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Haaland dependency GFXGetty/GOAL

Dependência de Erling Haaland vai impedir o Manchester City de buscar o título da Premier League - mas alguém é capaz de chamar a responsabilidade?

O Villa não foi o primeiro a perceber que parar Haaland é praticamente o mesmo que parar o City nesta temporada — apenas o primeiro a colocar o plano em prática. É verdade que a equipe contou com um pouco de sorte, e em outro dia o centroavante provavelmente teria marcado. Mas Haaland desperdiçou duas grandes chances: primeiro chutou em cima de Emiliano Martínez após passe de Bernardo Silva, e depois cabeceou uma bola direto nas mãos do goleiro argentino. No fim, até balançou a rede, mas o gol foi anulado por um impedimento milimétrico de Omar Marmoush.

Foi um lembrete de que, apesar das impressionantes sequências goleadoras que coleciona na carreira, Haaland não marca o tempo todo — e não pode ser cobrado para isso. Se o City não encontrar um plano alternativo, dificilmente vai recuperar o título.

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  • FBL-ENG-PR-ASTON VILLA-MAN CITYAFP

    “Basta colocar a bola na rede”

    Para Guardiola, o problema foi simples: o time jogou bem, mas não aproveitou as chances. “Faltou apenas a finalização. Colocar a bola na rede. Fizemos um ótimo jogo, fomos impressionantes. Jogamos contra um adversário muito bom. Dezesseis finalizações [na verdade foram 18], nada mal. Foi uma partida difícil, decidida em detalhes. O espírito do time foi excelente. Só faltou o toque final, chutar melhor, cruzar melhor.”

    Do outro lado, Unai Emery explicou que o Villa “precisou de tudo para pará-lo”, referindo-se a Haaland. O técnico apostou em força física, colocando Amadou Onana ao lado de Boubacar Kamara no meio-campo e orientando os zagueiros Ezri Konsa e Pau Torres a fazerem marcação dupla sobre o norueguês, que teve apenas quatro toques dentro da área adversária.

    Essa estratégia já havia sido tentada antes. Normalmente, porém, outros astros do City aproveitavam o espaço extra. Não foi o caso neste domingo.

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  • Aston Villa v Manchester City - Premier LeagueGetty Images Sport

    O argumento não convence

    Metade das 18 finalizações do City foi bloqueada pela defesa do Villa. Das nove que chegaram ao gol, três foram de Haaland, e todas no alvo.

    Josko Gvardiol e Tijjani Reijnders erraram o alvo duas vezes cada, Matheus Nunes também desperdiçou uma oportunidade, e apenas Savinho conseguiu testar Martínez além de Haaland. Bernardo Silva e Oscar Bobb não finalizaram, assim como Jeremy Doku, que entrou no segundo tempo e teve mais de 30 minutos em campo.

    Portanto, se Guardiola acredita que o único problema foi “não colocar a bola na rede”, a culpa recai apenas sobre Haaland e Savinho, o que parece injusto. O técnico precisa encontrar maneiras de envolver mais jogadores na responsabilidade pelos gols.

  • Aston Villa v Manchester City - Premier LeagueGetty Images Sport

    Falta de apoio

    Essa dependência excessiva de Haaland não começou contra o Villa. Quando Bernardo Silva marcou o segundo gol contra o Villarreal, pela Champions League, ele interrompeu uma sequência de oito gols consecutivos do norueguês.

    O último gol do City na Premier League que não levou a assinatura de Haaland foi, curiosamente, um gol contra do zagueiro do Burnley, Maxime Estève, há um mês. Aliás, o próprio Estève aparece como o segundo “artilheiro” do City no campeonato, com dois gols marcados contra o seu próprio time, na goleada por 5 a 1 sobre o Burnley.

    Enquanto Haaland soma 11 gols na Premier League, apenas quatro companheiros balançaram as redes: Phil Foden, Rayan Cherki, Reijnders e Nunes. Nem Savinho nem Doku marcaram até agora.

    Na Champions League, só Foden e Doku conseguiram fazer gols além de Haaland.

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  • Real Madrid v Manchester City FC: Semi-Final First Leg - UEFA Champions LeagueGetty Images Sport

    À sombra do time do triplete

    Não é novidade ver Haaland superando seus companheiros em número de gols. Em sua primeira temporada, ele quebrou o recorde da Premier League com 36 gols e chegou a 52 no total, um completo absurdo. Mas, naquela época, ele não estava sozinho. O City venceu a Champions, a Premier League e a Copa da Inglaterra porque outros nomes também viveram grandes momentos.

    Seis jogadores marcaram pelo menos cinco gols no campeonato: Foden fez 11, Julián Álvarez nove, Gundogan oito e De Bruyne sete, além das inúmeras assistências. Mesmo quando Haaland passou em branco nas finais da Copa da Inglaterra e da Champions, o City ergueu as taças graças aos gols de Gundogan e Rodri.

    Na temporada seguinte, quando o City conquistou o quarto título inglês consecutivo, os companheiros voltaram a dividir o peso. Haaland fez 28 gols e levou novamente a Chuteira de Ouro, mas Foden marcou 19, Álvarez 11 e até Rodri, volante, chegou a oito. Os rivais sabiam que, se Haaland não marcasse, outro marcaria.

  • Aston Villa v Manchester City - Premier LeagueGetty Images Sport

    Dependência perigosa

    Agora, o cenário é bem diferente. Nas duas últimas temporadas, o City ficou cada vez mais dependente do norueguês, e isso não tem dado certo. Na última campanha, quando o time não conquistou nenhum grande título pela primeira vez em oito anos, os segundos maiores artilheiros foram Foden e Marmoush, com apenas sete gols cada, contra 22 de Haaland.

    A comparação com o Liverpool é clara: Salah marcou 27 vezes, mas ainda teve o apoio de Luis Díaz (13) e Gakpo (dez).

    A diferença entre Haaland e o restante do elenco só aumentou nesta temporada. O City tem agora um desempenho pior do que na mesma altura do ano passado, quando terminou com o menor número de pontos desde a primeira temporada de Guardiola, em 2016/17, e nove derrotas.

    Depois de nove rodadas em 2024/25, o City havia perdido apenas quatro pontos e liderava invicto. Hoje, já são 11 pontos desperdiçados e três derrotas em nove partidas. O time está em quinto lugar empatado com o rival Manchester United, cuja crise tanto divertia os torcedores do City, e seis atrás do líder Arsenal.

  • Aston Villa v Manchester City - Premier LeagueGetty Images Sport

    Em busca de uma solução

    Guardiola ironizou recentemente a pressa da imprensa inglesa em tirar conclusões, lembrando que já haviam descartado as chances do City após três rodadas e, pouco depois, decretado o “fim” da briga do Liverpool pelo título. Após a derrota para o Villa, o técnico reforçou que o campeonato ainda está longe do fim:

    “Pela minha experiência, a temporada é muito longa. Muito longa. Eu estava preocupado antes da Data FIFA, quando estávamos em 14º e o Arsenal já tinha sete ou oito pontos de vantagem. Nosso trabalho não é olhar para a tabela. Se eles vencerem todos os jogos e forem campeões, parabéns. Mas sinto que o time está vivo, o time está bem.”

    O City já superou desvantagens maiores no passado, mas se quiser recuperar o título, precisa reencontrar o caminho das vitórias sem depender apenas de Haaland. Guardiola uma vez provocou dizendo que o Tottenham era “o time do Harry Kane”, irritando Pochettino. Agora, seu próprio elenco corre o risco de ser chamado de “o time de Erling Haaland” e, se nada mudar, vai terminar a temporada com o mesmo número de troféus que aquele Tottenham terminava: nenhum.

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