O QUE ACONTECEU?
A jovem estrela, agora liberada para assinar um contrato milionário com o Barcelona após completar 18 anos, celebrou o marco com uma festa repleta de amigos e familiares no fim de semana.
O aniversário de Lamine Yamal contou com show de um rapper dominicano, uma temática inspirada na máfia e, de forma polêmica, a presença de animadores com nanismo. Esse último elemento gerou críticas por parte da ADEE (Associação de Pessoas com Acondroplasia e outras Displasias Esqueléticas), que classificou a escolha como degradante. A entidade anunciou que vai acionar a Justiça contra os organizadores. Um dos artistas envolvidos, porém, saiu em defesa do evento, alegando que tudo foi feito com respeito e dentro da legalidade.
O CONTEXTO
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VOCÊ SABIA?
Apesar das explicações, Yamal foi alvo de críticas por contratar pessoas com nanismo como parte da programação festiva. A ADEE, que faz parte da Confederação Espanhola de Pessoas com Deficiência Física e Orgânica (COCEMFE), condenou a atitude do jogador do Barcelona.
O QUE ADEE DISSE
Em entrevista à rádio RAC1, um dos animadores afirmou: “Ninguém nos desrespeitou, deixem a gente trabalhar em paz. Não entendo por que tanto alarde. Somos pessoas normais fazendo o que queremos, de forma absolutamente legal".
Ele criticou a própria associação que entrou com o processo: “(A ADEE) é quem está nos humilhando. Há anos tentam acabar com nosso trabalho, querem proibir algo que gostamos de fazer, sem nunca oferecer outra alternativa, como empregos ou cursos. Nós trabalhamos com entretenimento. Por que não podemos exercer isso? Por causa da nossa condição física?”
O artista ainda acusou a atual gestão da associação de agir por motivação política: “Há um novo presidente que se sente incomodado e quer prejudicar o resto de nós. Sabemos nossos limites e jamais os ultrapassamos: não somos aberrações de circo. Dançamos, servimos bebidas, fazemos mágica... há diversos tipos de show".
Em nota, a presidente da ADEE, Carolina Puente, disse:
“É inaceitável que, em pleno século XXI, pessoas com nanismo ainda sejam utilizadas como forma de entretenimento em festas privadas — e ainda mais grave quando isso envolve figuras públicas como Lamine Yamal. A dignidade e os direitos da nossa comunidade não são diversão para ninguém, sob nenhuma circunstância".
Ela prosseguiu: “Quando alguém com influência social participa desse tipo de situação, o dano é ainda maior, pois transmite à sociedade — especialmente aos jovens — a ideia de que a discriminação é aceitável. Precisamos erradicar a objetificação da diferença e educar para o respeito e a equidade.
Não vamos nos calar. Vamos defender a dignidade e os direitos da nossa comunidade em todas as esferas e cobrar responsabilizações para que atitudes assim não se repitam. Convidamos todas as pessoas com acondroplasia ou displasia esquelética a entrarem em contato com a associação — estamos aqui para apoiar, orientar e construir novas oportunidades".
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O QUE VEM POR AÍ PARA YAMAL?
O artista, que preferiu não se identificar, disse que o grupo dançou, serviu bebidas e apresentou números de mágica durante uma hora. Depois disso, segundo ele, se misturaram aos demais convidados “como qualquer outro”. Para ele, a polêmica só ganhou essa proporção “porque era a festa do Lamine Yamal”.
A ADEE prometeu seguir com ações legais e sociais contra atitudes que considera “intoleráveis, por perpetuarem estereótipos, incentivarem a discriminação e desvalorizarem a imagem e os direitos de pessoas com acondroplasia ou outras displasias esqueléticas, além de todas as pessoas com deficiência”.
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