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Estevao Chelsea GFXGOAL

Como Estêvão já mostra que o Chelsea precisa achar espaço para o garoto do Palmeiras no time titular

Colocado sob os holofotes no Mundial de Clubes, Estêvão não decepcionou. Pelo contrário: correspondeu plenamente às altas expectativas em torno de seu nome antes da aguardada transferência de £56 milhões para o Chelsea, prevista para ser concluída no próximo mês. Em seus últimos jogos pelo Palmeiras, o jovem tem se destacado como uma das principais figuras da equipe.

Na quinta-feira, Estêvão conquistou seu segundo prêmio consecutivo de melhor jogador da partida no torneio, ao ajudar o Verdão a vencer o Al Ahly por 2 a 0 — resultado que praticamente garante a vaga nas oitavas de final. A atuação veio na sequência de uma exibição promissora no empate diante do tradicional Porto, em que já havia deixado claro seu imenso potencial.

Cada vez mais, fica evidente que o Chelsea precisará encontrar uma maneira de integrá-lo ao elenco principal o quanto antes após sua chegada. Essa missão, no entanto, representará um desafio e tanto para o técnico Enzo Maresca.

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  • Estevao Willian CWC POTMGetty

    Chamando a atenção

    Até pouco tempo, Estêvão desenvolvia seu talento longe dos grandes holofotes, chamando atenção esporadicamente com vídeos de suas grandes jogadas nas redes sociais. Mas agora, nos dois primeiros jogos do Palmeiras na fase de grupos do Mundial de Clubes, todos os olhos se voltaram para ele — e o garoto de 18 anos não decepcionou, conquistando prêmios consecutivos de melhor jogador da partida.

    No empate sem gols contra o Porto — time com presença habitual na Champions League — Estêvão exibiu todo o seu vasto repertório de dribles e recursos técnicos. Criou perigo com um chute de esquerda que passou perto e teve uma grande chance de marcar ao surgir livre na segunda trave para finalizar um cruzamento rasteiro, mas sua finalização saiu fraca e acabou defendida pelo goleiro.

    Contra o Al Ahly, sob o forte calor de Nova Jersey, ele manteve o mesmo nível de intensidade e criatividade. Seu momento mais impressionante veio quando cortou da direita para o meio, deixou dois marcadores para trás com velocidade e finalizou com precisão, vendo a bola passar rente à trave. Já atuando pelo lado esquerdo, driblou três adversários até a linha de fundo, mas teve seu cruzamento bloqueado.

    Além do brilho técnico, também tem sido encorajador vê-lo se envolver nas disputas físicas. Contra o Al Ahly, venceu todos os duelos aéreos e metade das divididas no chão, apesar de seu porte ainda franzino.

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  • Estevao Palmeiras CWCGetty

    Margem para melhora

    No entanto, Estêvão seria o primeiro a reconhecer que ainda não mostrou todo o seu potencial. Como alguns dos críticos mais cautelosos destacaram, ele está longe de ser um jogador completo — embora isso não tenha afetado negativamente sua reputação no torneio até agora.

    Sua tomada de decisão, por exemplo, tem sido alvo de questionamentos. Em alguns momentos, optou por um drible ou uma jogada mais elaborada quando uma solução simples e eficiente teria sido mais apropriada. Contra o Porto, sua taxa de acerto nos passes foi de 72%, caindo para 67% na partida diante do Al Ahly — números que refletem certa inconsistência no ataque, onde seu produto final ainda carece de refinamento.

    A questão física também surge como uma preocupação de curto prazo, já que Estêvão apresentou queda de rendimento nas etapas finais de ambas as partidas. Ainda que isso possa ser parcialmente atribuído às temperaturas escaldantes nos Estados Unidos — com o segundo jogo da fase de grupos do Palmeiras disputado sob 31 °C e interrompido por 40 minutos devido a “condições climáticas severas” —, é um aspecto a ser monitorado. Afinal, não é comum encontrar esse tipo de ambiente extremo nos jogos da Premier League.

  • Estevao CWC PalmeirasGetty

    Consistência é fundamental

    Deixando de lado o exagero óbvio que cercou Estêvão — e a reação adversa que isso naturalmente provocou —, o aspecto mais empolgante e inegável ao vê-lo em campo é sua determinação incansável em fazer as coisas acontecerem, a cada partida e em cada ação. É um traço marcante que ele compartilha com seu futuro companheiro de Chelsea, Cole Palmer.

    O clube londrino tem sentido falta justamente desse tipo de ameaça constante e confiança nos momentos decisivos do terço final. Jogadores como Nicolas Jackson, Noni Madueke, Pedro Neto e Jadon Sancho passaram por campanhas irregulares e, até agora, não conseguiram se firmar ou impressionar o cenário internacional.

    Enquanto isso, no Brasil, Estêvão encerrou o Brasileirão 2024 como o jogador mais produtivo, assumindo um papel de destaque no Palmeiras aos 17 anos, com 13 gols e nove assistências em 31 partidas.

    Embora seus números na edição deste ano tenham sido um pouco mais modestos, ele manteve o ritmo em outras frentes. O jovem brilhou na Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Paulista, somando 11 gols e cinco assistências em 32 jogos no total — e chamando a atenção esporadicamente na Europa com lances individuais de destaque.

    É justamente essa capacidade de se fazer notar de forma constante — mesmo em jogos em que não marca — que separa os talentos verdadeiramente especiais dos demais. E até aqui, no Mundial de Clubes, Estêvão tem demonstrado exatamente isso.

  • Chelsea FC v Los Angeles Football Club: Group D - FIFA Club World Cup 2025Getty Images Sport

    O problema Palmer

    Tudo indica que o técnico do Chelsea, Enzo Maresca, precisará encontrar uma forma de integrar Estêvão ao elenco principal imediatamente após sua chegada a Londres, ao fim do Mundial de Clubes. A questão é: como e onde encaixá-lo?

    O agente do jogador, André Cury, já havia revelado que Estêvão optou pelo Chelsea em detrimento de gigantes como Bayern de Munique e Paris Saint-Germain após receber garantias de que teria a chance de atuar como camisa 10 — uma função que, atualmente, pertence a Cole Palmer.

    Deslocar Palmer de lá seria impensável, dada sua importância e produtividade. No entanto, Maresca pode ter uma solução natural em mãos: o próprio Palmer já declarou, curiosamente, que prefere atuar partindo das pontas e cortando para o meio — o que poderia abrir espaço para Estêvão.

    Independentemente de como for utilizado, Palmer demonstrou entusiasmo com a perspectiva de dividir o campo com o brasileiro, que chegou a imitar sua icônica comemoração “fria” após a confirmação da transferência. "Ele é um jogador muito bom. Ele não fala muito inglês, então rolou um Google Tradutor, mas já trocamos algumas mensagens e estou ansioso para vê-lo e jogar com ele", contou o inglês ao Daily Mail.

    Ainda assim, é provável que Estêvão continue desempenhando a função em que mais se destacou até agora: como ponta-direita, com liberdade para flutuar entre as linhas. Essa versatilidade, aliás, pode ser a chave para resolver o quebra-cabeça tático de Maresca.

  • Chelsea FC Training Session And Press Conference - FIFA Club World Cup 2025Getty Images Sport

    Área de necessidade

    De fato, a chegada de Estêvão será muito bem-vinda e no momento certo. O Chelsea atualmente enfrenta escassez de opções nas pontas, com Jadon Sancho retornando ao Manchester United após um empréstimo que não foi exatamente um sucesso, e Mykhailo Mudryk suspenso por mais de seis meses pela Federação Inglesa devido a acusações de doping.

    Além disso, Raheem Sterling e Christopher Nkunku não fazem mais parte dos planos do clube, enquanto o futuro de Noni Madueke segue incerto, já que o Chelsea estaria aberto a ouvir propostas pelo jogador. Isso deixa Pedro Neto e o jovem Tyrique George como as principais alternativas, reforçando os rumores de que os Blues buscam um ponta-esquerda destro para reforçar o elenco.

    “Já passamos uma temporada inteira sem Misha (Mudryk)”, afirmou Maresca antes do confronto do Mundial de Clubes contra o Flamengo. “Vamos decidir se vamos buscar um ponta (com ou sem Mudryk). Em ambos os casos, temos Madueke e (Pedro) Neto como opções adequadas, então tentamos adaptar o Tyrique (George). É uma posição que precisamos fortalecer.”

    Estêvão, por sua versatilidade para atuar em toda a linha de frente, surge como uma solução promissora a curto prazo para esse desafio.

  • estevaoGetty Images

    'A coisa mais importante é jogar'

    Contrariando os comentários de seu empresário, Estêvão afirmou estar pronto para jogar onde for necessário — e isso pode muito bem incluir as pontas na próxima temporada.

    “Para mim, o mais importante é jogar”, disse ele ao The Athletic. “A posição não importa. Posso atuar pelo meio, como um camisa 10, ou pela ponta. O coletivo é o que vale. Estou sempre à disposição do treinador, pronto para ajudar da maneira que for possível.”

    Essa postura será certamente bem-vinda por Maresca, já que o jovem demonstra foco em ajudar a equipe, ao mesmo tempo em que se diverte e entretém os torcedores. “Acho que essas coisas andam juntas: quando consigo entreter a torcida com dribles, gols e um bom futebol, também estou contribuindo para que o time consiga um bom resultado”, acrescenta.

    “Pressão faz parte do futebol. Todo jogador precisa lidar com ela. Quando estou em campo, tento apenas pensar em me divertir e fazer o melhor pelo time, seja marcando gols ou criando jogadas. Gosto de dizer que o campo de futebol é meu parque de diversões, porque é onde me sinto mais feliz.”

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