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Vagner Mancini Corinthians 2020Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Wagner Lopes projeta sucesso de Mancini no Corinthians e relembra título da Copa do Brasil em 2005

 Wagner Lopes tenta como treinador fazer o caminho inverso do que fez como jogador. Naturalizado japonês, ele foi bem cedo para a terra do sol nascente, onde fez história e se tornou ídolo. No Brasil, como técnico de futebol, ele coleciona bons trabalhos e um momento inesquecível ao lado de Vagner Mancini, atual comandante do Corinthians. 

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A dupla, no início da carreira técnica, faturou o título da Copa do Brasil pelo Paulista de Jundiaí. Na ocasião, Wagner era auxiliar de Mancini e em bate papo exclusivo com a Goal, relembrou com carinho desse momento. 

"Foi muito boa, nós jogamos no Japão juntos e fomos campeões juntos. Depois disso, a gente não se encontrou mais. A gente voltou a se encontrar quando ele foi trabalhar no Paulista. O engraçado é que eu sempre falava com ele que um dia ele seria treinador e eu seria o auxiliar, isso na brincadeira, mas acabou acontecendo. Tivemos a felicidade logo no primeiro ano, em 2005, conseguimos o feito memorável da Copa do Brasil. O Paulista era um time de Série D e foi uma alegria muito grande, uma conquista muito bonita". 

Abaixo, confira o bate papo completo:

Hoje você acredita ser mais difícil uma equipe como o Paulista faturar uma Copa do Brasil?

Hoje é difícil mas na época também porque você já pegava logo de cara um time de série B, de série A. Nossa felicidade foi a montagem do elenco, pegamos atletas com fome de bola e talento para ser desenvolvido. Pegamos equipes como Juventude, Internacional, Botafogo, não teve facilidade. Mas sem dúvida que hoje a atenção dos clubes é maior. A valorização que a CBF deu para a Copa do Brasil foi gigantesca". 

Você virou treinador, fez bons trabalhos inclusive no Atlético-GO que tem sido a sensação da Série A esse ano. De certa forma, te incomodou a saída do Dragão da forma que foi?

Eu particularmente fiquei chateado, nós vínhamos de dois empates em casa, um contra o Cuibáe depois no clássico contra o Vila Nova. Estávamos em terceiro, há cinco pontos do quarto colocado. A gente sabe que a série B é doída, mas eu tinha muita convicção que a gente ia conseguir o acesso mesmo depois da minha saída. O Barroca fez um grande trabalho e conseguiu a classificação. Mas a gente nunca espera, fazendo um bom trabalho, ouvir que sua demissão vai servir para dar um cachoalhão no grupo. A gente respeita, mas fiquei chateado sim.

Ainda existe muito isso no futebol brasileiro, treiandor ser demitido para dar um "chacoalhão" no time. Você acha que isso realmente dá algum resultado?

Eu não acredito. Acho que é ao contrário. Quando você vem de uma sequência boa de resultados não é por dois empates ou duas derrotas que a saída do treinador vai fazer jogadores correrem mais, jogarem mais. Pelo contrário, você tem que trazer alguém que às vezes tem os conceitos diferentes, atéo treinador ver cada jogador, conhecer, saber onde rende, qual posição. Uma coisa é ver pela televisão, outra é trabalhar no dia a dia. O atleta reage diferente. Eu não vejo isso como uma coisa que vá te dar resultado. Mas culturalmente no Brasil eles fazem isso, de uma maneira, que na minha visão, é equivocada. 

Ainda falando sobre o Atlético-GO, vive bom momento na Série A e vai encarar o Internacional na Copa do Brasil. Você acha que o Dragão pode surpreender?

O Atlético-GO conseguiu montar um time muito competitivo, um time que vai correr muito, vai se doar e fazer de tudo para conquistar a classificação. É um time organizado, sem a bola sabe o lugar certo par amarcar, onde tem a dobra, onde tem a cobertura. Vejo uma equipe muito organizada na parte defensiva e forte na transição ofensiva. Eu vejo o Atlético com grande chance de surpreender o Inter. Se o Inter não conseguir fazer um bom jogo, não estiver em um grande dia, o Atlético pode sim conseguir a classificação. 

Esse Dragão tem muito do trabalho do Mancini, que agora dirige o Corinthians. Missão complicada, mas é uma grande oportunidade. Como você vê essa ida do Mancini para o Timão?

Vagner é um cara muito profissional, ele está no futebol há tempos. Foi jogador e já está desde 2004 como treinador principal. É um cara muito experiente, já teve muito sucesso como treinador. Santos, Cruzeiro, Grêmio, Botafogo... tem muita facilidade, é muito bom como treinador. É claro que não é de uma hora para outra. Mas acho que ele vai aproveitar essa oportunidade sim. Tem tudo para fazer um grande trabalho. 

Como tem sido esse tempo desde que você deixou o Botafogo-SP? Você pensa em voltar ao Japão?

Nesse período em casa você revê jogos, treinos, todo o planejamento. Você revê conceitos, você estuda para ver se você vai mudar, repensa. Não foram muitos jogos lá, foram poucos. É muita coisa que a gente cria convicção. A gente busca as informações. Eu leio muitos artigos também sobre tomada de decisão, de treinamento. Eu quero me sentir vencedor aqui no Brasil. Como atleta eu fiz o inverso, fui muito cedo para o Japão. Como treinador, eu quero ter um trabalho forte aqui e mais para frente, quem sabe, trabalhar lá no Japão depois disso.  

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