Cinco temporadas, apenas oito jogos, 378 minutos em campo e três saídas por empréstimo. Acabou o (contestado) vínculo de Douglas com o Barcelona. Uma ligação que, coincidentemente, termina exatamente no melhor momento do lateral-direito desde que chegou à Europa.
Depois de passagens apagadas por Sporting Gijón e Benfica, o brasileiro terminou a temporada passada como um dos grandes destaques do Sivasspor. Fez 32 jogos, marcou três gols e foi eleito pela imprensa local o melhor jogador da posição do campeonato turco.
O "renascimento" de Douglas na Turquia não convenceu o Barça a optar pela renovação contratual, algo conhecido desde o início, mas serviu para abrir os olhos dos grandes clubes do país. Foi procurado recentemente pelo Galatasaray e agora está em negociação com o Besiktas. Tem ainda sondagens de outros países, entre eles Brasil, Itália e Japão.
Aos 28 anos e atrás de uma sequência sólida na carreira, algo que conseguiu apenas em solo brasileiro, primeiro no Goiás e depois no São Paulo, Douglas tem hoje como prioridade, sabe a Goal, assinar um novo contrato válido por pelo menos dois anos, se possível no futebol turco. Quer também ter segurança profissional.
Apesar da frustração de não ter brilhado no Barcelona, que pagou aproximadamente 6 milhões de euros ao Tricolor em agosto de 2014, o lateral pode colocar no currículo que jogou ao lado de Dani Alves, Busquets, Xavi, Inesta, Suárez, Neymar e principalmente Messi. Juntos, ganharam seis títulos, sendo o mais importante deles o Mundial de Clubes de 2015.
"Treinar com Messi e Neymar não tinha preço", declarou, no fim de 2017, quando estava cedido ao Benfica.
Curiosamente, em 2015, Douglas, que sempre teve que lidar com as fortes críticas dos jornalistas catalães, foi colocado pelo jornal Mundo Deportivo na lista das 20 piores reforços da história do Barça, que, vale lembrar, no dia do anúncio da contratação, destacou o jogador como "muito incisivo e vertical".

"É um lateral com vocação muito ofensiva, o que lhe permite ocupar também a posição de ala. Também é um jogador muito incisivo e com muita velocidade, o que lhe permite se livrar dos seus rivais no mano a mano e recompor a posição na hora de defender. É um jogador muito vertical, que gosta de chegar na frente para poder cruzar ou chutar a gol", escreveu, no texto de apresentação no site oficial.
A discutível chegada do brasileiro ao Camp Nou aconteceu porque poucos meses antes o Barça havia investido muito forte no mercado. Trouxe nomes de peso, entre eles como Suárez, Rakitic, Ter Stegen, Vermaelen e Rafinha. O ex-são-paulino, então, surgiu como uma opção "rápida e barata" na visão da diretoria para ser o suplente imediato do compatriota Dani Alves, que, na ocasião, tinha mais um ano de contrato e corria o risco de não renovar.
Nas duas temporadas (2014/15 e 2015/16) em que efetivamente fez parte do grupo azulgrana, Douglas conviveu constantemente com a reserva de Dani Alves, Sergi Roberto e até mesmo Martín Montoya. Depois, fora por empréstimo, foi preterido também por Aleix Vidal e Nélson Semedo. Sofreu com algumas lesões, além de ser considerado pelas comissões técnicas (de Luis Enrique e, posteriormente, de Ernesto Valverde) como um jogador abaixo do nível técnico desejado.
