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Alisha Lehmann Euro 2025 GFXGetty/GOAL

Alisha Lehmann é o rosto da Suíça na Eurocopa feminina 2025 - mas qual papel a estrela vai desempenhar para as anfitriãs?

Alisha Lehmann é uma das jogadoras mais reconhecidas do futebol feminino mundial. Nenhuma atleta do esporte acumula tantos seguidores nas redes sociais quanto a ala suíça, que já soma 60 partidas pela seleção principal e defendeu clubes como West Ham, Everton, Aston Villa e, atualmente, Juventus. No entanto, por muito tempo, a jogadora de 26 anos enfrentou uma sequência de infortúnios em torneios internacionais, que parecia longe de terminar neste verão europeu.

Lehmann ficou de fora da Copa do Mundo Feminina de 2019 após uma lesão no tornozelo durante um treinamento com a seleção, que precisou de cirurgia. Também abriu mão da Eurocopa de 2022, alegando não estar “mentalmente pronta” para competir. Nos dois primeiros jogos da Suíça em 2025, ela não foi convocada pelo técnico Pia Sundhage — poucos meses antes da sua seleção sediar a Euro. Perder a chance de jogar um grande torneio em casa certamente teria sido um baque enorme para qualquer jogadora.

Felizmente, a sorte de Lehmann mudou. Após mais de cinco meses afastada das convocações, ela foi chamada novamente por Sundhage antes de ter seu nome confirmado para a Euro no final do mês passado. Mas como a jogadora conseguiu essa reviravolta — saindo do quase esquecimento para se firmar novamente nos planos para o maior torneio do verão da La Nati? E qual será seu papel agora?

  • Alisha Lehmann Juventus Women 2024-25Getty Images

    Ano difícil

    Perder a Eurocopa teria sido um desfecho cruel para um ano que, de modo geral, tem sido difícil para Lehmann. Após ganhar destaque no futebol inglês, especialmente durante suas passagens por West Ham e Aston Villa, a rápida ala decidiu encarar um novo desafio ao seguir seu então namorado, Douglas Luiz, para a Juventus.

    A aventura começou de forma promissora: Lehmann estreou com um gol na vitória contra o Sassuolo. No entanto, após marcar apenas mais um gol e dar uma assistência até o Natal, a jogadora de 26 anos viu seu espaço diminuir consideravelmente. Depois de iniciar e marcar contra o Sassuolo em novembro, ela ficou fora da escalação da Juventus na Serie A até o último jogo da temporada, somando apenas 81 minutos em 14 partidas.

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  • Alisha Lehmann Switzerland Women 2024Getty Images

    Fora de cena

    Lehmann foi convocada para os treinos em outubro e novembro, mas não participou dos dois primeiros períodos de treinamento da Suíça no início do ano novo, quando a equipe deu início à sua campanha na Liga das Nações.

    “Ela estava lesionada e não jogava pela Juventus há bastante tempo. Precisa de tempo para mostrar que merece estar no time”, afirmou Sundhage no começo do ano, acrescentando: “As portas estão abertas para todos. No fim das contas, haverá oportunidade para todos.”

  • Alisha Lehmann Switzerland Women 2025Getty Images

    Muita concorrência

    Havia outros motivos para duvidar das chances de Lehmann ser convocada para a Euro 2025. Um deles era a forte concorrência no ataque: a jovem promessa do Barcelona, Sydney Schertenleib, vinha se destacando, assim como Alayah Pilgrim, da Roma, e Svenja Folmi, do Freiburg. Além disso, a dupla experiente formada por Ana-Maria Crnogorcevic e Ramona Bachmann continuava bastante atuante na seleção.

    Outro desafio para Lehmann foi a mudança tática promovida por Sundhage. O técnico abandonou o esquema que favorecia a presença de uma ponta natural desde o início, posição na qual Lehmann se encaixa. Em vez disso, a ex-treinadora dos Estados Unidos frequentemente escalava a equipe no 3-5-2, o que exigia que a atacante da Juventus não só recuperasse a forma física e garantisse seu lugar no time, mas também provasse que poderia ser um diferencial dentro desse novo sistema.

  • Alisha Lehmann Juventus Women 2024-25Getty Images

    Bem na hora

    Felizmente, Lehmann voltou a tempo de enfrentar esses desafios. Ela retornou à ação em meados de abril, contribuindo para a vitória por 2 a 0 sobre o Milan, após mais de dois meses afastada. Na semana seguinte, iniciou o jogo final da temporada vitoriosa da Juventus, jogando uma hora em campo.

    A princípio, parecia que já era tarde demais. Quando Sundhage anunciou a lista da seleção suíça em maio para os dois últimos jogos da fase de grupos da Liga das Nações, Lehmann não foi convocada. Aquela era sua última chance de jogar pelo país antes da convocação para a Euro 2025.

    Porém, uma reviravolta aconteceu. Com a lesão no tornozelo de Alena Bienz, Lehmann recebeu uma nova convocação, fazendo sua primeira aparição internacional em seis meses na derrota por 4 a 0 contra a França, no final de maio. Ela ainda atuou alguns dias depois contra a Noruega, um alívio para uma jogadora que parecia estar fora dos planos.

  • Alisha Lehmann Switzerland Women 2025Getty Images

    Jogadora de equipe

    Foi o suficiente para garantir a presença de Lehmann na Euro 2025, confirmada em 23 de junho. “Não poderia estar mais feliz por representar meu país na Euro”, escreveu a jogadora de 26 anos em suas redes sociais. “Sou muito grata pela oportunidade. Vamos fazer a Suíça se orgulhar e mostrar o quanto o futebol feminino está crescendo.”

    Quando questionada sobre o que motivou Sundhage a incluir Lehmann na equipe, apesar dos altos e baixos do último ano, a treinadora explicou: “Alisha me impressionou durante a preparação. Ela mostrou que realmente quer fazer parte deste time.” Parte dessa motivação veio da disposição da atacante da Juventus em atuar em uma função mais defensiva — ela foi usada como lateral na última convocação. “Ela nos convenceu”, disse Sundhage sobre o desempenho de Lehmann nessa posição. “Ela quer ajudar o time. É por isso que está aqui.”

  • Alisha Lehmann Switzerland Women fans 2025Getty Images

    Grande oportunidade

    Então, o que Lehmann e a seleção suíça esperam conquistar na Eurocopa jogando em casa? Claro, todos esperam que o torneio tenha um grande impacto social, incentivando mais mulheres e meninas a praticarem futebol e ajudando a acelerar o desenvolvimento do esporte em um país que ainda busca se firmar no cenário mundial.

    O sucesso dentro de campo certamente contribuiria para isso, e a Suíça tem boas chances de alcançar seus objetivos. Como anfitriã, La Nati teve um sorteio relativamente favorável na fase de grupos, enfrentando uma Noruega que tem desapontado desde a final da Euro 2013, uma Islândia que venceu apenas uma partida na fase de grupos na história do torneio e uma Finlândia que não avança às fases eliminatórias desde que sediou a Euro em 2009.

    Porém, a Suíça também tem suas limitações. A vitória sobre a República Tcheca na semana passada foi a primeira desde a surpreendente vitória contra a França, em outubro de 2024, já que o time não conseguiu vencer nenhum jogo na Liga das Nações nesse intervalo. Considerando que o grupo incluía Noruega e Islândia, esse retrospecto não é animador para este mês. Além disso, a ausência por lesão de Ramona Bachmann — uma das jogadoras mais experientes e talentosas da equipe — é um grande golpe.

    Ainda é incerto quanto Lehmann será utilizada nos jogos. Apesar de ser a jogadora mais conhecida do elenco suíço no cenário mundial, ela provavelmente não começará como titular, sendo, na melhor das hipóteses, uma peça de impacto saindo do banco — e até mesmo essa participação não está garantida. Um torneio em que Lehmann não entre em campo não pode ser descartado.

    Coletivamente, La Nati contará com o apoio da torcida local e, sob o comando de Pia Sundhage — treinadora que conquistou duas medalhas de ouro olímpicas com os EUA, uma prata com a Suécia e guiou o Brasil ao título da Copa América —, têm uma liderança experiente. Não será uma tarefa fácil, mas Lehmann e suas companheiras esperam ter o que é preciso para se destacarem neste verão europeu e fazer história para a Suíça.

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