do apito inicial e com as pernas cansadas após a alucinante reta final de temporada (inclusive jogando com time misto).

Com o ano 2024 definitivamente encerrado, parte do imaginário dos torcedores já redesenha a escalação onírica do “melhor Botafogo de todos os tempos”. Está aí uma tarefa tão difícil quanto prazerosa. Pois se o Botafogo de 2024 entrou indubitavelmente no hall de maiores equipes da história do futebol brasileiro e sul-americano, ao fazer o que apenas o Santos de Pelé e o Flamengo de 2019 haviam feito, é preciso traduzir isso neste time dos sonhos. Por outro lado, estamos comparando heróis de uma única temporada (ainda que tenha sido a mais gloriosa na história do clube) com gente muito grande, com muitos anos prestados e, em muitos casos, feitos de protagonismo em Copa do Mundo pelo Brasil.

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  • Nilton Santos, Garrincha, Didi, Zagallo Botafogo 1962 13072016Divulgação/Botafogo

    Antes de 2024

    No site oficial do Botafogo, o “time do século” do clube conta com 13 nomes e a explicação é óbvia: “Dada a quantidade de ídolos, craques e grandes jogadores, permitiu-se abrir exceção: a equipe foi composta por 13 atletas. São eles: Manga, Nilton Santos, Sebastião Leônidas, Marinho Chagas, Carlos Alberto Torres, Heleno de Freitas, Garrincha, Didi, Gerson, Jairzinho, PC Caju, Quarentinha e Amarildo”.

    Aqui neste nosso exercício, a busca é trazer algo mais real: onze jogadores, com defensores na defesa, meio-campistas no meio-campo e atacantes no ataque. Antes dos históricos títulos obtidos em 2024, era possível imaginar o “melhor Botafogo da história” da seguinte maneira: Manga; Carlos Alberto Torres, Wilson Gottardo, Sebastião Leônidas e Nilton Santos; Didi e Gerson; Garrincha, Jairzinho e Zagallo (PC Caju); Túlio Maravilha (Quarentinha). Nos parêntesis ficam as dúvidas, pois a tarefa é difícil.

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  • Botafogo v Sao Paulo - Brasileirao 2024Getty Images Sport

    E agora?

    Difícil porque estamos falando de diferentes imortais do clube. Quarentinha é o maior artilheiro da história botafoguense, mas a temporada espetacular de Túlio Maravilha em 1995 (com média de gols de nível de Messi e Cristiano Ronaldo) lhe alçou a um patamar de idolatria e importância para o título brasileiro daquele ano, que é impossível não colocá-lo ali.

    Talvez este caráter onírico da coisa seja um facilitador para a escalação: não se coloca obrigatoriamente quem jogou melhor, quem foi mais craque ao longo de toda a carreira. Personagens importantes de títulos importantes arranjam um lugar para si, como se morassem para sempre dentro de uma temporada histórica ou dentro de uma atuação épica em um jogo inesquecível – e, convenhamos, é o que acaba acontecendo.

    Como a Libertadores do Monumental agora é o maior título na sala de troféus do Glorioso, com o Brasileirão levantado oito dias depois sacramentando 2024 como melhor ano da história do clube, é obrigatório arranjar espaço para os jogadores deste já histórico Botafogo entre os Onze Imortais alvinegros.

  • Atletico Mineiro v Botafogo: Final - Copa CONMEBOL Libertadores 2024Getty Images Sport

    Quem entra?

    A campanha de 2024 colocou o elenco atual como grande fornecedor na lista de maiores ídolos do Botafogo no Século XXI, disso não há dúvidas, mas quais jogadores conseguiram os melhores argumentos para entrarem no time dos sonhos? Marlon Freitas, capitão do time e personagem central do enredo de redenção entre o trágico 2023 e o espetacular 2024, surge como grande personagem – além de ter jogado muita bola.

    Luiz Henrique é o craque da companhia. Dono da mítica camisa 7, foi decisivo na conquista do Brasileirão e protagonista de uma das maiores atuações de um jogador em finais de Libertadores -- fez gol, sofreu o pênalti do segundo tento e lutou incansavelmente até ser substituído. Encantou com dribles e golaços e virou jogador de seleção brasileira. Um enredo clássico para os gigantes da história alvinegra. Virou ídolo da garotada pelo carisma, pela comemoração como Pantera Negra, e pelos seus feitos.

    O zagueiro Alexander Barboza surge, ao menos até aqui, como outro grande candidato. Começou mal, não passava confiança ao torcedor... mas do meio para o final da temporada foi praticamente perfeito. Decisivo pelo alto, ajudou o time a diminuir drasticamente a quantidade de gols sofridos logo na reta final. Nos jogos mais importantes de 2024, na maratona de partidas decisivas contra Palmeiras, final de Libertadores contra o Atlético-MG e contra o Internacional, o defensor foi um leão. Os títulos também passam muito por ele.

  • Quem sairia?

    Mas para um entrar, outro tem que sair. Gerson, o Canhotinha de Ouro, é um dos maiores jogadores de todos os tempos. Campeão mundial pelo Brasil em 1970 e herdeiro de Didi no meio-campo do Botafogo, é ídolo alvinegro. Só que Marlon tem essa Libertadores em dobradinha com o Brasileirão, sendo capitão do time e um dos destaques da equipe em quase todas as fases do jogo. Isso além de toda uma bonita história de redenção, que anda em paralelo com a jornada que o próprio torcedor botafoguense passou entre históricos 2023 e 2024.

    Zagallo é um gigante, mas se Luiz Henrique não tivesse se aventurado esporadicamente ali pela faixa esquerda do ataque, no primeiro tempo da final da Libertadores contra o Atlético-MG, não haveria feito o primeiro dos três gols daquela decisão. Gottardo é intocável por ter sido presença tanto em 1989 quanto em 1995, então o craque Sebastião Leônidas (jogador de seleção brasileira, vale lembrar) seria quem abriria espaço para o leão Alexander Barboza.

  • Didi, Garrincha e Nilton Santos homenageados pela torcida do Botafogo em 2023Vitor Silva/Botafogo

    Onde não se mexe e as verdades absolutas

    Desta forma, a versão atualizada do melhor Botafogo da história poderia ficar assim: Manga; Carlos Alberto Torres, Wilson Gottardo, Alexander Barboza e Nilton Santos; Marlon Freitas e Didi; Garrinha, Jairzinho, Túlio Maravilha e Luiz Henrique.

    Intocáveis neste time dos sonhos são quatro: Didi, Garrincha, Nilton Santos e Jairzinho. Tendo isso em mente, a verdade é que cada botafoguense terá sua escalação ideal e ela será recheada de ídolos e craques. E também é bem verdade que os nomes de 2024 ainda seguirão à prova: é baseado na realidade que eles apresentam em campo que se monta um time dos sonhos, mas para a alegria alvinegra um novo time dos sonhos já é realidade.