Comemoração rápida, Copa do Nordeste não é mais o bastante para o Fortaleza

A campanha do Leão do Pici na Série B de 2018, sob o comando de Rogério Ceni, ficou na história pelo título, mas sobretudo pelo retorno à primeira divisão após 12 anos de sofrimento não apenas na segundona, mas nas outras prateleiras mais baixas da pirâmide nacional. Foi uma mudança de chave para a equipe tricolor.

De lá para cá, o Fortaleza comemorou três títulos de Copa do Nordeste (2019, 2022 e 2024) e ganhou, com méritos próprios, status de maior potência de sua região na elite do Brasileirão. Além de ter feito a melhor campanha de um clube nordestino na história do Campeonato Brasileiro por pontos corridos, com o quarto lugar em 2021, em 2024 o Leão do Pici tornou-se o recordista nordestino em mais participações consecutivas na Série A: seis. O único susto desde o acesso em 2018 foi a temporada 2020, em que o Fortaleza quase caiu.

Muito além de ter se fortalecido como potência e time competitivo contra qualquer adversário, especialmente quando joga em casa, o Fortaleza passou a dar motivos para seus torcedores sonharem com taças conquistadas além da região Nordeste. Em 2021, o Leão do Pici caiu nas semifinais da Copa do Brasil derrotado pelo Atlético-MG que, em uma de suas melhores temporadas, viria a conquistar aquele título.

A Copa Sul-Americana esteve a detalhes de ir para o Castelão em 2023, escapando das mãos tricolores apenas em uma cruel disputa de pênaltis contra a LDU na grande final. Na atual temporada, o Fortaleza já somou mais um daqueles capítulos especiais ao bater, com enorme superioridade, o Boca Juniors por 4 a 2 no Castelão antes de arrancar um empate em 1 a 1 na Bombonera.

Além do Brasileirão, o Fortaleza só tem a Copa Sul-Americana para disputar até o final do ano e não é nenhum exagero colocar o time treinado por Juan Pablo Vojvoda como um dos grandes favoritos ao título. As competições em mata-mata ditam o caminho do sucesso.

A Copa do Nordeste é importante, mas a comemoração tem que ser rápida: os últimos anos já mostraram que o Fortaleza não precisa necessariamente dela para ser considerado a grande força de sua região. Até porque voos mais altos estão, pela primeira vez desde os vices nas Taças Brasil de 1960 e 1968, ao alcance. Sonhos podem virar realidade, mas enquanto isso uma boa – e rápida! – comemoração não faz mal a ninguém.