Árbitro Roberto Tobar se dirige à lateral do gramado para checar o VARBruna Prado/Getty Images

VAR da final mostra que arbitragem foi o pior da Copa América 2019

Foram 90 minutos e três momentos-chave: o pênalti a favor do Peru, a expulsão de Gabriel Jesus e o pênalti para o Brasil. Mesmo com o auxílio do recurso tecnológico, dificilmente alguém sairá do Maracanã satisfeito com a arbitragem do chileno Roberto Tobar e as decisões que ele tomou em cada um dos lances. Foi como um compacto do que aconteceu ao longo de um mês de uma Copa América marcada por erros dos juízes e muita polêmica com o VAR. 

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E como aconteceu em outros tantos jogos do torneio, essa dúvida deixada pela arbitragem foi decisiva. O pênalti marcado a favor do Peru foi o primeiro ato. Depois de boa jogada pela direita, um cruzamento rasteiro para no braço estendido de Thiago Silva, que se apoiava no gramado enquanto tentava cortar o lance com um carrinho. 

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Tobar apitou com convicção, mas foi chamado à cabine do VAR na beira do campo. Reviu em poucos segundos, confirmou a impressão inicial e apontou a marca da cal. O problema? De acordo com a regra nova, o braço apoiado não configura pênalti do defensor, por se tratar de um movimento natural em lances do tipo – o exato oposto do braço aberto para o alto em lances idênticos.

O ato 2 foi com Gabriel Jesus, aos 25 minutos do segundo tempo. Depois de uma série de faltas duras, ele aparentemente se irrita e salta nas costas de Advincula. Tobar sacou o cartão amarelo, o segundo do atacante, que foi expulso, se descontrolou e quase derrubou parte da estrutura de apoio para a cabine do VAR, que também levou um soco do atacante. É difícil dizer que o choque merecia amarelo, e lembrar que o primeiro cartão foi em uma disputa de bola não violenta no campo de ataque também não ajuda em nada. 

O terceiro ato, talvez o mais decisivo deles, foi o pênalti em Cebolinha, que arrancou da esquerda para a direita, invadiu a área apostando na velocidade e caiu após um choque com Zambrano. Tobar marcou e, mesmo após consultar o VAR, pareceu não notar que o choque é ombro com ombro.

É difícil dar razão a Messi. Se matou o jogo a favor do Brasil na reta final, a arbitragem também colocou a seleção na situação de depender desses minutos finais com os dois lances anteriores. No fim, é mais prudente concluir que a arbitragem, como um todo, foi lamentável na Copa América, VAR aí incluído. 

Foi assim no caso mais grave de todos, o Brasil x Argentina que terminou 2 a 0 para os donos da casa com a benção do apito, que deixou passar dois pênaltis claros a favor dos visitantes. Messi ainda perderia de vez a cabeça com a expulsão no lance contra Medel, na disputa do terceiro lugar, em que ele recebe o vermelho de cara por levar peitadas do pitbull chileno. 

Mesmo quando acertou, o VAR mereceu críticas. Reportagem do Esporte Espetacular, neste domingo, mostrou que o tempo médio de utilização do recurso tecnológico subiu de pouco mais de um minuto, na Copa da Rússia, para mais de seis em sua versão tupiniquim. Se inegavelmente trouxe mais justiça a jogos como Brasil x Venezuela, Peru x Uruguai e Chile x Colômbia, todos com gols bem anulados em profusão, o apito irritou bastante em tantos outros, seja pela demora, pela falta de explicações para quem está no estádio ou mesmo pelos erros, quando eles vieram. 

Em uma Copa América marcada por estádios vazios, gramados em má qualidade e nível técnico apenas regular, conseguir se destacar negativamente é um feito. Parabéns ao VAR e à arbitragem.

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