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Liverpool parade 2025 policeGetty/GOAL

Homem que jogou carro contra torcedores do Liverpool em festa de título é condenado a 21 anos e seis meses de prisão

  • O que o juiz disse no caso

    Ele recebeu agora uma sentença de prisão. De acordo com o processo, Doyle agiu “em fúria”, com a “raiva o dominando completamente”. A acusação sustenta que ele utilizou o carro como uma verdadeira “arma”, colocando vidas em risco de forma totalmente desnecessária.

    Antes de proferir a sentença, o juiz Andrew Menary KC foi contundente ao descrever a conduta do réu: “Sua condução pela cidade foi perigosamente irresponsável. Desde o início, a forma como dirigia foi agressiva e arriscada. Entre 17h59 e 18h01, você usou o veículo como uma arma. As imagens são verdadeiramente chocantes. Elas mostram você acelerando deliberadamente, atropelando pessoas, esmagando carrinhos de bebê. Diversas testemunhas, incluindo policiais em serviço, afirmaram que você continuou acelerando.”

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  • Liverpool Premier League Trophy ParadeGetty Images Sport

    Juiz elogia esforços de homem que ajudou a parar o carro

    O juiz Menary acrescentou que as ações de Doyle “causaram horror e devastação em uma escala nunca antes vista por estes tribunais”. Segundo ele, o réu não assumiu a responsabilidade pelo que fez, tampouco reconheceu o risco evidente que criou ou o dano provocado. “Em vez disso, tentou minimizar sua culpa”, afirmou.

    Na sequência, o magistrado destacou que os crimes não foram resultado de um ato impensado ou de imprudência momentânea. “Para compreender corretamente este caso, é fundamental reconhecer que os delitos não decorreram de um lapso. A verdade é que você perdeu completamente o controle em um acesso de raiva, determinado a abrir caminho pela multidão, independentemente das consequências”, disse. Ao se declarar culpado, acrescentou o juiz, Doyle admitiu ter a intenção de causar ferimentos graves, inclusive em crianças.

    Menary também elogiou a atuação de Daniel Barr, responsável por ajudar a imobilizar o veículo de Doyle e encerrar a ameaça. “Suas ações evitaram novos ferimentos e muito provavelmente salvaram vidas”, afirmou.

  • O que a defesa de Doyle disse

    O juiz voltou a detalhar o comportamento de Doyle no dia dos fatos. “Você fez uma escolha consciente ao ultrapassar os cones de segurança e avançar para o meio da multidão. Em apenas dois minutos, utilizou o veículo de forma a transformá-lo em uma arma, dirigindo deliberadamente contra mais de 100 pedestres. As imagens são realmente chocantes. É difícil, se não impossível, transmitir apenas com palavras as cenas de devastação que você causou. Elas mostram você acelerando repetidamente em direção a grupos de torcedores”, afirmou.

    Pela defesa, o advogado Csoka declarou que seu cliente levou meses para “processar mentalmente o que havia feito”. Segundo ele, Doyle estaria profundamente horrorizado com a própria conduta e com as consequências do que descreveu como um “efeito em espiral” totalmente inesperado — tanto para o réu quanto para as pessoas que o conheciam de perto.

    “Houve um período de negação. É evidente que ocorreu uma fuga da realidade, um fenômeno amplamente reconhecido quando alguém se envolve em um evento inesperado dessa magnitude, ainda que tenha sido o responsável por ele”, disse o advogado. Ele acrescentou que Doyle não conseguiu, de imediato, conciliar o homem que havia sido nos últimos 30 anos com o comportamento que teve em 26 de maio, da mesma forma que pessoas próximas a ele também teriam dificuldade em acreditar no ocorrido.

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  • Liverpool Premier League Trophy ParadeGetty Images Sport

    Condenações anteriores não foram levadas em conta

    Apesar de reconhecer o arrependimento demonstrado, o juiz Menary afirmou que a versão apresentada por Doyle, de que teria agido em estado de pânico, era “demonstravelmente falsa”.

    Segundo o magistrado, era necessário deixar o ponto absolutamente claro: “A multidão não causou este incidente; ela reagiu a ele, ao se deparar com um veículo sendo conduzido diretamente contra as pessoas, avançando em marcha à ré e atropelando várias delas. Ninguém ali tinha qualquer ideia de quem você era, por que estava dirigindo daquela maneira ou se se tratava de um ataque de natureza ainda mais grave.”

    Menary foi enfático ao afirmar que “o caos que se seguiu foi causado exclusivamente pela sua condução” e que qualquer tentativa de transferir a responsabilidade para o público ou para os torcedores do Liverpool presentes “é totalmente infundada e injusta”.

    O tribunal também foi informado de que Doyle possui condenações anteriores, tanto militares quanto civis, em seu histórico. No entanto, essas infrações não foram consideradas na dosimetria da pena atual, uma vez que ele havia permanecido sem novos conflitos com a lei por cerca de 30 anos antes de provocar o episódio de caos no centro de Liverpool.

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