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O futebol precisa coibir a violência contra Neymar

Neste domingo, o mundo do futebol prendeu a respiração, enquanto Neymar saía de campo na derrota do PSG diante do Lyon chorando e carregado na maca.

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Vítima de uma tesoura de Thiago Mendes, o craque caiu no gramado sentindo dores no tornozelo. Ele até tentou esconder sua cara das câmeras, mas sua dor ficou evidente para qualquer um que estivesse assistindo. Não foi "cena".

Pela terceira vez em quatro temporadas, Neymar parecia ter sofrido uma lesão grave que poderia lhe tirar de um período crucial da temporada.

Os exames iniciais, porém, acalmaram a torcida. O PSG espera que Neymar possa retornar daqui poucas semanas ao invés de meses, e terá totais condições de jogo contra o Barcelona pelas oitavas de final da Liga dos Campeões da Uefa em fevereiro.

Por mais que as atitudes polêmicas de Neymar em campo deem conta de que ele nunca será uma figura universalmente amada, para aqueles que gostam de assistir um belo futebol, a notícia de que o jogador não deve perder tanto tempo contundindo é motivo para comemorar.

Mas o incidente no Parc de Princes neste domingo (13) também serve como um aviso: a maneira como Neymar é tratado em campo o deixa exposto e vulnerável.

"Pô...até quando? Tanto se fala sobre isso, tanto lembramos esse excesso de violência," reclamou o pai de Neymar em sua conta no Instagram.

"Por que não inibir no início, na primeira, porque esperar a 7ª, 8ª, 9ª falta?"

“Não medimos isso durante todo o jogo onde o Neymar sofreu o tradicional rodízio de faltas, sempre violentas."

"E com isso vamos alimentando esse tipo de jogador e de atitude... Assim realmente o futebol vai se perder..."

"ATÉ QUANDO A CULPA SERÁ DA VÍTIMA?"

Por mais que a figura de Neymar pai seja polêmica, é inegável que ele tem razão.

Nenhum jogador é tratado com a mesma brutalidade que Neymar durante uma partida na Europa - e as estatísticas comprovam isso.

De todos os jogadores que receberam pelo menos 25 faltas nas cinco grandes ligas europeias nesta temporada, só o atacante do Borussia Monchengladbach, Breel Embolo, sofre mais faltas por minuto. Neymar, em média, é derrubado a cada 18,3 minutos.

Neymar injury PSG 2020Getty

Isso não é novidade: o corpo de Neymar vem sendo brutalizado por anos.

Se, durante seu tempo na Ligue 1, ele nunca liderou a liga em faltas recebidas, isso acontece porque a violência delas o forçou a perder partidas por lesão.

Se olharmos seus números de faltas-por-minuto, a estrela do PSG lidera o quesito na Ligue 1 nas últimas quatro temporadas - incluindo a atual. Falando de Europa, está no top cinco em tal estatística nas suas últimas três temporadas completas na França, terminando na primeira posição em 2017-18.

Times inteligentes, é claro, conseguem dividir suas faltas por jogador, fazendo um rodízio que lhe permite ir alternando e acertando pancadas no jogador mais caro do mundo.

O exemplo mais claro disso nos últimos tempos aconteceu na vitória do PSG sobre o RB Leipzig pela Liga dos Campeões, em novembro.

O time de Julian Nagelsmann fez um claro rodízio para marcar o brasileiro, que sofreu sete faltas na partida.

Muitas delas, extremamente duras - e para ser justo, não estamos contando aquelas não-dadas pelo árbitro. Seus companheiros de time, por outro lado, só receberam 11 faltas.

Neymar GFX 1x1Playing Surface

De acordo com estatísticas da Opta, Neymar sofreu 25% mais faltas que qualquer outro jogador na fase de grupos da Liga dos Campeões que jogou pelo menos 90 minutos.

Sofreu 24 faltas em cinco partidas, sendo derrubado pelo menos uma vez a cada 16 minutos quando esteve em campo. Isso mostra que os ataques ao brasileiro não acontecem só na Ligue 1.

O futebol deveria celebrar jogadores diferentes, que conseguem fazer o inesperado nas partidas, e enquanto um nível de fisicalidade sempre deve existir, estrelas como Neymar devem ser protegidas.

As vezes, o craque parece ser reduzido a um papel de saco de pancadas, forçado a escapar de defensores maldosos que nem fingem procurar a bola, indo direto nas canelas e tornozelos do astro.

Seu corpo já pagou o preço no passado, e foi questão de sorte para o atleta não ter sofrido uma lesão mais grave no domingo.

Neymar é a prova viva de que sim, atletas, ainda hoje, podem ser chutados, literalmente, para fora dos gramados.

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