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Friedkins Roma in ruins GFX 2024-25GOAL

Cuidado, Everton! Roma vive caos com Grupo Friedkin e vira alerta

Quando surgiu em junho a notícia de que o Friedkin Group havia fechado um acordo com Farhad Moshiri para comprar o Everton, a notícia foi recebida com estusiasmo pelos sofridos torcedores do clube.Afinal, parecia ser o tão esperado fim de um dos períodos mais turbulentos da história dos Toffees. Após anos de péssimos desempenhos e incertezas, o impopular empresário Moshiri finalmente estava de saída de Goodison Park.

Os torcedores também ficaram animados ao lembrar como o Friedkin Group havia revitalizado a Roma – um clube que, assim como o Everton, tinha uma torcida apaixonada, mas enfrentava tempos difíceis. Os Giallorossi conquistaram a Conference League apenas dois anos após serem comprados pelo consórcio americano, em 2020, e chegaram à final daEuropa League na temporada seguinte.

Porém, com o Friedkin Group ainda em processo de compra de 94% do Everton, vale mencionar que a Roma mergulhou em um caos total desde então, com muitos torcedores agora frustrados e querendo a saída dos donos, enquanto o clube busca seu quarto técnico de 2024...

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  • "Friedkin vá para casa!"

    Na manhã de terça-feira, a capa do Corriere dello Sport, da Itália, alertava que a "crise na Roma corre o risco de virar uma piada". Na verdade, isso já tinha acontecido.

    No dia anterior, surgiram rumores de que Dan e Ryan Friedkin, na tentativa de evitar serem vistos, estavam hospedados em um hotel em Ladispoli, nos arredores de Roma. Esses relatos não foram confirmados, mas isso não impediu que torcedores irritados pendurassem uma faixa em frente ao prédio dizendo: "Friedkin, vá embora!"

    Esse tipo de protesto seria impensável há alguns meses. Desde que compraram a Roma de James Pallotta, há pouco mais de quatro anos, os Friedkin quase não haviam cometido erros. Agora, porém, uma série de decisões desastrosas fez com que muitos torcedores se voltassem contra eles.

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  • Genoa v AS Roma - Serie AGetty Images Sport

    "Às vezes, o futebol não é justo"

    Em 25 de junho, Daniele De Rossi assinou um contrato de três anos com a Roma. Apesar da queda de desempenho da equipe no fim da temporada 2023/24, a renovação parecia justa, já que ele havia melhorado o ambiente após a saída de José Mourinho, demitido em janeiro.

    A demissão de De Rossi, menos de um mês após o início da nova temporada, pegou a todos de surpresa. A Roma teve um início irregular no Campeonato Italiano, com três empates e uma derrota, mas não havia indícios de problemas no vestiário. Os jogadores, como Paulo Dybala, ficaram chocados e lamentaram dizendo que "às vezes, o futebol não é justo".

    A decisão foi inesperada, destoando da abordagem cautelosa da família Friedkin até então. Muitos torcedores culparam a executiva Lina Souloukou, que ganhou mais poder após a saída de Tiago Pinto e teria tido desentendimentos com De Rossi sobre a gestão das transferências. Segundo La Repubblica,Souloukou precisou de proteção policial leve e pediu demissão quatro dias após a saída de De Rossi.

  • Ivan Juric Roma 2024-2025Getty Images

    "Situação muito explosiva"

    O Grupo Friedkin contratou Ivan Juric para substituir De Rossi, uma escolha considerada estranha. Respeitado por seu estilo pulso firme na Série A italiana, Juric não parecia adequado para o elenco técnico montado por De Rossi.

    Zvonomir Boban, ex-diretor do Milan, destacou que Juric não era ideal para a situação, pois preferia jogadores fisicamente fortes e tinha dificuldade em assumir um time sem pré-temporada. Apesar de duas vitórias iniciais, a Roma desandou, evidenciando a desconexão entre Juric e o elenco.

    O ponto crítico veio na goleada por 5 a 1 sofrida contra a Fiorentina, onde Juric e o defensor Gianluca Mancini quase brigaram. A situação piorou com a substituição de Bryan Cristante e um desabafo do capitão Lorenzo Pellegrini sobre a troca de treinador: "Ninguém nos perguntou sobre o problema e, após quatro jogos, você mandou embora um treinador que nos ensinou um certo tipo de futebol para trazer alguém completamente diferente!"

    Ficou claro que Juric estava em uma posição insustentável, como comentou o técnico da Atalanta, Gian Piero Gasperini: “Foi uma situação explosiva desde a saída de De Rossi.”

  • Florent GhisolfiGetty Images

    "Pedimos desculpas aos torcedores"

    Juric foi demitido no último domingo (10), pouco depois da derrota da Roma por 3 a 2 contra o Bologna, que deixou o time em 12º lugar no Campeonato Italiano, apenas quatro pontos acima da zona de rebaixamento.

    Durante suas sete semanas no comando, cometeu erros, sendo o maior deles afirmar que Dybala não estava apto para jogar, contrariando o staff do jogador. No entanto, a raiva dos torcedores passou a ser direcionada aos Friedkin, responsáveis pela contratação de Juric, que sequer apareceram no estádio, como mostrava um banner: "Friedkin, quem os viu?". No fim, foi o diretor esportivo Ghisolfi quem falou com a imprensa após a demissão de Juric.

    Ghisolfi reconheceu os erros e pediu desculpas aos torcedores, assumindo a responsabilidade pela situação difícil. Ele reafirmou o compromisso com o projeto de longo prazo da família Friedkin, mas admitiu que demitir De Rossi foi um erro, como os fatos sugeriam. Agora, o foco é corrigir o rumo rapidamente.

  • Dan Friedkin Ryan FriedkinGetty Images

    "Incompetentes e indignos!"

    Os torcedores da Roma já não acreditam muito nos Friedkin para reverter a situação. Como dizia um cartaz em Trigoria, Roma, no domingo à noite: "Presidentes e diretores, saiam da Roma, vocês são incompetentes e indignos!"

    A Roma sempre foi vista como um clube com torcedores muito apaixonados, mas irrealistas. Por isso, as expectativas são altas, apesar de o time não ter uma histórico ou recursos para manter um sucesso constante. Como Fábio Capello disse, "Roma queima todos. É a cidade mais bonita, mas é difícil trabalhar no futebol."

    Embora os Friedkin tenham feito conquistas nos primeiros anos, agora estão em uma bagunça que eles mesmos criaram. Boban, na Sky Sports, criticou a liderança dos Friedkin, dizendo que tratar o clube como um negócio e ignorar os valores do futebol italiano é um erro. Ele também lamentou que ícones da Roma, como Totti e De Rossi, não tivessem chances de aprender e crescer dentro do clube, sendo tratados como "ninguém".

  • Lorenzo Pellegrini RomaGetty Images

    Mais tormenta antes da calmaria?

    Os torcedores da Roma estão muito irritados, e acalmar sua raiva não será fácil, mesmo que os Friedkin contratem um bom substituto para Juric. Roberto Mancini e Vincenzo Montella, ex-jogadores da Roma, são os mais cotados, mas nomes como Frank Lampard e Erik ten Hag também surgiram, o que preocupa.

    Há rumores de que Cláudio Ranieri, ex-técnico da Roma e do Leicester, poderia voltar, mas isso parece mais uma tentativa de apaziguar os torcedores. Embora Ranieri seja popular, a ideia de contratá-lo até o final da temporada vai contra os planos iniciais de um projeto a longo prazo.

    Com a busca por um novo CEO ainda em andamento e Ghisolfi com seus dias contados, a Roma pode aproveitar a data FIFA de novembro para tomar a decisão certa. No entanto, os próximos jogos são difíceis: um confronto contra o Tottenham na Europa League e partidas contra Napoli e Atalanta pela Série A italiana. Isso significa que, independentemente do novo técnico, a situação pode piorar ainda mais antes de melhorar, o que é aterrorizante para os torcedores da Roma e um alerta para os do Everton.