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Christian Pulisic, Sergio ConceicaoGOAL

Como o fracasso na Copa da Itália vai ter consequências no Milan

Diante da única partida que poderia salvar sua temporada, o Milan fez... aquilo.

"Isso", no caso, significa exatamente o que se espera do Milan em momentos decisivos ultimamente: praticamente nada. Para ser gentil, com o futuro do clube em jogo, o Milan ficou muito aquém — e agora todos envolvidos com o time terão que lidar com as consequências.

Isso inclui o técnico Sérgio Conceição, que está praticamente certo de deixar o comando ao fim da temporada. Inclui também diversos jogadores que devem ser dispensados como parte de uma reconstrução urgente. E, sim, inclui Christian Pulisic, que, embora não tenha grande culpa, deve se tornar uma das figuras centrais na missão de tirar o clube do buraco.

E haverá consequências. A derrota por 1 a 0 para o Bologna na final da Copa da Itália, não foi apenas a perda de uma chance de encerrar a temporada com um troféu — foi também a perda de uma vaga garantida na Europa League.

Após a partida, o diretor do clube, Giorgio Furlani, falou à SportMediaset sobre a decepcionante campanha 2024/25.

“Não podemos negar: esta foi uma temporada fracassada. Apesar do título da Supercopa, estamos longe dos objetivos que estabelecemos... Compartilhamos da frustração dos torcedores. Cometemos vários erros e agora precisamos olhar para frente e corrigi-los para voltar ao patamar onde torcedores e dirigentes esperam ver o Milan.”

Pulisic é um jogador de nível Champions League, mas, nas circunstâncias atuais, até mesmo uma vaga na Conference League parece improvável. E mesmo que o Milan conseguisse esse prêmio de consolação, os danos esportivos e financeiros já estarão feitos.

Mais uma vez: a culpa não é de Pulisic. Ele tem sido um dos poucos destaques do time em grandes jogos. Mas, justamente no maior deles nesta temporada, ele — e o Milan — decepcionaram. Agora, resta ao americano, um dos poucos que provavelmente permanecerão, encarar a inevitável pergunta: e agora?

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  • Christian Pulisic Milan 2024-25Getty

    A grande temporada de Pulisic

    Por mais irregular que o Milan tenha sido nesta temporada, Pulisic tem sido exatamente o oposto. Mesmo quando todos ao seu redor se apagaram, a estrela da seleção dos Estados Unidos foi, com frequência, quem manteve a chama acesa.

    O atacante está entre os 10 melhores da Serie A em gols, assistências e finalizações. Lidera a liga em passes-chave (64) e chances criadas (61). Com 11 gols e nove assistências no campeonato, é o líder do Milan nas duas categorias. É também um dos apenas três jogadores da Serie A a ter participado diretamente de 50 gols nas últimas duas temporadas, o que o consolida como um dos atacantes mais perigosos do futebol italiano.

    Ainda assim, na quarta-feira passada, havia pouco que Pulisic pudesse fazer. Com a temporada em jogo, ele, assim como o restante do elenco, foi incapaz de produzir algo significativo — e o Milan desperdiçou a última chance de dar algum sentido a um ano cheio de frustrações.

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  • Leao Milan BolognaGetty Images

    Grande derrota do Milan

    Tudo acabou se resumindo a uma única chance — mas dizer isso assim seria minimizar a realidade: o Bologna foi, sim, o melhor time em campo.

    Dan Ndoye aproveitou bem sua oportunidade, marcando no início do segundo tempo após avançar com calma pela defesa do Milan e vencer Mike Maignan. É verdade que o Milan também teve suas chances, mas não se trata apenas de azar ou ineficiência — o Bologna foi um vencedor merecido. E, por consequência, o Milan foi um perdedor justo.

    Pulisic não conseguiu mudar esse cenário. Estava tão apagado quanto o restante do ataque rossonero — talvez até mais. Em 88 minutos, o americano tentou apenas 18 passes, não finalizou sequer uma vez e não criou nenhuma chance. A defesa pouco convencional do Bologna conseguiu neutralizar o jogador que, em tantos outros jogos, foi a válvula de escape do Milan. Ele tocou na bola apenas 33 vezes, com apenas um desses toques dentro da área adversária.

    Esse desempenho refletiu um padrão. Luka Jovic, o centroavante titular, teve apenas 21 toques, com dois deles na área. Rafael Leão, por sua vez, terminou a partida com o menor número de toques entre todos os jogadores de linha que atuaram os 90 minutos. O plano do Bologna era claro: anular o trio ofensivo do Milan — e conseguiram fazer isso com relativa facilidade.

    "Eles jogaram muito bem", reconheceu Pulisic após a partida. "Pressionaram bastante. Nós não encontramos as soluções certas. Eles jogaram bem."

    Agora, vêm as consequências. E, embora Pulisic não esteja entre os que devem ser colocados na berlinda, ele também terá que lidar com as repercussões do fracasso coletivo.

  • Conceicao Coppa Italia 2025Getty Images

    As consequências

    A mudança está chegando a Milão — e deve acontecer rapidamente. Um novo diretor esportivo está a caminho, embora os detalhes da contratação ainda não estejam finalizados. Com essa nova voz, virá uma nova estratégia e, quase certamente, um novo treinador.

    Sérgio Conceição parece próximo da saída, apesar do título da Supercopa Italiana conquistado em janeiro. O Milan não evoluiu sob o comando do técnico português. Na verdade, regrediu desde a sua chegada para substituir Paulo Fonseca, demitido em dezembro após registrar 12 vitórias e seis empates em 24 jogos.

    Conceição soma, até agora, 15 vitórias e cinco empates em 30 partidas — números insuficientes para sustentar seu cargo. Especula-se que Massimiliano Allegri possa ser o escolhido para assumir o comando. Seu estilo mais conservador, no entanto, poderia limitar o impacto ofensivo de jogadores como Pulisic. Ainda assim, neste momento, não há nada definido nem para o cargo de treinador, nem para a diretoria.

    No elenco, muitas mudanças também estão a caminho. Kyle Walker e João Félix devem retornar aos seus clubes de origem após empréstimos pouco produtivos. Theo Hernández e Fikayo Tomori, há tempos citados como possíveis vendas estratégicas, podem ser negociados para equilibrar as finanças. E a permanência de Rafael Leão — um dos ativos mais valiosos do clube — parece cada vez mais incerta, especialmente sem disputar a Champions League.

    Até mesmo Yunus Musah, companheiro de Pulisic na seleção dos EUA, pode deixar o clube. O meio-campista, que não conseguiu se firmar como titular ao longo da temporada, depende do aval do novo treinador para permanecer em Milão.

    Quanto a Pulisic, há rumores de que esteja perto de renovar seu contrato, com um aumento salarial significativo. A ausência de competições europeias, no entanto, pode ser um fator decisivo nas negociações. Por enquanto, ele — assim como o restante do elenco — se agarra a um último fio de esperança nos dois jogos finais da temporada.

  • Christian Pulisic Milan DESKTOPGETTY

    A última chance

    Tecnicamente, ainda existia um caminho para o Milan garantir uma vaga nas competições europeias. Mas, para percorrê-lo, o time teria que ser perfeito. E não foi. Uma derrota para a Roma, onde o time poderia reduzir a diferença para um dos rivais na briga. Foi o jogo mais decisivo da temporada.

    A verdade, porém, é que a Copa da Itália representava a rota mais viável para o Milan voltar à Europa. “Estamos todos desapontados com este resultado”, disse Pulisic.

    Chamar esses jogos de “importantes” é pouco. O Milan desperdiçou a chance de controlar o próprio destino. Agora, terá que se contentar com uma temporada sem perspectivas europeias.

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