O uruguaio Loco Abreu é um dos grandes personagens do futebol sul-americano nas últimas décadas e, há exatos dez anos, foi maior até que um dos melhores jogadores da sua posição neste século. Ou pelo menos assim foi durante os 90 minutos da decisão da Taça Rio de 2010.
Figura maior do Botafogo, o centroavante bateu um pênalti de "cavadinha" contra o Flamengo de Adriano e assegurou a Taça Rio aos alvinegros, uma das poucas alegrias da equipe sobre o grande rival neste século. Como havia vencido a Taça Guanabara, o clube de General Severiano conquistou também o Carioca daquele ano com o triunfo.
Emblemático por se tratar do gol decisivo, o pênalti cobrado por Abreu foi um dos três daquela decisão, marcada justamente pelo excesso de penalidades anotadas pelo juiz Gutemberg de Paula Fonseca. E foi por isso que o embate com Adriano se tornou mais claro.
O Imperador, já não na mesma fase que levou o Flamengo ao título de 2009, mas ainda amedrontador para as defesas, teve a chance de empatar o placar depois do tento marcado por Abreu. O seu pênalti, porém, foi defendido por Jefferson, e a taça ficou com os alvinegros.
Antes, Herrera havia aberto o placar na primeira penalidade do embate e Vagner Love tinha deixado tudo igual. Carregado de rivalidade pelos então recentes embates do "chororô", com sucesso para o lado flamenguista, o jogo é guardado com carinho por todos os botafoguenses.
Além do sucesso sobre Adriano, Abreu ainda conseguiu o que o centroavante brasileiro buscava: uma vaga para disputar a Copa do Mundo de 2010. Com o seu Uruguai de volta à disputa do Mundial, compôs um elenco de ataque ao lado de Forlán, Suárez e Cavani.
Cameron Spencer/Getty ImagesLoco Abreu repetiu a dose na Copa do Mundo contra Gana (Foto: Getty Images)
O Imperador, preterido por Luis Fabiano, Nilmar e Grafite na lista de Dunga, por sua vez, ainda teve um arroubo de emoção no ano seguinte, quando fez um gol importante para o título brasileiro do Corinthians, mas viu sua carreira cair vertiginosamente desde então.