Lionel Messi vai conseguir jogar a Copa do Mundo de 2026? Lesões repetidas põem em dúvida futuro do astro da Argentina

Messi abordou a Copa do Mundo de 2022 como se fosse sua última. Com 35 anos na época, ele já não estava mais aproveitando seu futebol no Paris Saint-Germain.

No entanto, a situação com a Argentina era diferente. Ele adorava se juntar à equipe de Lionel Scaloni e aguardava ansiosamente pelas pausas internacionais, que ofereciam um alívio bem-vindo do ambiente tóxico do Parque dos Príncipes.

A vitória na Copa América de 2021 foi um marco. Depois de mais de uma década de derrotas dolorosas, Messi finalmente conquistou uma grande honra pela seleção, aliviando um peso enorme ao cair de joelhos no Maracanã.

A pressão para igualar Maradona, liderando a Argentina à glória máxima, persistiu. Quando a Argentina perdeu para a Arábia Saudita na estreia da Copa do Mundo, em um dos maiores choques da história do futebol, os críticos estavam prontos para atacá-lo.

No entanto, aqueles que previam sua queda acabaram por elogiá-lo. Após manter a Argentina viva na competição com um gol decisivo contra o México, Messi continuou a exibir atuações sensacionais nos mata-matas, culminando na conquista do prêmio mais prestigiado do futebol, semelhante à jornada de Maradona em 1986.

Enquanto Messi chutava uma bola com seus filhos em um campo decorado, muito depois do apito final no estádio Lusail, parecia o momento perfeito para ele se despedir. Não havia mais nada a conquistar, ganhar ou provar.

No entanto, ele optou por continuar. Simplesmente porque estava se divertindo. "Eu amo futebol, e o que faço," explicou. "Gosto de fazer parte da seleção, do grupo. Quero aproveitar mais alguns jogos como campeão mundial."

Ele havia conquistado esse direito, mas "mais alguns jogos" se transformaram em cinco amistosos, cinco partidas de qualificação para a Copa do Mundo e uma campanha inteira na Copa América. Ao final desta, surgiram perguntas legítimas sobre se Messi havia cometido o erro de prolongar demais sua carreira.

Messi fez história ao levar a Argentina ao segundo sucesso consecutivo na Copa América e ao terceiro triunfo em torneios internacionais importantes. No entanto, ficou claro durante o torneio de 2024, nos Estados Unidos, que o enorme desgaste físico de competir no mais alto nível por quase duas décadas estava começando a cobrar seu preço.

Após sete gols e três assistências no Qatar, Messi conseguiu apenas um gol e uma assistência nos EUA, na Copa América. Ele terminou em lágrimas no banco após ser forçado a sair no meio do segundo tempo da final, com lesão nos ligamentos do tornozelo.

Apesar do final feliz, com Lautaro Martinez marcando o gol da vitória na prorrogação, a sexta aparição recorde de Messi em finais de Copa do Mundo parecia ficar mais distante naquele momento. Nove meses depois, essa possibilidade parece ainda mais improvável.

Messi já perdeu quatro jogos da Argentina no ano passado devido a lesões e perderá mais dois na atual Data Fifa, sendo descartado do importante confronto contra Uruguai e Brasil por "desconforto na região do adutor".

O mais preocupante é que essa lesão ocorreu justamente quando o Inter Miami estava gerenciando cuidadosamente sua carga de trabalho. Messi jogou 90 minutos apenas três vezes desde o início de 2025 e foi poupado de três jogos consecutivos no início deste mês, enquanto o treinador Javier Mascherano tenta proteger o atual MVP da MLS sem comprometer a competitividade do time.

"E se não dermos a ele um certo descanso e ele acabar se machucando?" perguntou Mascherano em 6 de março. "Não queremos que ele fique fora por um mês." O fato de um período significativo fora dos campos ser agora uma possibilidade real é uma preocupação tanto para seu clube quanto para seu país.

A presença de Messi em Miami é de enorme importância, não apenas para a franquia, mas também para toda a liga. Os fãs vão aos jogos simplesmente para vê-lo jogar, e quando ele não está em campo, alguns clubes até se sentem obrigados a oferecer compensação. No entanto, Messi não é apenas um fenômeno de marketing; ele continua sendo essencial para o Inter Miami como jogador.

"Messi é a alma deste time," admitiu Mascherano no mês passado. "Ele é como uma criança jogando futebol e não quer perder. Para nós, é uma grande vantagem tê-lo, não só pelo que faz em campo, mas pelo que transmite aos seus companheiros e pela experiência que traz com seus 37 anos."

"Ele não joga apenas no ataque, nos ajuda na defesa e corre por todo o meio-campo. Ele é magnífico."

Não é surpresa, então, que Jorge Mas, co-proprietário do Miami, esteja determinado a renovar o contrato de Messi, que expira em dezembro, especialmente com a franquia se mudando para um novo estádio no próximo ano.

Além disso, o Barcelona deverá retornar a um Camp Nou reformado em 2026, e nos últimos dias surgiram rumores de que o presidente do clube, Joan Laporta, quer trazer Messi de volta para a grande reabertura, o que representaria um dos maiores contos de fadas do futebol.

A realidade, no entanto, é que ainda não sabemos quanto Messi terá para oferecer até o final da campanha atual, e é revelador que o próprio protagonista esteja sendo discreto sobre suas chances de participar da Copa do Mundo de 2026.

"Não estabeleci nenhuma data ou prazo," disse o capitão da Argentina após marcar um hat-trick contra a Bolívia em outubro passado. "Estou apenas aproveitando tudo isso. Estou mais emocionado do que nunca e recebendo todo o amor das pessoas porque sei que esses podem ser meus últimos jogos.

"É uma alegria estar presente e apreciar este momento. Estar cercado por companheiros de equipe mais jovens, dado a minha idade, me faz sentir como uma criança novamente. Eu me vejo fazendo coisas bobas porque me sinto tão confortável, então, enquanto eu mantiver esse sentimento e puder continuar contribuindo para o time, pretendo estar aqui aproveitando (jogar pela seleção)."

Para nós neutros, seria obviamente maravilhoso testemunhar seu gênio uma última vez no palco mais grandioso do jogo, mas apenas se ele estiver apto para isso. O melhor e mais inteligente movimento que Messi poderia ter feito provavelmente teria sido se aposentar após o Qatar - ou pelo menos após a Copa do ano passado - porque jogar na Copa do Mundo de 2026 significa que ele corre o risco de se envergonhar como Cristiano Ronaldo tem feito nos últimos dois grandes torneios internacionais.

Nesse sentido, tem sido encorajador ouvir Messi falar sobre parar no momento em que sentir que se tornou mais um obstáculo do que uma ajuda para os companheiros de equipe que ele absolutamente adora. Ele sabe muito bem que seu fim já começou. O único problema é que seu corpo pode facilmente desistir antes que ele queira, tornando planos e previsões completamente fúteis neste momento.

Messi pode ser o maior tomador de decisões que o jogo já viu, mas esta última pode muito bem ser tomada por ele.