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Jogadoras comemoram vitória Brasil Jamaica Copa do Mundo Feminina 11062019Elsa/Getty Images

A Copa de cada uma: como falta de padrão coletivo deixou a Seleção Feminina individualmente

O jogo coletivo da Seleção Brasileira surpreendeu tanto de forma positiva quanto de forma negativa durante a Copa do Mundo feminina. Embora algumas falhas tenham ficado mais evidentes diante de França e Austrália, justamente nas duas derrotas da equipe, os bons resultados contra Jamaica e Itália ajudaram a mascarar uma falta de entrosamento tático do elenco, com boas peças individuais mal aproveitadas.

Das 23 atletas que seguiram até a França, 18 entraram em campo ao longo do Mundial. As únicas que amargaram o banco foram as goleiras Letícia e Aline; a zagueira Tayla, a meia Camilinha e a atacante Raquel. As demais, ainda que por poucos minutos, tiveram chance de mostrar que houve pouca evolução em relação à sequência de nove derrotas consecutivas da qual a equipe vinha antes do início da Copa.

No anúncio da convocação, o técnico Vadão foi questionado sobre a escolha de levar apenas quatro meias e optar por oito atacantes. O treinador respondeu que é característica de suas equipes apresentar atletas polivalentes e algumas das jogadoras, caso de Andressa Alves, seriam fundamentais para alterar a dinâmica do time durante as próprias partidas.

Problema com o qual o técnico não contava é que Andressa Alves se lesionaria nos treinos antes do terceiro jogo pelo Grupo C. Formiga, outra peça-chave no meio-campo, também se contundiu e, além de tudo, levou dois amarelos antes de enfrentar a Itália.

Se diante da Jamaica a partida foi tranquila e a equipe rodou bem a bola, os jogos seguintes demonstraram um padrão no isolamento da defesa e do ataque, deixando o meio campo esvaziado e sem transição, além do abuso das ligações diretas -- principalmente diante da Austrália, uma equipe melhor no jogo aéreo.

Jogadas individuais, como de Marta e Debinha, garantiram bons momentos. O grupo teve melhor entrosamento diante da Itália, ainda que em jogo apertado e com o moral salvo pelo gol de pênalti de Marta. A própria decisão de recuar o time após a vitória simples, atitude que levou o grupo ao chaveamento que teve a França pela frente nas oitavas, foi apontada como controversa. Frente a frente com as anfitriãs, novamente a seleção se mostrou mais fruto de talentos individuais do que de um bom jogo coletivo.

Confira as análises de atuação de cada uma das jogadoras:

  • Barbara Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Bárbara

    Pouco exigida contra a Jamaica, Bárbara falhou em dois dos três gols marcados pela Austrália e assustou a zaga em algumas saídas. Fez partida segura diante da Itália, mas acabou falhando contra a França, no gol anulado pelo VAR. Titular em todos os jogos, fez 12 defesas.

    Entre as três goleiras que disputaram a Copa por equipes sul-americanas, foi a de menor destaque; Vanina Correa (Argentina) e Christiane Endler (Chile) caíram na fase de grupos, mas foram eleitas melhores atletas em campo mesmo em derrotas.

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  • Leticia Santos Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Letícia Santos

    Teve algumas dificuldades com a marcação no lado direito, especificamente nos jogos contra Austrália e França, em que o Brasil mais correu perigo. Perdeu uma bola que quase deu um pênalti às australianas, em lance revisado pelo VAR. Melhor jogo foi contra a Itália, quando conseguiu segurar bem as adversárias.
  • Poliana Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Poliana

    Pouco exigida, teve duas atuações discretas contra Itália e França.
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  • Kathellen Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Kathellen

    Sofreu na marcação em todos os jogos, com maior evidência em falhas diante da Austrália. Destaque positivo para a partida contra a Itália, quando foi mais exigida e segurou bem o ataque rival. Contra a França teve atuação oscilante, sendo mais efetiva no primeiro do que no segundo tempo.
  • Daiane Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Daiane

    Fez uma única partida, contra a Jamaica. Jogou apenas 14 minutos, o suficiente para tomar um cartão amarelo.
  • Monica Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Mônica

    Melhor atuação foi diante da Itália, demonstrando segurança. Falhou no confronto com a Austrália e ainda fez um gol contra, apesar de ter defendido uma boa jogada com uma cabeçada pouco antes da falha de Bárbara. Contra a França, sofreu com as marcadoras e cometeu a falta que originou o gol de Henry, já na prorrogação.

  • Tamires Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Tamires

    Atuações seguras contra Jamaica, Austrália e Itália, mas principalmente na partida contra as australianas, iniciando a jogada que terminou com o gol de Cristiane. Subiu muito, sendo efetiva no auxílio ao ataque, mas pecou na marcação diante da França, no lance que originou no primeiro gol do rival.

  • Formiga Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Formiga

    Competência em campo, a veterana fez de tudo um pouco com seus 41 anos: administrou a bola no meio-campo, cumpriu função de volante, segurou a marcação e ainda se adiantou, em alguns momentos, para auxiliar as colegas lá na frente.

  • Luana Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Luana

    Teve a missão de substituir Formiga contra a Austrália e pouco colaborou com o setor defensivo do time, sendo amarelada por uma falta, inclusive. Contra a Itália, substituiu Marta para ajudar a equipe a se fechar, em decisão de Vadão de recuar o jogo. Atuou apenas nos minutos finais, ajudando a manter o placar.
  • Thaisa Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Thaísa

    Apagada contra a Austrália, atuou mais recuada do que a posição exige para suprir uma deficiência no meio-campo. No único lance em que conseguiu se adiantar, diante da França, anotou o gol do Brasil.

  • Debinha Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Debinha

    Atuou bem em todas as partidas, sendo um dos principais destaques contra Itália e França, imprimindo mais velocidade à equipe, ajudando a distribuir jogadas e se adiantando no ataque. Deixa o Mundial como uma das principais promessas do time.

  • Andressinha Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Andressinha

    Demonstrou maturidade nas duas partidas que jogou, sendo decisiva no ataque contra a Itália, única partida como titular, ajudando a compor o meio campo com a saída de Formiga e a ausência de Andressa Alves. Soube marcar, subir a bola com velocidade e demonstrou afinidade com Debinha. Entrou contra a França perto do fim do segundo tempo e se adiantou sozinha em mais de uma ocasião, sem ter quem a acompanhasse.
  • Andressa Alves Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Andressa Alves

    Perdeu um pênalti contra a Jamaica, mas teve ótima atuação em dois jogos. Foi uma das atletas mais exigidas pela função que teve de segurar tanto o meio-campo quanto auxiliar o ataque. Ainda assim, quando Marta foi substituída contra a Austrália, ficou na ponta esquerda sem ter de quem receber as bolas na frente e precisou recuar muito; como resultado, o ataque também ficou retraído. Não jogou contra Itália e França por uma lesão na coxa esquerda.

  • Marta Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Marta

    Fora apenas na estreia, contra a Jamaica, atuou bem em todas as partidas mesmo se recuperando de lesão. Deu dribles, se desviou bem das marcadoras, ajudou a segurar contra-ataques rivais e conseguiu segurar até a prorrogação diante da França.

    O time sentiu sua saída no intervalo contra a Austrália, sem nome de reposição que cuidasse da transição entre meio-campo e ataque.

  • Ludmilla Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Ludmilla

    Apresentou erros de finalização contra a Jamaica e foi pouco efetiva no ataque diante da Austrália, tendo entrado no segundo tempo em ambas as ocasiões. Foi titular diante de Itália e França com atuações tímidas, sem sua velocidade característica.

  • Cristiane Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Cristiane

    Decisiva contra a Jamaica, foi o grande nome da partida ao anotar três gols. Repetiu a boa atuação contra a Austrália, marcando o seu, e sendo ausência sentida ao ser substituída no segundo tempo. Diante da França apresentou perigo nas bolas aéreas e segurou o quanto aguentou até a prorrogação, mas deixou o gramado contundida.

    Única atuação apagada foi contra a Itália, quando não teve participação em nenhuma das boas jogadas.

  • Bia Zaneratto Brasil Copa do Mundo Feminina 2019

    Bia Zaneratto

    A atuação insegura diante da Jamaica, com poucas jogadas criadas e muitos erros em cruzamentos, lhe custou a titularidade nos jogos seguintes. Entrando apenas no segundo tempo de cada partida, foi veloz sem maiores contribuições ao ataque.

    Passou apagada pelo Mundial.

  • Geyse Brasil Copa do Mundo Feminina 2019Getty

    Geyse

    Contra a Jamaica, mostrou afobação diante de uma equipe que pouco risco apresentava e com o jogo já definido. Errou passes e finalizações. Diante da França, já na prorrogação, foi colocada em campo para trazer fôlego à equipe e até assustou, no primeiro tempo, a zaga francesa. Após o gol, assim como o restante do time, pareceu apagada.

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