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Ian Subiabre NXGN GFXGetty/GOAL

Ian Subiabre: quem é a próxima promessa do River Plate na mira de Chelsea, Manchester United, Liverpool e Arsenal

No fim da década de 1990, o River Plate recebeu a visita de um jovem baixinho que deixou o técnico das categorias de base em choque ao marcar 12 gols em um único treino. Mesmo assim, os dirigentes recusaram-se a arcar com os custos da hospedagem de seu pai e do tratamento hormonal necessário para seu desenvolvimento. Alegaram, ainda, que o clube já contava com “muitos jogadores com as mesmas qualidades”. O nome do garoto? Lionel Messi.

Desde então, pode-se dizer que o River tem buscado compensar esse erro histórico. O clube tornou-se uma das maiores potências na formação de talentos da Argentina, sendo responsável pelo surgimento de seis jogadores que fizeram parte do elenco campeão da Copa do Mundo de 2022. Entre eles, Enzo Fernández e Julián Álvarez, que deixaram o River para atuar por Benfica e Manchester City, respectivamente, pouco antes da conquista no Qatar. Juntos, renderam mais de £200 milhões de libras em transferências.

A produção de talentos no Monumental não desacelerou. Pelo contrário: acelerou e virou objeto de desejo dos principais clubes da Europa. Claudio Echeverri seguiu os passos de Álvarez e também se transferiu para o City no início de 2024. Mais recentemente, o Real Madrid levou a melhor na disputa por Franco Mastantuono, pagando £34 milhões de libras pelo meio-campista de apenas 17 anos, que se tornou o mais jovem artilheiro da história do River no ano passado.

Agora, o próximo nome cotado para dar o salto à elite do futebol europeu é Ian Subiabre. Ágil e talentoso, o atacante de 18 anos está na mira dos gigantes do continente. O Chelsea teria saído na frente ao se reunir com seu agente, o ex-atacante Claudio Caniggia, mas Manchester United, Liverpool e Arsenal também demonstraram forte interesse. Subiabre ganhou destaque recente por suas atuações pela seleção argentina nas Copas do Mundo sub-17 e no Campeonato Sul-Americano sub-20.

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  • Ian Subiabre (C)Getty Images

    Onde tudo começou

    Subiabre vem de uma família com forte tradição esportiva. Seu avô materno e seu tio atuaram no futebol local em Comodoro Rivadavia, cidade da bela região da Patagônia. Do lado paterno, o avô José Lorenzo foi boxeador amador com um impressionante cartel de 18 vitórias em 19 lutas, além de também ter jogado pelo time de futebol da cidade. Já o pai, Martín, teve longa trajetória nas divisões inferiores da Argentina, conquistando o acesso à segunda divisão com o CAI e defendendo também o Huracán de Comodoro Rivadavia.

    Martín chegou a fazer um teste no River Plate, mas não foi aprovado. Ainda assim, viu seu sonho se realizar por meio do filho, que começou a se destacar aos cinco anos no time local El Globito. Descoberto por Claudio Fernández, olheiro do River na região, Subiabre foi convidado a integrar as categorias de base do clube aos oito anos. No entanto, a família não tinha condições de se mudar para Buenos Aires, e o jovem permaneceu em Comodoro, jogando pelo CAI — mesmo clube onde o pai se destacou — enquanto mantinha contato com o River e participava de treinamentos esporádicos.

    A cada três meses, ele viajava até a capital argentina em longas jornadas de ônibus de 24 horas para manter viva a ligação com o clube. Subiabre chegou até a viajar para a Espanha para testes no Villarreal e no Levante, mas as oportunidades não se concretizaram. De volta ao CAI, foi convidado a disputar um amistoso em Buenos Aires na sede da seleção argentina. Lá, chamou a atenção de Pablo Aimar, então técnico da seleção sub-15 e ídolo do River, que ficou encantado com seu talento. Pouco tempo depois, o River oficializou sua contratação e o integrou ao elenco de base. Em 2023, o atacante assinou seu primeiro contrato profissional, com cláusula de rescisão fixada em €25 milhões de euros.

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  • Ian SubiabreGetty

    A grande oportunidade

    Após uma estreia discreta em torneios de base durante a Copa do Mundo sub-17 — ofuscado por companheiros de River como Agustín Ruberto, Echeverri e Mastantuono — Ian Subiabre brilhou em sua próxima participação com a seleção argentina: o Campeonato Sul-Americano sub-20 de 2025, realizado na Venezuela.

    O atacante marcou três gols em oito partidas. Dois deles com o pé esquerdo: um na goleada por 6 a 0 sobre o Brasil e outro na vitória por 2 a 1 contra o Chile. No entanto, seu momento mais decisivo veio diante da Colômbia. Com o jogo empatado sem gols nos minutos finais, Subiabre driblou um defensor em meio à marcação apertada dentro da área e finalizou de pé direito no canto próximo, garantindo a vitória por 1 a 0.

    O gol selou a classificação da Argentina para a Copa do Mundo sub-20, que será disputada no Chile ainda este ano, e manteve a equipe na briga pelo título sul-americano — embora tenha terminado a competição na segunda colocação, atrás do Brasil.

  • Como está indo?

    As boas atuações de Subiabre no Sul-Americano sub-20 renderam frutos também no River Plate. Embora o técnico Marcelo Gallardo tenha histórico de priorizar jogadores mais experientes em vez dos jovens talentos que surgem da base, o atacante começou a ganhar espaço no elenco principal. Ao longo da temporada, foi acionado em oito partidas do campeonato nacional e entrou em campo três vezes na Copa Libertadores, sempre vindo do banco.

    Mesmo com poucos minutos, Subiabre aproveitou bem as chances e marcou seu primeiro gol como profissional em um empate por 2 a 2 contra o Rosario Central, em março, ao finalizar de primeira uma bola solta na área. Sua evolução chamou a atenção: foi incluído na lista do River para o Mundial de Clubes e, no início de junho, recebeu uma ligação inesperada, mas muito bem-vinda, do técnico Lionel Scaloni, convidando-o a treinar com a seleção principal da Argentina na preparação para o jogo das Eliminatórias contra a Colômbia.

  • Ian SubiabreGetty

    Maiores pontos fortes

    Apelidado de Barrilete ("A Pipa") na infância, Subiabre se destaca principalmente pela habilidade de driblar adversários em espaços curtos — talvez sua característica mais marcante. Além disso, impressiona pela precisão e potência nos arremates, especialmente com o pé esquerdo.

    “Sou um atacante poderoso e um artilheiro”, afirmou em entrevista ao site oficial do River Plate. “Tenho força no um contra um, gosto de recuar para ajudar meus companheiros e buscar assistências.”

  • Ian SubiabreGetty

    Espaço para melhoria

    Como é comum para um jogador de apenas 18 anos, Ian Subiabre ainda precisa evoluir fisicamente e aprimorar seu condicionamento. Não por acaso, Marcelo Gallardo só lhe deu mais de 45 minutos em campo uma única vez e nunca o escalou como titular em nenhuma competição, o que evidencia a cautela em relação à sua preparação.

    Seu avô, ex-boxeador, sempre o incentivou a ganhar massa muscular. “Ele precisa cuidar do físico porque já tem habilidade técnica”, afirmou em entrevista ao La Nación. “É um ótimo jogador e, se continuar se cuidando como tem feito até agora, não tenho dúvidas de que irá muito longe.”

    Além do aspecto físico, Subiabre também trabalha para refinar seu jogo. Melhorar os chutes com o pé direito e desenvolver a capacidade de finalização de longa distância são metas importantes para torná-lo um atacante mais versátil e imprevisível diante das defesas rivais.

  •  Julian Alvarez of Atletico de Madrid celebrates scoring Getty Images

    O próximo... Julián Álvarez ?

    Em entrevista ao site oficial do River Plate em 2022, Ian Subiabre revelou que Julián Álvarez é sua principal inspiração. Na época, o agora atacante do Atlético de Madrid ainda defendia o clube argentino. “Ele é um jogador extraordinário. Para mim, é um exemplo a seguir”, afirmou. “Se dedica ao máximo nos treinos e demonstra uma enorme qualidade nos jogos. É habilidoso, artilheiro, pressiona o tempo todo e entende o jogo perfeitamente.”

    Desde então, Álvarez acumulou conquistas expressivas: venceu duas edições da Premier League, além da FA Cup e da Champions League, e se tornou peça-chave na seleção argentina campeã da Copa do Mundo. No Atlético, já caiu nas graças da torcida com sua entrega em campo. Naturalmente, ele virou uma referência para os jovens que saem da base do River. E, embora jogue de forma mais centralizada e tenha números mais expressivos em termos de gols, suas características guardam semelhanças com as de Subiabre.

    Álvarez costuma recuar e atuar pelas pontas com frequência, algo que também se vê em Subiabre, que tem boa visão para passes em profundidade e se destaca pela entrega defensiva, ajudando seu lateral com frequência. Já Álvarez é reconhecido pela ética de trabalho incansável — uma das razões pelas quais é tão admirado por Messi e pelo grupo da seleção.

    Antes da disputa da Copa do Mundo sub-17, após encontrar pessoalmente Álvarez e Messi no centro de treinamento da seleção argentina, Subiabre reforçou sua admiração: “Julián ainda é meu ponto de referência e só espero conseguir alcançar tanto quanto ele.”

  • Ian SubiabreGetty

    O que vem aí?

    Embora muitos jovens do River Plate optem por transferências lucrativas à Europa logo após estrearem no time principal — ou até antes — Subiabre precisa consolidar uma sequência maior de jogos pelo clube antes de sonhar em atravessar o Atlântico. Julián Álvarez, por exemplo, marcou seis gols em uma partida da Copa Libertadores e conquistou a Copa América pela Argentina antes de se transferir para o Manchester City.

    Apesar do crescente interesse em Subiabre, intensificado por relatos de que o Chelsea o observou atentamente na Venezuela, o atacante precisa antes firmar seu nome na Argentina e evoluir fisicamente para estar preparado quando chegar a hora de seguir os passos de Álvarez, Fernández e Mastantuono. Isso só será possível com mais oportunidades regulares sob o comando de Gallardo.

    A recente lesão do principal atacante do River, Sebastián Driussi, na estreia do Mundial de Clubes contra o Urawa Red Diamonds, pode abrir mais espaço para o jovem, primeiro durante o torneio nos Estados Unidos e, possivelmente, depois, à medida que o clube foca em avançar na Libertadores.

    Uma boa atuação na competição, e contra qualquer adversário europeu no Mundial, colocaria Subiabre definitivamente no radar, aproximando-o daquela tão esperada transferência para uma das cinco principais ligas da Europa — algo que cada vez mais parece ser questão de “quando”, e não “se”.