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Chelsea-Club-World-Cup-final-PSG-winners-losers-16:9Getty/GOAL

Cuidado, Premier League! Como o Chelsea desbancou o favorito PSG em declaração para o mundo

Após apenas oito minutos da final do Mundial de Clubes, Cole Palmer desperdiçou uma chance clara. Foi o tipo de oportunidade que se espera que ele converta — em todos os sentidos. Ele recebeu a bola naquele cantinho do campo que costuma ser seu lugar favorito. Pé esquerdo armado, chute curvado pronto para sair. Esses são exatamente os gols que Palmer costuma marcar. Mas, dessa vez, errou: a bola foi direto para o lado de fora da rede. Naquele momento, parecia que o Chelsea havia perdido sua única oportunidade contra o poderoso Paris Saint-Germain.

Mas o time despertou. Quinze minutos depois, Palmer teve uma segunda chance — praticamente do mesmo lugar. E, desta vez, ele não perdoou: acertou o canto inferior com precisão cirúrgica. Pouco depois, voltou a marcar, finalizando com potência o desfecho de uma jogada coletiva fluida, vencendo Gianluigi Donnarumma. No terceiro gol, ele também esteve envolvido: encontrou João Pedro, que dominou com categoria e encobriu o goleiro, dando ao Chelsea uma vantagem de 3 a 0 ainda no primeiro tempo.

Com apenas 43 minutos de jogo, os Blues já haviam praticamente selado a vitória sobre os campeões europeus. A atuação do Chelsea contra o Paris Saint-Germain foi simplesmente emocionante — e o título do Mundial de Clubes veio como recompensa merecida. Um primeiro tempo envolvente deu lugar a uma segunda etapa disciplinada: o time inglês seguia perigoso nos contra-ataques, mas se mostrava maravilhosamente atento na defesa — com desarmes certeiros, bloqueios precisos e socos no ar em celebração visível. O PSG, por sua vez, mal chegou perto de reagir, com exceção de raros momentos salvos pelo surpreendentemente excelente Robert Sánchez, que brilhou sob os holofotes.

Após o apito final, Luis Enrique defendeu seus jogadores, afirmando que seu time não era composto por "perdedores", mas sim por "vice-campeões" em um grande torneio. Uma leitura compreensível dos fatos. No entanto, uma análise mais atenta revela um panorama diferente: o PSG foi completamente dominado. De um lado, uma equipe com um plano de jogo bem definido, um jogador em estado de graça e um técnico que realmente acreditava no projeto. Do outro, um time que parecia simplesmente esgotado.

Mais amplamente, esta conquista representa a mais clara validação do projeto de Todd Boehly. Dinheiro não compra um planejamento perfeito nem garante os jogadores ideais. Mas pode, sim, adquirir talentos de altíssimo nível — e, neste caso, o direito de ser chamado de campeão mundial. O Chelsea pode ter oscilado na Premier League nesta temporada, mas, com base no que mostrou neste torneio, não seria surpreendente vê-lo disputando o título em 2025/26.

A seguir, a GOAL analisa os vencedores e perdedores da final no MetLife Stadium...

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  • Cole Palmer ChelseaGetty Images

    VENCEDOR: COLE PALMER

    Didier Drogba foi, por muito tempo, o grande herói do Chelsea em finais. Amplamente considerado o melhor atacante a vestir o famoso uniforme azul, o marfinense ainda é lembrado como talvez o maior jogador de grandes jogos que o futebol já viu. E os números comprovam essa fama: em 10 finais pelo Chelsea, Drogba marcou nove gols, venceu oito delas e, em todas as vitórias, deixou sua marca. Uma estatística simplesmente assombrosa.

    Agora, um novo herói de decisões surgiu em Stamford Bridge — e seu nome é Cole Palmer.

    O jovem inglês brilhou novamente neste domingo, marcando dois gols e dando uma assistência na final contra o PSG. Após o apito final, foi eleito o melhor jogador da competição, recebendo a Bola de Ouro do torneio. Não foi a primeira vez em que Palmer se destacou em um grande palco: na final da Conference League contra o Betis, ele foi essencial com duas assistências na vitória que deu ao Chelsea mais um título europeu.

    E seu impacto vai além do clube. Na final da Euro 2024, Palmer saiu do banco para marcar e reacender as esperanças da Inglaterra contra a Espanha. Mesmo com a derrota, seu desempenho foi um dos poucos pontos altos do time. Antes disso, em 2023, ele já havia marcado o gol de empate do Manchester City na Supercopa da Uefa contra o Sevilla e também balançado as redes na Supercopa da Inglaterra contra o Arsenal.

    No total, Palmer participou de seis finais como profissional até agora — e contribuiu com gol ou assistência em cinco delas, perdendo apenas três. Um número impressionante para alguém ainda tão jovem.

    É seguro dizer: o Chelsea encontrou seu novo especialista em decisões. Quando o clube precisa de uma estrela para brilhar nos momentos mais importantes, Cole Palmer está pronto para assumir o protagonismo.

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  • luis enrique(C)Getty images

    PERDEDOR: LUIS ENRIQUE

    Luis Enrique havia alertado, antes do confronto de domingo, que este não seria um jogo fácil. À primeira vista, soava como o discurso típico de um treinador experiente, acostumado a grandes decisões ao longo da carreira. Seus comentários sobre Enzo Maresca pareciam exageradamente elogiosos — quase uma lisonja protocolar. Ele afirmou admirar o futebol do Chelsea e demonstrou uma curiosa fascinação pela forma como a equipe joga.

    Em parte, claro, tratava-se de controlar expectativas. O Paris Saint-Germain era amplamente favorito, e ele certamente tinha ciência disso. Ainda assim, talvez houvesse uma pitada de complacência na postura do time ao entrar em campo. Desde janeiro, Luis Enrique manteve o mesmo padrão: mesma escalação, mesmos princípios, mesma abordagem. Nenhuma surpresa no time inicial, nenhum ajuste tático inesperado. A filosofia era simples: repita a fórmula vencedora da final da Champions, e ela funcionará de novo.

    O que ele claramente não esperava era enfrentar um treinador com ideias próprias — e pronto para aplicá-las com ousadia.

    Enquanto Maresca fazia ajustes cirúrgicos e moldava sua equipe para explorar cada fraqueza do adversário, Luis Enrique manteve-se fiel ao plano. Ele viu seu time ser desmontado em 25 minutos e pouco fez para mudar o rumo da partida. Sim, é verdade: o PSG é, no papel, o melhor time do mundo. Mas o que se faz quando a fórmula que te levou ao topo simplesmente para de funcionar? A maioria dos treinadores arriscaria algo novo — adaptaria, reinventaria, mostraria criatividade.

    Luis Enrique, no entanto, optou por substituições diretas e respostas previsíveis. Poucas ideias, pouca inspiração. E o resultado foi claro: foi superado taticamente, e de forma visível.

  • إنزو ماريسكاAFP

    VENCEDOR: ENZO MARESCA

    Quanto ao outro banco… Enzo Maresca deixou claro, antes do jogo, que acreditava em seu time. Bem, óbvio. Claro que ele acreditava. Ninguém espera que um treinador se sente diante das câmeras, com microfone à frente, e admita a derrota antes mesmo do apito inicial. Não é assim que o futebol funciona. Mas o que poucos previram foi um plano de jogo tão minuciosamente elaborado e executado.

    Maresca revelou depois que o Chelsea havia mirado o lado esquerdo da defesa parisiense — onde Nuno Mendes, muitas vezes relutante em manter posição defensiva, oferecia uma vulnerabilidade clara. E os Blues exploraram essa brecha com perfeição.

    Foi uma jogada inteligente. Maresca posicionou Malo Gusto como lateral-direito — até aí, nada surpreendente — mas deslocou Cole Palmer para o lado direito do ataque e trouxe Enzo Fernández mais centralizado. O resultado? Um triângulo perfeitamente equilibrado que proporcionou a Palmer liberdade e espaço para desequilibrar. E foi exatamente isso que ele fez.

    Essas são as vantagens de ter um treinador com uma visão tática clara e um jogador em fase iluminada: você cria o cenário, dá liberdade ao seu talento principal — e torce para que a mágica aconteça. No caso de Palmer, aconteceu.

    Mas o Chelsea foi inteligente em outros aspectos também. Maresca, presumivelmente, estudou a semifinal entre PSG e Real Madrid. Os espanhóis recuaram em bloco médio naquele jogo — e foram engolidos. Para o italiano, era claro: o Chelsea precisava pressionar alto. E embora fosse improvável sustentar isso por 90 minutos, os instantes iniciais foram suficientes.

    “Ganhamos o jogo nos primeiros 10 minutos”, disse Maresca na coletiva pós-jogo. E ele não estava errado.

  • Ousmane Dembele 2025Getty

    PERDEDOR: OUSMANE DEMBÉLÉ

    O que realmente significa a Bola de Ouro na era pós-Lionel Messi e Cristiano Ronaldo? Por tanto tempo, esse prêmio foi o marco definitivo para comparar os dois maiores jogadores da história — a linha divisória que, em teoria, separava o número 1 do número 2 no futebol mundial. Desde que a era deles chegou ao fim, a premiação parece ter perdido um pouco do seu rumo, entregue quase que relutantemente e envolta em controvérsias.

    Ousmane Dembélé, no entanto, seria uma escolha relativamente incontestável: desempenho sólido na Ligue 1, destaque na Champions League, muitos gols — nada surpreendente no papel.

    Mas o domingo pode ter lançado uma pequena dúvida na mente dos votantes.

    Para começar, Dembélé esteve abaixo do esperado. O atacante tentou explorar seu padrão típico de movimentação pela linha do PSG, buscando espaços para atacar e pontos estratégicos para pressionar. Mas nada funcionou naquele dia. Ele foi claramente prejudicado por alguns erros coletivos, mas nunca protagonizou um momento digno do prêmio.

    Esse é o problema com a Bola de Ouro deste ano: os únicos jogadores que realmente decidiram partidas sozinhos foram Mohamed Salah e Lamine Yamal — porém, suas performances inconsistentes na Champions os desqualificam automaticamente.

    Dembélé deveria ter conquistado o troféu. Mas, agora, a decisão está longe de ser clara.

  • Chelsea FC v Paris Saint-Germain: Final - FIFA Club World Cup 2025Getty Images Sport

    VENCEDOR: ROBERT SÁNCHEZ

    Inesperado, mas muito bem-vindo, Robert Sánchez certamente viveu seu melhor jogo com a camisa do Chelsea no domingo. O goleiro espanhol foi simplesmente incrível — e se você perguntasse a qualquer um qual dos dois, entre ele e Donnarumma, foi um dos três melhores goleiros do mundo naquele dia, a maioria apontaria para o arqueiro dos Blues.

    Sánchez teve altos e baixos ao longo da temporada. Em certos momentos, foi um peso para o time, cometendo erros que custaram caro ao Chelsea na campanha regular. Em dado momento, chegou até a ser substituído por Filip Jörgensen.

    Mas o domingo marcou sua redenção. Aos 27 anos, ele neutralizou uma grande chance dos franceses de forma milagrosa, fazendo seis defesas cruciais e exibindo uma compostura impressionante com a bola — foram 45 toques ao longo da partida. Sob constante pressão do trio ofensivo do PSG, que atacou intensamente durante todo o jogo, Sánchez manteve a calma e se destacou quando o clube mais precisava dele.

    Após o apito final, recebeu merecidamente a Luva de Ouro como melhor goleiro da competição — um prêmio que, desta vez, não poderia ter ido a outro lugar.

  • Luis Enrique Donnarumma Joao Pedro Chelsea PSGGetty Images

    PERDEDOR: OS ÂNIMOS DO PSG

    Então... qual foi exatamente o objetivo de tudo aquilo? O PSG ainda estava no jogo no segundo tempo. Havia ideias, chances, e, claro, um elenco superior com o qual trabalhar. Sim, o placar mostrava 3 a 0, mas considerando o histórico do clube e o talento bruto em campo, havia espaço para sonhar com uma reação. Além disso, o Chelsea é um time jovem — teoricamente vulnerável à pressão de um gigante europeu.

    Mas, por mais bem que o Chelsea tenha jogado, o PSG também fez um trabalho notável ao sabotar a si mesmo. Durante cerca de uma hora, os parisienses mantiveram certa disciplina. Depois disso, perderam o controle. O meio-campo, que tantas vezes nesta temporada funcionou como uma engrenagem refinada de passes leves e desarmes precisos, virou uma máquina de cometer faltas. Os desarmes passaram a ser ríspidos. Os duelos deixaram de ser técnicos e viraram batalhas físicas. E isso era exatamente o que o Chelsea queria: desestabilizar o PSG, tirá-los do jogo, empurrá-los para o desconforto. E os franceses caíram direitinho na armadilha. Nos 42 minutos do segundo tempo, João Neves perdeu a cabeça. Puxou o cabelo de Marc Cucurella — que, claro, fez questão de dramatizar — e foi expulso.

    E então vieram as confusões do fim. Ainda não está claro quem disse o quê para quem, mas o que se viu foi Donnarumma empurrando, Luis Enrique gesticulando agressivamente, e João Pedro no chão. As brigas continuaram por alguns minutos — mais do que o próprio jogo. No fim, os atuais campeões da Europa pareciam tudo, menos isso. Restou apenas a imagem de maus perdedores.

  • US-POLITICS-ECONOMY-MILKENAFP

    VENCEDOR: TODD BOEHLY

    Muitos têm criticado — com razão — a estratégia de contratações do Chelsea e sua política financeira nos últimos anos. Nada disso parece, de fato, muito racional. O clube gasta quantias enormes, aparentemente de forma aleatória, sem um plano coerente por trás. O critério? Ser talentoso, ter menos de 24 anos e custar mais de 50 milhões de euros. Se sim, então bem-vindo a Stamford Bridge. Até agora, esse modelo não funcionou. O vestiário ficou superlotado, jogadores foram emprestados em massa, e o clube chegou ao ponto de vender o time feminino para evitar violações nas Regras de Lucratividade e Sustentabilidade — um resumo perfeito de uma gestão financeira desastrosa.

    É importante dizer: essa vitória não redime tudo isso. O Chelsea continua gastando de forma imprudente, e é provável que mais contratações questionáveis sejam feitas nas próximas semanas — mesmo com Enzo Maresca afirmando, após o jogo, que está apenas pensando em suas férias no momento. Não há redenção verdadeira em gastar tanto e ainda não conquistar o suficiente. Mas, para Todd Boehly, o que importa são os resultados. E apontar para mais um troféu importante — após o título da Conference League em maio — é um argumento válido. Ele pode não estar reinventando o futebol, mas talvez saiba uma coisa ou outra sobre como se vence nele.

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