Casemiro, Marcus Rashford e a lista de dispensas do Manchester United para a reconstrução de Rúben Amorim dar certo

Nos últimos nove minutos do confronto do United com o Forest, o veterano zagueiro Harry Maguire foi avançado para tentar usar sua habilidade aérea e buscar o empate. Não aconteceu, mas durante esse período, Maguire registrou um total de gols esperados de 0,6 — mais do que Rasmus Hojlund havia acumulado em qualquer uma de suas 15 aparições anteriores pelos Red Devils, de acordo com o xG Philosophy.

De fato, Hojlund marcou apenas oito gols em 40 partidas em todas as competições nesta temporada, com apenas três desses gols vindo na Premier League. Isso está longe de ser suficiente para um atacante que custou £72 milhões (cerca de R$544 milhões).

A dura verdade é que o United não tem esperança de redescobrir glórias passadas com o dinamarquês pouco eficaz na linha de frente. Hojlund tem apenas 22 anos, mas Amorim não tem tempo a perder esperando que ele comece a realizar seu potencial — especialmente enquanto goleadores comprovados como Viktor Gyokeres, Alexander Isak e Victor Osimhen estão todos disponíveis no mercado.

"Eu me encontrei novamente. Estou muito feliz aqui. Todos os dias eu acordo com um sorriso e isso é muito importante", admitiu Antony ao jornal Diario AS em fevereiro, após um início brilhante em seu período de empréstimo no Real Betis. O brasileiro acumulou oito participações em gols em suas primeiras 12 aparições pelo Betis, ajudando a equipe a se apresentar como candidata à classificação para a Champions League via LaLiga e a chegar às fases finais da Conference League.

Antony de repente voltou a parecer o jovem ponta empolgante que era no Ajax, tendo claramente se beneficiado ao se livrar do peso da etiqueta de preço de £85 milhões (cerca de R$643 milhões) que se mostrou pesada demais para ele carregar em Old Trafford. Mas o United não deve se deixar enganar achando que ele agora merece uma segunda chance.

Durante suas duas temporadas e meia nos Red Devils, Antony foi praticamente inútil. Seu patético total de cinco gols e três assistências na Premier League confirma isso, e o United deve garantir sua saída em definitivo no mercado do meio do ano, mesmo que precise aceitar um grande prejuízo em seu investimento inicial.

André Onana era para ser a peça final do projeto de Ten Hag no United. Após conduzir a equipe ao terceiro lugar em sua primeira temporada no comando, o treinador holandês recorreu a outro de seus antigos pupilos do Ajax após a saída de David de Gea, já que o United fechou um acordo de £48 milhões (cerca de R$363 milhões) com a Inter de Milão.

Infelizmente, o United apenas regrediu com Onana no gol. Ele se tornou alvo de críticas após uma série de erros marcantes, incluindo nas derrotas em casa para o Nottingham Forest e o Brighton nesta temporada.

Os Red Devils também estiveram muito perto de tropeçar diante do Ipswich em Old Trafford por conta das falhas de manuseio e da distribuição inconsistente de Onana, com o camaronês virando motivo de piada entre os colegas. Onana custou pontos vitais ao United com frequência alarmante, e Amorim estará novamente em desvantagem na próxima temporada se não priorizar a contratação de um novo goleiro titular.

Surpresa: Marcus Rashford voltou a jogar bem. O cria da base do United praticamente deixou de se esforçar sob o comando de Amorim antes de forçar uma transferência por empréstimo para o Aston Villa em janeiro e, desde então, tem lembrado a todos de suas qualidades inegáveis que o fizeram surgir como uma promessa em Manchester, registrando sete participações em gols em 11 partidas.

Mas a boa fase de Rashford vai acabar em algum momento — porque sempre acaba. Ele é um jogador de altos e baixos, que só rende em curtos períodos, como comprova o fato de ter superado a marca de 10 gols na Premier League em apenas quatro de suas nove temporadas anteriores no United.

Rashford já esgotou suas oportunidades há muito tempo. Não faria sentido para Amorim reintegrar o instável atacante inglês em seus planos enquanto tenta corrigir a cultura de empoderamento excessivo dos jogadores que tem atrapalhado o United desde a saída de Sir Alex Ferguson. Se o Villa, ou qualquer outro interessado, oferecer cerca de £40 milhões (cerca de R$302 milhões) por Rashford neste mercado do meio do ano, o clube deveria aceitar sem hesitar.

Mason Mount teve uma atuação empolgante como camisa 10 em seu mais recente retorno de lesão, contra o Forest, o que levou Amorim a destacar como ele se encaixa bem em sua formação no 3-4-3. “Se você olhar para a história de Mason Mount, ele jogou nesse sistema muitas vezes, especialmente no Chelsea, atuando pelo lado esquerdo, pelo lado direito”, disse o treinador português. “Então, acho que é uma posição muito boa para ele.”

Amorim está certo sobre o perfil de Mount — mas está equivocado em depositar qualquer tipo de confiança nele. O jogador de 26 anos foi titular em apenas nove jogos do Campeonato Inglês pelo United desde que chegou do Chelsea, em 2023, sem entregar absolutamente nada em troca dos £60 milhões (cerca de R$453,6 milhões) investidos por sua contratação.

Mount simplesmente não consegue se manter saudável por tempo suficiente para causar qualquer impacto. É difícil prever quando — ou se — ele conseguirá novamente disputar múltiplos jogos de 90 minutos em alto nível, semana após semana, devido a seus problemas físicos crônicos. Neste momento, ele simplesmente não vale o salário de £250 mil por semana (cerca de R$1,89 milhão) que o United está pagando, e deveria ser colocado na lista de transferências.

Malacia parecia uma contratação promissora após uma boa temporada de estreia em 2022/23, mas sofreu uma grave lesão no joelho no fim daquela campanha e passou 550 dias afastado, se recuperando de uma cirurgia.

O lateral holandês ficou fora de 72 partidas nesse período e não conseguiu recuperar sua vaga no time titular após o tão aguardado retorno em novembro. Como Amorim tem feito pouco uso de Malacia, o United optou por emprestá-lo ao PSV, onde ele finalmente conseguiu reencontrar o ritmo nos últimos três meses.

Malacia está melhor em sua terra natal do que voltando a Old Trafford no meio do ano; ele precisa de minutos consistentes para colocar a carreira nos trilhos novamente — algo que o United simplesmente não pode oferecer. A sorte não esteve ao lado de Malacia, mas ele também não parece ter a robustez necessária para se destacar pelos Red Devils, que agora contam com Patrick Dorgu para a lateral esquerda.

Jadon Sancho não está à altura do Campeonato Inglês. Se isso já não era evidente com a camisa do United, suas atuações inconsistentes durante o empréstimo ao Chelsea nesta temporada só confirmam essa percepção.

O jogador de 25 anos não carece de qualidade técnica ou inteligência tática, mas simplesmente não consegue lidar com a intensidade do futebol inglês de elite — algo evidenciado pelo fato de ter marcado apenas dois gols em 29 partidas pelos Blues. Sancho ainda proporciona lampejos esporádicos de genialidade, mas, na maior parte do tempo, fica à margem do jogo e evita se arriscar.

Durante suas duas passagens pelo Borussia Dortmund, Sancho era um jogador diferente: tinha mais tempo e espaço para trabalhar a bola e enfrentava menos pressão. Foi noticiado que ele deseja voltar em definitivo ao Signal Iduna Park — desejo que o United deveria fazer de tudo para atender, caso o Chelsea desista da obrigação de compra avaliada em £25 milhões (R$189 milhões).

Dalot costuma ser visto como um dos jogadores mais confiáveis do United entre os torcedores — o que, para ser franco, é desconcertante. Na melhor das hipóteses, ele é consistentemente medíocre, e esse não deveria ser o padrão aceito para um titular regular em Old Trafford, independentemente das dificuldades coletivas da equipe.

No apoio ao ataque, o português raramente supera seu marcador; na defesa, frequentemente é pego fora de posição e perde muitos duelos. A lateral direita tem sido uma posição problemática para o United há muitos anos — e continuará sendo, até que o clube contrate alguém superior ao português.

Incrivelmente, Dalot foi recentemente vinculado a gigantes como o Real e o Bayern de Munique. O United faria bem em tentar lucrar com essa valorização. Aos 26 anos, já está claro que ele dificilmente se tornará o lateral direito de classe mundial de que os Red Devils precisam para dar o próximo passo.

O status de Casemiro como uma lenda do futebol moderno jamais será contestado. O brasileiro foi peça-chave de um Real Madrid invencível que conquistou cinco títulos da Champions League e será lembrado como um dos melhores volantes de sua geração.

Mas isso não significa que o United deva permitir que ele cumpra seu contrato até a data de expiração, em junho de 2026. Casemiro teve uma queda considerável de rendimento desde sua impressionante primeira temporada em Old Trafford e agora tem dificuldades para acompanhar o ritmo do futebol inglês.

Clubes da Arábia Saudita demonstram interesse no jogador formado pelo São Paulo há algum tempo, com o Al Nassr de Cristiano Ronaldo entre os possíveis destinos para o jogador de 33 anos na próxima janela de transferências. O time de Amorim precisa de mais vigor no meio de campo e ainda pode garantir uma boa quantia se souber negociar com os sauditas.

Em 11 temporadas pelo United, Luke Shaw fez 20 ou mais aparições no Campeonato Inglês em apenas cinco vezes. Nesta temporada, foram apenas duas — ainda menos do que suas míseras 14 partidas em 2023/24 — e Amorim segue sem saber quando poderá contar com ele novamente.

O corpo de Shaw está falhando; toda vez que se aproxima de um retorno, uma nova lesão surge e o obriga a recomeçar do zero. Aos 29 anos, parece que seus melhores dias como jogador da seleção inglêsa ficaram para trás, e agora ele trava uma dura batalha para manter viva sua carreira.

Mesmo com pouquíssimos minutos nas últimas duas temporadas, Shaw continuou recebendo um salário anual de £8 milhões (R$60,5 milhões), algo insustentável neste momento. Os Red Devils podem ter dificuldades para encontrar um comprador devido ao histórico físico do lateral, e, nesse caso, a melhor solução seria rescindir o contrato com dois anos de antecedência e encerrar, de vez, essa desgastante novela.

Se Shaw ainda tem uma reviravolta na carreira por escrever, dificilmente será em Old Trafford — onde as exigências físicas são simplesmente altas demais para ele cumprir atualmente.