Moro a 382 quilômetros de Goodison Park. Essa distância nunca foi menor do que é hoje, e, sinceramente, sempre foi absurda. Durante meus anos de universidade, chegou a quase 500 quilômetros. E, mesmo assim, sou torcedor do Everton Football Club.
A culpa é de Alan Ball e suas icônicas chuteiras brancas. Meu pai, embora tenha nascido em Leyton, no leste de Londres, e sem nenhuma ligação com a cidade de Liverpool, o viu jogando com elas em um episódio do Match of the Day ou do The Big Match, no início dos anos 1970. Ele jogava pelos Blues. E foi o bastante. Everton para sempre.
Há quase 50 anos, meu pai faz a peregrinação até Goodison, saindo de Kent para testemunhar alguns dos dias mais gloriosos (e também os mais sombrios) da história do clube. Neste fim de semana, vamos fazer essa viagem juntos, pela última vez.
O jogo de domingo (18) contra o Southampton será o último do Everton em sua casa espiritual, ao menos como a conhecemos. A notícia de que o time feminino se mudará para lá na próxima temporada, e de que o estádio será preservado, é mais do que bem-vinda — mas não vamos fingir que isso não é uma despedida.
No jogo contra o Ipswich Town, há algumas semanas, meu pai disse que “estaria bem”, ou seja, que não choraria, na despedida da Grand Old Lady. Mas eu tenho minhas dúvidas. Por mais belo que seja o novo estádio no cais de Bramley-Moore, deixar Goodison Park é bem inacreditável.
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