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Ao Brasil, mais vale a Bola de Ouro para Vinícius Júnior do que um título de Copa América?

Vinícius Júnior e seleção brasileira chegaram no segundo compromisso desta Copa América 2024, contra o Paraguai, precisando entregar uma resposta em campo. O astro do time treinado por Dorival Júnior vinha tendo exibições aquém da (altíssima) expectativa, enquanto o Brasil precisava de uma vitória para não se ver em maus lençóis com risco de cair ainda na fase de grupos. A goleada por 4 a 1 foi um recital de Vini e a classificação para as quartas de final ficou muito bem encaminhada.

A curiosidade é que, ao menos entre boa parte dos torcedores, a vaga para o mata-mata do torneio sul-americano parecia algo até menor. A cada drible certo, após cada um dos dois gols marcados e em todas as vezes em que fazia alguma jogada marcante, Vinícius Júnior jogava uma Bola de Ouro no imaginário popular e nas conversas sobre o jogo. Dias depois, Jude Bellingham, seu companheiro de Real Madrid, fez um golaço de bicicleta para salvar a Inglaterra e trocar uma eliminação traumática nas oitavas de final da Eurocopa por uma classificação épica. Apenas os eslovacos sentiram o lance mais que muitos brasileiros.

Foi como se o Brasil tivesse sofrido um gol. Embora Canarinhos e Três Leões estejam disputando competições diferentes neste junho/julho de 2024, seus principais jogadores fazem uma espécie de confronto direto na briga para ver quem será eleito melhor do mundo desta temporada. E não é exagero dizer que, para o brasileiro fã de futebol, ver a Bola de Ouro nas mãos de Vini Júnior valeria mais do que um título de Copa América. Por mais bizarro que isso seja.

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  • Kaka ballon d'Or black and whiteGetty

    Velhos hábitos...

    Qualquer troféu conquistado por uma equipe, uma camisa, ainda mais por uma seleção, vale mais do que qualquer prêmio individual. Mas é como diz a música: “você tem fome de que?”. A seleção brasileira conquistou uma Copa América em 2019, um título ainda recente no imaginário popular. A última vez que um brasileiro foi eleito melhor jogador do mundo foi em 2007, há 17 anos, quando Kaká recebeu o reconhecimento após fazer temporada espetacular pelo Milan.

    Seja na Bola de Ouro ou na premiação da FIFA, entre o final do Século XX e a primeira década do Século XXI o povo brasileiro se acostumou a ver um representante seu com o status de melhor jogador do mundo. Romário, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Kaká. É difícil abandonar alguns hábitos. É como se sentíssemos que o trono é reservado aos nossos jogadores – afinal de contas, e para início de conversa, o maior jogador de futebol de todos os tempos é brasileiro.

    Mas aí veio o duopólio entre Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Neymar surgiu como uma grande esperança, mas a realidade de título de Copa do Mundo e consequente Bola de Ouro não se materializou. O ex-santista, ao contrário do que muitos apostavam, não virou o herdeiro natural de Messi e CR7 no trono do futebol mundial.

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  • Vinicius Junior, Brasil Paraguai Copa America 2024Getty Images

    Todas as fichas em Vini. A hora é essa!

    Desde Kaká, em 2007, esta é a primeira vez que um jogador brasileiro tem chances reais de ser eleito melhor do mundo. E aí bate saudade de ver o planeta reverenciando um jogador nosso, não é mesmo? Ainda mais em meio às decepções a nível mundial que o Brasil veio acumulando desde o Penta em 2002 – não foram poucas, um 7 a 1 que o diga!

    A Copa América é importantíssima, mas foi um prato saboreado há muito menos tempo e o brasileiro quer, desesperadamente, uma prova irrefutável, carimbada, de protagonismo a nível mundial. E como a próxima Copa do Mundo é apenas em 2026, ver um representante do nosso futebol eleito como melhor jogador do mundo meio que sacia um pouquinho desta fome.

    Também parece ser questão de oportunidade. Vini Júnior foi o grande protagonista da temporada vitoriosa do Real Madrid na Europa, mas os merengues já contrataram Kylian Mbappé e, ao menos inicialmente, o francês chega para ser o cara do time.

  • É sobre carência...

    O objetivo de esportistas deste nível é, sempre, vencer o próximo jogo, conquistar o título disputado e aí então receber o reconhecimento individual. Lógico que o melhor dos cenários é o Brasil ser campeão da Copa América e Vinícius sendo eleito melhor do mundo, mas se a proposta do debate é ver o que importa mais para o brasileiro, neste momento, aqui nós estamos tratando de uma coisa ou outra. Ou o título continental pela seleção ou a Bola de Ouro.

    Se fosse uma escolha simples, não há dúvidas que Jude Bellingham preferiria ser coadjuvante de uma conquista da Inglaterra e entregar a Bola de Ouro para seu companheiro de Real Madrid.

    A seleção inglesa só tem um título, o Mundial de 1966, e há décadas e décadas vê seu povo desesperado para ver a equipe masculina levantando uma taça importante. A Eurocopa seria o segundo maior feito futebolístico da história do Reino Unido. Vinícius sabe muito bem que a chance de ganhar sua Bola de Ouro é agora, e que provavelmente ainda vai conquistar alguma Copa América no futuro.

    Dizer que a Bola de Ouro é mais importante que a Copa América (ou até um estadual que seja) é um erro. O escudo carregado na frente de uma camisa será sempre mais importante que o nome estampado às suas costas. Mas dá para entender o raciocínio dos brasileiros que, agora em 2024, comemorariam mais uma Bola de Ouro para Vinícius Júnior do que um novo título continental para a seleção – e que, por isso, estão encarando a Inglaterra de Bellingham como rival. A carência, a fome, é por um reconhecimento oficial – qualquer que seja – de protagonismo mundial.

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