Entenda a crise entre Flamengo e o personal trainer dos astros em quarentena

Em meio aos desafios que surgem por causa da pandemia do novo coronavírus, o Flamengo acabou se envolvendo em uma polêmica inesperada: o clube não está se entendendo com um personal trainer, contratado por alguns de seus próprios atletas, e a situação vem causando certo constrangimento.

Preparador físico, Rafael Winicki trabalha com nomes como Diego Ribas, Éverton Ribeiro, Filipe Luís, Rodrigo Caio, Vitinho e Gustavo Henrique. No final de 2019, um acordo com o Flamengo definiu que o profissional deveria enviar um relatório ao clube a cada sessão com um atleta. Entretanto, os dois lados não conseguem chegar a um entendimento.

O clima piorou depois de Winicki conceder entrevista ao jornalista Fábio Azevedo, do Fox Sports, na qual previu que seus clientes estariam no melhor de suas formas no prazo de duas semanas. A previsão irritou o clube, que faz queixas quanto às ausências de aparelhos tecnológicos – como controle de frequência e GPS.

A falta de tais aparelhos impossibilitaria o controle da carga de trabalho, podendo resultar em lesões, segundo a posição do Flamengo.

Pedro Rocha, por exemplo, vinha fazendo exercícios de salto que levantavam temor por causa de um problema no púbis. O atacante parou de fazer treinos com o personal trainer – ainda que a opção por este tipo de trabalho seja particular por parte de cada atleta.

O Flamengo colocou seus profissionais à disposição e disponibilizou a opção de trabalhos individualizados no CT Ninho do Urubu. O atacante Bruno Henrique é um que faz atividades com um dos preparadores do Fla.

Críticas de profissionais do Flamengo

“Quero deixar bem claro que há espaço para todos, só não pode existir exibicionismo. Levo 26 anos de primeira liga no futebol profissional e nunca assisti nada assim, LAMENTÁVEL. O nosso departamento é constituído por três elementos, que trabalham muito bem juntos e com áreas multidisciplinares”, disse o português Mário Monteiro, preparador da comissão técnica rubro-negra, em declarações ao O Globo.

Em suas redes sociais, outro preparador físico do Flamengo, Betinho, também não poupou críticas à postura de Winick.

“Eu achei que já tivesse visto de tudo nessa vida. Agora, personal que nunca trabalhou com futebol, dizer data que jogador poderá atuar após a pandemia e garantir que o atleta estará de volta em "duas semanas". GOSTARIA DE VER ESSAS PESSOAS SE EXPLICANDO, SE PROMOVENDO, FAZENDO LIVE QUANDO SEUS ALUNOS SE LESIONAM, POIS NÃO EXISTE INTEGRAÇÃO NENHUMA COM 99% DOS PERSONAIS FISIOTERAPEUTAS POR CULPA DELES, SOMENTE O CLUBE E QUEM LÁ TRABALHA SABEM O PREJUÍZO QUE É UM ATLETA FICAR FORA DE UM TREINAMENTO OU DE UM JOGO", escreveu.

Winicki se defende

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Também em contato com O Globo, Rafael Winicki se defendeu e garantiu que não deseja causar constrangtimentos.

“Me coloco à disposição do clube ou de qualquer profissional que tenha algum vínculo com os atletas que eu trabalho para prestar qualquer esclarecimento ou troca de informações”, afirmou.

“Sou profissional autônomo, que faço meu trabalho de forma limpa e honesta.. sou contratado pelos atletas (não só do Flamengo – Gilberto, do Fluminense, também aparece na timeline das redes sociais do preparador físico, assim como Danilo Barcelos, lateral do Botafogo) para fazer o meu trabalho”.

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