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Man Utd selling woesGetty/GOAL

Anthony Elanga, Scott McTominay e os seis jogadores que o Manchester United vendeu mal

Os torcedores do Manchester United têm poucos motivos para sorrir neste momento. O time acaba de sair da pior temporada em 51 anos e, agora, enfrenta dificuldades no mercado de transferências para entregar a Ruben Amorim o elenco necessário para reverter a situação na próxima campanha.

A longa negociação por Bryan Mbeumo é o exemplo mais recente de como o United costuma pagar mais do que os rivais para fechar com seus alvos. Mas, se gastar demais já é um problema, vender mal também virou rotina. O clube tem ganhado a fama de subestimar seus próprios jogadores e negociá-los por valores muito abaixo do mercado.

O Newcastle acaba de acertar a compra de Anthony Elanga por £55 milhões (€74m), apenas dois anos depois do atacante sueco ter deixado o United por só £15 milhões. O Real Madrid, por sua vez, está interessado em Álvaro Carreras, que passou quatro anos no clube inglês sem sequer atuar no time principal antes de se destacar no Benfica.

As situações de Elanga e Carreras surgem no momento em que o United encontra dificuldades para negociar nomes como Rashford, Garnacho, Malacia, Sancho e Antony — todos desejando sair. Os três últimos custaram juntos £174 milhões, enquanto os dois primeiros são crias da base, vistos como pilares do futuro do clube. A ausência de propostas concretas até agora indica que o clube pode, mais uma vez, ser passado para trás na hora de vender.

Diante dessa dificuldade em valorizar seus ativos, a GOAL relembra seis casos nos últimos 25 anos em que o United subestimou jogadores e viu esses mesmos atletas brilharem longe do Old Trafford...

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  • Nottingham Forest FC v Brighton & Hove Albion FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    Anthony Elanga

    Elanga chegou ao time principal num momento de crise, logo após a demissão de Solskjaer e a suspensão de Greenwood, no fim de 2021. Ele marcou três gols em pouco mais de um mês e caiu nas graças da torcida, que criou um canto em sua homenagem ao som de Rhythm is a Dancer. Mas o sueco ainda era um projeto, e a pressão precoce sobre seus ombros pesou. Ele não voltou a marcar naquela temporada, marcada por muitas decepções.

    No verão seguinte, o clube resolveu gastar £85 milhões com Antony, do Ajax, e Elanga passou a ter poucas chances com Ten Hag. Foi vendido ao Nottingham Forest por £15 milhões em 2023. Parecia um bom valor para um jogador com pouca bagagem. Mas enquanto Antony decepcionava e Rashford caía de produção, Elanga se destacou: marcou 11 gols na Premier League e deu 20 assistências em duas temporadas. Agora, o Forest triplica o investimento com a venda para o Newcastle, enquanto o United tenta desesperadamente encontrar compradores para suas opções de ponta.

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  •  McTominay ScudettoGetty Images

    Scott McTominay

    “Como venderam o Scott? Eu não entendo”, disse Solskjaer ao comentar a saída de McTominay para o Napoli no meio de 2024. Ten Hag mais tarde afirmou que não queria liberá-lo, mas acabou cedendo por causa das regras de sustentabilidade financeira (PSR) e da possibilidade de registrar a venda como lucro direto no balanço.

    Na prática, a decisão mostrou que McTominay era visto como uma peça de elenco, um reserva de luxo. O United o vendeu por £25 milhões — menos do que o West Ham havia oferecido no verão anterior. E o dinheiro da venda foi quase todo consumido pela contratação de Joshua Zirkzee, por £36.6 milhões.

    Enquanto Zirkzee era alvo de críticas em Manchester, McTominay virou peça-chave do Napoli de Antonio Conte, foi campeão italiano e eleito MVP da Serie A. Um verdadeiro achado — e mais uma prova de que o United muitas vezes não reconhece o valor de quem tem em casa.

  • CA Boca Juniors v SL Benfica: Group C - FIFA Club World Cup 2025Getty Images Sport

    Álvaro Carreras

    Na temporada 2023/24, o United praticamente não teve laterais-esquerdos à disposição. E, ironicamente, tinha um futuro jogador do Real Madrid no elenco: Álvaro Carreras. Ele vinha bem após um empréstimo ao Preston North End, mas, mesmo com Shaw e Malacia lesionados, o clube preferiu contratar Reguilón do Tottenham. Carreras foi novamente emprestado, desta vez ao Granada.

    A verdade é que ele não se destacou na Espanha. Mas quando o Benfica se interessou e pediu empréstimo com opção de compra, o United aceitou. Resultado: Carreras brilhou em Portugal, os portugueses agora devem lucrar alto com ele, e o United lamenta não apenas não ter reconhecido o talento do jogador, mas também ter deixado expirar a cláusula de recompra incluída no contrato.

  • FC Barcelona v Valencia CF  - La LigaGetty Images Sport

    Gerard Piqué

    Gerard Piqué já disse que sua passagem pelo United foi “um mestrado como jogador e como pessoa”. Ele chegou ao clube vindo do Barcelona, aos 17 anos, mas os Red Devils não perceberam o talento que tinham nas mãos e o deixaram sair praticamente de graça.

    Piqué teve poucas chances no time principal por conta da dupla intransponível formada por Ferdinand e Vidic. Ferguson preferiu manter Jonny Evans no elenco e liberou o zagueiro para voltar ao Barça por apenas £5 milhões.

    O treinador até atendeu a um pedido pessoal do jogador. Mas, um ano depois, teve de ver o zagueiro tirar um gol de Ji-sung Park em cima da linha na final da Champions de 2009 — vencida pelo Barcelona. Dois anos depois, o roteiro se repetiu. Piqué virou um dos maiores zagueiros da história do Barça e da seleção espanhola. A venda é lembrada até hoje como um dos maiores erros de Ferguson — prova de que até os melhores também falham.

  • FBL-FRANCE-LIGUE1-PSG-RENNESAFP

    Ángel Di María

    Di María teve uma carreira brilhante, com títulos e idolatria por onde passou — menos no United. O argentino não queria ir para o clube, mas acabou sendo empurrado pelo Real Madrid após brilhar na conquista da Champions em 2014. Mesmo assim, o investimento de £60 milhões parecia justo para um dos melhores pontas do mundo na época.

    Mas Van Gaal não soube aproveitar o que tinha em mãos. O estilo do técnico, baseado em posse de bola e rigidez tática, não favorecia o argentino. Além disso, a adaptação da família em Manchester foi difícil, agravada por um assalto à residência deles. Resultado: após uma temporada sem brilho, foi vendido ao PSG por £44 milhões.

    Na época, o United até achou que tinha feito um bom negócio. Mas o que parecia uma fase ruim acabou sendo só um desvio de rota. Di María marcou 92 gols, deu 120 assistências e conquistou 14 títulos com os parisienses. Em 2022, aos 34 anos, foi decisivo na final da Copa do Mundo. Vender por tão pouco, com tão pouco tempo de paciência, foi mais um erro que custou caro. Literalmente.

  • Inter Milan v Atletico Madrid - UEFA Super CupGetty Images Sport

    Diego Forlán

    'He came from Uruguay, he made the Scousers cry.' O canto da torcida do United para Diego Forlán nasceu após os dois gols dele contra o Liverpool, em Anfield. Os gols entraram para a história porque ninguém esperava muito dele: foram 27 jogos até o primeiro gol após chegar por £7 milhões vindo do Independiente, da Argentina, em 2002.

    Ele ainda marcou contra Southampton e Chelsea, ajudando na conquista da Premier League sobre o Arsenal. Mas, mesmo assim, foi negociado com o Villarreal dois anos e meio depois por apenas £2 milhões — num movimento que parecia reconhecer que tinham superestimado o jogador.

    Na prática, subestimaram. Forlán virou destaque na Espanha, foi artilheiro da La Liga logo na primeira temporada, se transferiu ao Atlético de Madrid por £14 milhões e virou ídolo. Marcou 32 gols na temporada 2008-09, venceu a Europa League em 2010, e ainda brilhou na Copa do Mundo daquele ano com chuteiras de ouro e bola de ouro. Em 2011, levantou a Copa América. E, anos depois de se aposentar do futebol, virou jogador profissional de tênis aos 45 anos. Um fenômeno que o United não soube aproveitar.

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