O jogo coletivo da Seleção Brasileira surpreendeu tanto de forma positiva quanto de forma negativa durante a Copa do Mundo feminina. Embora algumas falhas tenham ficado mais evidentes diante de França e Austrália, justamente nas duas derrotas da equipe, os bons resultados contra Jamaica e Itália ajudaram a mascarar uma falta de entrosamento tático do elenco, com boas peças individuais mal aproveitadas.
Das 23 atletas que seguiram até a França, 18 entraram em campo ao longo do Mundial. As únicas que amargaram o banco foram as goleiras Letícia e Aline; a zagueira Tayla, a meia Camilinha e a atacante Raquel. As demais, ainda que por poucos minutos, tiveram chance de mostrar que houve pouca evolução em relação à sequência de nove derrotas consecutivas da qual a equipe vinha antes do início da Copa.
No anúncio da convocação, o técnico Vadão foi questionado sobre a escolha de levar apenas quatro meias e optar por oito atacantes. O treinador respondeu que é característica de suas equipes apresentar atletas polivalentes e algumas das jogadoras, caso de Andressa Alves, seriam fundamentais para alterar a dinâmica do time durante as próprias partidas.
Problema com o qual o técnico não contava é que Andressa Alves se lesionaria nos treinos antes do terceiro jogo pelo Grupo C. Formiga, outra peça-chave no meio-campo, também se contundiu e, além de tudo, levou dois amarelos antes de enfrentar a Itália.
Se diante da Jamaica a partida foi tranquila e a equipe rodou bem a bola, os jogos seguintes demonstraram um padrão no isolamento da defesa e do ataque, deixando o meio campo esvaziado e sem transição, além do abuso das ligações diretas -- principalmente diante da Austrália, uma equipe melhor no jogo aéreo.
Jogadas individuais, como de Marta e Debinha, garantiram bons momentos. O grupo teve melhor entrosamento diante da Itália, ainda que em jogo apertado e com o moral salvo pelo gol de pênalti de Marta. A própria decisão de recuar o time após a vitória simples, atitude que levou o grupo ao chaveamento que teve a França pela frente nas oitavas, foi apontada como controversa. Frente a frente com as anfitriãs, novamente a seleção se mostrou mais fruto de talentos individuais do que de um bom jogo coletivo.
Confira as análises de atuação de cada uma das jogadoras:


















